A ciência questionável.
Pessoas que já se embrenharam pelo campo das pós graduações stricto sensu sabem o quão difícil é. Orientadores praticamente obrigam seus orientandos a pesquisar aquilo que se dá dinheiro, ou seja, aquilo onde há verba. E impõem, não raro, a mentalidade academicista. Que em parte sabemos ser necessária devido ao método científico.
O que acontece de fato é que os pesquisadores partem de uma idéia, a tese, e tentam comprová-la a todo custo. Mas, ainda assim, tudo bem. O problema é que a ciência, com algumas exceções, não anda levando em conta aquelas descobertas conhecidas como acidentais.
Uma matéria na revista Super Interessante de agosto de 2010 ? O cientista que estuda cientistas ? comprovou muito bem aquilo que já se ouvia nos rumores: mudar o rumo de uma pesquisa implica em tempo e dinheiro, duas coisas que regem o mundo atual. E quem acaba perdendo com isso é a ciência e por extensão, nós.
Aquela ciência pelo estudo honesto, pelo interesse em descobrir e aprender, ao que parece, está sendo comprometida. Em meio aos cientistas-pesquisadores há os mais empenhados com o descobrimento. Mas, inegavelmente, há aqueles que desprezam um certo acidente que pode nos levar a algo de muita importância. A reportagem citada lembra-nos sobre o caso do Viagra, uma pesquisa para produzir remédio para o coração que o originou acidentalmente.
A ciência tem muitos méritos, talvez os maiores da história da humanidade, mas seus meios têm que ser reanalisados. Ou pelo menos levados mais a sério.
Autor: Alexandre De Freitas
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