Colecionadora de canetas



Colecionadora de canetas

Quando me perguntaram se eu colecionava alguma coisa, nem respondia por que achava perda de tempo, mas com o passar do tempo, fui vendo o quanto estava errada. Era minha terceira escola e a cada mês, meu nécessaire se enchia mais. Eram as canetas que, sem perceber, iam parando ali. Estava me tornando uma colecionadora de canetas. Mas elas não eram minhas. As canetas se tornavam minhas por força do oficio ou, talvez, por descuido meu. Explico: é que toda vez que algum aluno levava seu exercício para eu corrigir, acabava pegando em sua caneta e me apossando dela (ou era ela que me escolhia para ser sua possuidora?)
O aluno mais distraído ainda voltava para seu lugar sem a caneta ou porque tinha outras ou porque não lembrava onde tinha deixado o objeto. Eu, por sua vez, a deixava em qualquer lugar da mesa. Ao final da aula, recolhia todo o material e lá ela ia junto, como quem escolhe seu destino.
Graças a tantas doações, que nunca procurei devolver ao dono, estou escrevendo este texto, que só confirmam meu ponto de vista: a de que somos como as canetas dos meus alunos, temos livre escolha para onde ir e para quem ir. O destino? Não se sabe, mas se vai. Muitas vezes sem perceber pelas trilhas misteriosas da vida, como as canetas.
Autor: Alessandra Marques


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