CATÁSTROFES!



CATÁSTROFES: ENQUANTO OS HOMENS EXERCEM SEUS PODRES PODERES, A NATUREZA REAGE E O POVO SOFRE!!

Em memória de Raul Seixas, que estaria completando mais uma primavera hoje, 28 de julho.

"Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ Morrer e matar de fome, de raiva e de sede/ São tantas vezes gestos naturais..."
(Trecho da música "Podres Poderes", de CaetanoVeloso)

"Meu bem, mas quando a vida nos violentar/ Pediremos ao bom Deus que nos ajude/ Falaremos para a vida: ?Vida, pisa devagar/ Meu coração cuidado é frágil; meu coração é como vidro, como um beijo de novela?/ Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão/ O meu som e a minha fúria e essa pressa de viver/ E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza(...)"
(Trecho da música "Coração Selvagem", de Belchior)

Vivemos tempos sombrios. Do início deste ano, até hoje, já vivenciamos quantas catástrofes naturais por aqui? É a vingança da natureza, que reage cataclismicamente, reduzindo a grandeza a entulho, destroçando vidas e esperanças. Em todas as regiões do País foi assim ? em Angra e no Morro do Bumba, no Rio de Janeiro, no Nordeste quase todo, em São Paulo, que já é uma trajédia anunciada, todo verão, em Santa Catarina e, mais recentemente, no Rio Grande do Sul.

Nessas ocasiões, a mídia faz questão de dizer que é a força da natureza, que os poderes públicos, na maioria dos casos, não podiam fazer nada, e mostra a vulnerabilidade e o terror das pessoas comuns, do povo, em meio ao fogo cruzado de uma batalha de gigantes. Por aqui, nenhuma autoridade governamental é culpada de nada! Não foi assim na tragédia do Morro do Bumba, em Niterói? É a inoperância dos poderes públicos escancarada! Nós não aprendemos com a loucura que domina nossos governantes, na sua ânsia pelo poder! E quase ninguém protesta!

Precisamos ir e ver além das cidades destruídas. Precisamos chegar até as camadas mais profundas da sociedade, às massas empobrecidas, ignoradas historicamente por quem as governa. E o povo dos estados de Pernambuco e Ceará, no Nordeste, que perdeu tudo nessa última grande enchente? Como é que está esse povo? Está sendo assistido? Está morando onde agora?

Indignação é pouco! Oh, mundo cruel! Tão desigual! Enquanto isso, a corrida dos ratos segue seu curso. Mas a nossa indignação pode muito bem ser ilustrada pelos pensamentos que seguem, extraídos de alguns jornais e revistas, e que publicamos ao longo de cinco anos no nosso O PENSADOR. Comecemos por esses, publicados inicialmente em O Pasquim 21:

? "O Brasil tem jeito, quem não tem são os que governam o País". (Teles).
? "Vote num ladrão. Ele não te decepcionará". E "Honesto é o político que uma vez comprado permanece comprado". (Ambas de Nataniel Jebão).
? "Ladrão que rouba ladrão é eleito na próxima eleição". (Lencinho).

E seguimos com estes, publicados em vários números da revista Caros Amigos:

? "A política é arte de governar o gênero humano pela trapaça". (Do premier Disraeli, aliás, Lord Beaconsfield).
? "O melhor governo é, para mim, aquele que agoniza, pois vai ceder o lugar a outro". (Gustave Flaubert, escritor).
? "Quando é que você descobre que um político está mentindo? Quando ele abre a boca". (Piadinha de Nova Rússia).
? "Já se disse que a política é a arte de colocar a mão no excremento". (Conforme citação de Otto Lara Resende, apud Glauco Mattoso, 2001).


Mas ninguém melhor do que os incomparáveis roqueiros Raul Seixas (que estaria completando uma nova primavera hoje, 28 de julho) e Zé Geraldo:

? "A ?politicagem com tendências paleolíticas inferiores? não adiciona nada na minha meta como ser humano". (Raul Seixas, o genial baiano e eterno maluco beleza).
? "Elite estúpida e senil que empresta amaparo legal pra todo mal do Brasil/ Verme do toma-lá-dá-cá, que vende o voto de vetar a violência e a miséria". (Zé Geraldo, compositor e cantor mineiro).

Quando é que vamos aprender? Quando é que vamos crescer enquanto povo? O político francês Jean-Paul de Gondi, cardeal de Retz (1613-1679) afirmou certa vez que "quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito". Eu não tenho respeito nenhum pelos políticos brasileiros! E acredito que só vamos crescer mesmo quando aprendermos essa lição deixada pelo Cazuza (compositor e cantor de rock, dos anos 80 e 90 do século passado): "A única coisa que a gente tem que mudar no mundo é a fome. A fome é básico". E ainda tem muita gente passando fome nesse imenso País tropical e rico! Antes que metam a culpa nela também: a natureza NÃO tem culpa por isso!

(Márcio Melo - só mais um indignado da nação! ?28 de julho de 2010)

Autor: Antônio Márcio Melo


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