O PROFESSOR REFLEXIVO NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO



Resumo

Este artigo apresenta os elementos necessários a prática da reflexão em sala de aula. A reflexão não se dá em um momento único e sim antes, durante e depois da ação e é influenciada pelas percepções que vem do sentido da visão. Essas percepções são uma tradução e, ao mesmo tempo, reconstrução da realidade e por conseguinte estão sujeitas ao erro, sejam eles intelectuais ou mentais no indivíduo. As necessidades e as emoções tendem a influenciar o processo de reflexão e a preocupação em se mediar as idéias para não se cair na ilusão, que constitui outro erro na educação, é o maior objetivo do docente reflexivo e crítico de sua prática pedagógica.

Palavras-chave: docentes, reflexão, conhecimento, prática, educação.

Introdução

A necessidade de adoção de novos modelos de ensino para formação e atualização de profissionais leva, com as descobertas da mídia eletrônica, a uma incessante busca para se aprimorar, aperfeiçoar e acompanhar a exigência do mercado de trabalho. A urgência em se pensar outras e novas alternativas para o processo de ensino e aprendizagem torna relevante a discussão sobre o papel do docente nos cursos de graduação, principalmente os de licenciatura para alunos que serão preparados para exercer a profissão de docentes, que, por sua vez, terão o papel de criar cidadãos críticos, reflexivos e letrados que questionam as possibilidades de conhecimento, cidadãos que lidam com a diversidade múltipla da sociedade.
Nesse contexto, faz-se necessário compreender a formação do professor nos cursos de graduação. Nesse processo que consiste na obtenção de habilidades cognitivas, representadas pelo domínio dos conteúdos propostos e preparação para a sala de aula. Como identificar um problema, caracterizá-lo e observá-lo para uma possível solução, sempre mediado pela reflexão, pois a formação de profissionais a partir de situações de aprendizagem é o objetivo maior desse processo. Não se trata de investigar quais os modelos e padrões utilizados nas universidades, centros educacionais e faculdades, e sim discutir a urgência de uma reestrutura de pensamento tendo como base a reflexão do indivíduo para com o todo sem que se incorra nos erros e ilusões presentes no processo de ensino / aprendizagem.
A maior prática está relacionada à interação e à comunicação presencial e a reflexão é um processo que tem que ser realizado antes da ação, durante a ação e após a ação que é praticada na sala de aula. Para isso, serão utilizados os movimentos de reflexão descritos por Donald Schön.
A análise será fundamentada pela proposta de Donald Schön para formação do "profissional reflexivo" (SCHÖN, 1987, 1997 e 2000) . Schön (1995), definiu o processo de reflexão como: Reflection in action (reflexão na ação) e reflection on action (reflexão sobre a ação). Schön descreveu como a reflection in action poderia ser usada por profissionais como uma ferramenta para aprimorar suas práticas. Mais tarde apontou que era possível descrever o conhecimento tácito nas ações através de um processo de observação e reflexão (SCHÖN, 1987, 26). A essa proposta será agregada a idéia de Edgar Morin (2000), mais especificamente, o primeiro capítulo do livro "Os sete saberes necessários à educação do futuro" que fala sobre "o erro e a ilusão" no caminho percorrido rumo a construção do conhecimento. Morin (2001), impõe um repensar sobre o que é conhecimento através do erro e da ilusão, ou da sua identificação, e que são riscos permanentes que rodeiam a área da educação quando se tenta conhecer o que é conhecer,... knowledge cannot be handled like a ready-made tool that can be used without studying its nature (Morin, 1999 p.9). Os dois autores, aqui, se completam acerca do que é conhecimento e dos erros, indiretamente, porque aquele mostra o processo que podemos percorrer para se obter conhecimento, enquanto esse fala sobre os cuidados que se deve ter durante esse processo.
Analisar como se desenvolvem os dois processos de pensamento nos capítulos adiante é a proposta que será desenvolvida neste artigo. O que não se pode perder de vista é que mesmo diante das dificuldades subjacentes ao processo ensino-aprendizagem é imprescindível ao professor que ele ultrapasse o estado de simples executante para intelectual crítico que introduz e desenvolve o estudo da cultura e do conhecimento humano.
Autor: Rogério Augusto Tenório


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