Um Algemado Rumo ao Paraíso



UM ALGEMADO RUMO AO PARAÍSO

Vou, entre lágrimas e sorrisos,
Algemado, rumo ao Paraíso.
Escoltado por milhões de borboletas
Assopradas por tufões de mil tormentas.

Megafuracões não hão de apagar
A chama que arde em meu peito.
Sou a lamparina que incendeia o mar
Com o querosene do amor perfeito.

O fole dos quatro ventos,
E o corte dos diamantes,
Tornaram-me incandescente,
Qual ouro mui fulgurante.

Se sou estilhaço de pedra
Que brilha no meio do asfalto,
Além de mim tudo se quebra,
Pois trago o reflexo do alto.


Mas, ao contemplar-me por dentro,
Sou triste abismo de luz.
Não passo de um fragmento
Mentindo a grandeza dos sóis.

Senhor, ergue a Tua espada!
E faz-me pedaços de nada!
Que eu seja um pequeno ornamento,
Pisado à entrada do templo.

E assim, num clamor verdadeiro,
Que eu seja o teu prisioneiro.
Vestido de pranto e sorriso,
Algemado, rumo ao Paraíso.

Flávio Filho
Autor: Flávio Pereira Da Silva Filho


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