Parábola da Flecha



PARÁBOLA DA FLECHA

Uma flecha atirada para o oriente foi soprada pela boca de um profeta.
Afiando foices, poliniza flores.
Derrubando exércitos segue em linha reta.

Uma seta preparada e cintilante,
Desferida, fere rumo ao horizonte.
Rompe as ligas de mil máscaras de atores
Revelando o dissabor de cada fronte.

Irrompendo luz cortante,
Desmanchando o imperfeito,
Relapida diamantes
E refaz o que está feito.

Na vertigem deste vórtice,
Veloz, vence o leopardo.
Águias vêem suas vértices:
Alabastros, puro nardo.

Da aljava para o arco
Atravessa os oceanos,
Recortando todo barco
Que carrega em si engano.

Separando entre as cidades
A virtude e as vaidades,
Cinde a corda sobre a forca,
Singra algemas, volve a força.

Sob o fôlego profético
Que inspirou a trajetória,
Equilibra-se o projétil
Sobre o fio da História.

Mas após itinerar
Toda a terra, céu e mar,
Desfalece em parabólica
A grande heroína eólica.
E descansa pura e certa
Sobre os braços do profeta.
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Flávio Filho


Autor: Flávio Pereira Da Silva Filho


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