UM OLHAR SOBRE A REALIDADE NO TRABALHO DO SUPERVISOR



Ivanilda Mota Cardoso
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Entende-se a supervisão como responsável pela qualidade do processo de humanização do homem através da educação. Cabe a ela não educar o ser humano, mas levar a este auto se educar, fazendo-os conhecer e manusear suas próprias ferramentas. E isso se dá através do conhecimento da realidade dos alunos, do cotidiano fazendo relações teoria e prática que Ferreira enfatiza como ( 2003, p. 87 ) " O foco real é também principio de contextualização do ensino-aprendizagem, observando relações entre teoria e prática, conhecimento e vida do cotidiano, valores pedagógicos e sociais".
E no âmbito escolar os desafios da sala de aula requerem responsabilidade e atitudes dos educadores diante dos resultados da avaliação do sistema de ensino. Por esta razão a avaliar este processo desde a definição dos objetivos até os resultados previstos, desenvolvendo procedimentos diversificados, envolvendo a participação dos professores, alunos e família vem somente dar qualidade a educação nas escolas atuais e o supervisor assume um papel importante nessa transformação afirma, Ferreira

Nessa concepção humana, as "habilidades" do supervisor definem e se realçam. O "super"-visor, então, será aquele capaz de pensar e agir, com inteligência, equilíbrio, liderança, autoridade, "dominando" conhecimentos técnicos e de relações humanas. (2003, p. 71)

É necessário que o supervisor juntamente com a equipe diretiva da escolha assuma esse controle revisando sempre os objetivos e metas propostas pelo Plano Político Pedagógico da escola que foi elaborado no inicio do ano. Que segundo Ferreira " O plano não é um papel para "arquivo" mas encaminhamento de ações conjuntamente refletidas reflexão-ação-reflexão continua sendo, portanto, referencia para o processo de orientação e coordenação supervisoras[...]".
Várias propostas e discussões de autores que se preocupam com a melhoria do trabalho pedagógico, valorizam o ser integral, propiciando ao aluno e professor uma reflexão sobre o processo e não as notas resultantes de provas, e conceitos que reprimem e exclui alunos no cotidiano escolar. É necessário que o supervisor conduza ao aluno um momento de socialização do eu com eu mesmo, proporcionando um momento de descoberta e de utilização das ferramentas que o ajudarão a descobrir seu próprio caminho e fazer suas escolhas dentro de sua capacidade. Levando a aprender educar sua emoção. Sendo que os jovens precisam de alguém que os enxerguem e entendam da maneira como são. Sem discriminação, distinção ou proibição, com compreensão, incentivo e motivação falando a sua linguagem, pois já passaram por esta fase e entendem como ninguém o que é ser jovem, pois a " Supervisão pedagógica refere-se a abrangência da função, cujo "olhar sobre" o pedagógico oferece condições de coordenação e orientação"(FERREIRA. 2003, p. 77 ).
É notório como tantos jovens se perdem por falta de apoio moral, seja na escola ou na família, por falta de sensibilidade de quem os está conduzindo. Porém esse novo jeito do trabalho pedagógico requer mudança de paradigma na educação e a avaliação é um instrumento de ajuda e reflexão para o professor, aluno, família e escola durante o processo de ensino aprendizagem. Analisar o conteúdo, a prática do professor, organização do currículo, as condições de trabalho, ou seja, tudo que está envolvido no contexto da sala de aula, e os alunos como parceiros nesse processo tornando ? os promotores do saber, por meio da auto-avaliação, vêm ser de suma importância para a construção do conhecimento, pois os resultados dessas ações propõem aos profissionais da educação um repensar, uma visão geral das atividades e promover estratégias e habilidades na formação dos educandos. De acordo com Sergiovanni a avaliação serve para fins:

Finalmente, o propósito pelo qual se empreende a avaliação modelara o processo e a forma dessa avaliação. Se o propósito de uma avaliação. Se o propósito de uma avaliação é oferecer informações sobre a mais eficiente de duas ou três abordagens do ensino de leitura, então pressupõe que ela conduza a escolha de uma em vez de outra para a futura implementação ou continuação. Se o propósito de uma avaliação é procurar melhorar um programa de leitura existente, então pressupõe-se que ela leve ao aperfeiçoamento desse programa. (1988, p. 366.)

Sabe-se que o trabalho do supervisor escolar hoje é essencial, para que aconteça um bom desenvolvimento da educação, e que muitos docentes estão dispostos a trabalharem de forma coletiva com o supervisor, pois este reconhece que a parceria só tende a melhorar o ensino na escola, Porém é relevante citar a resistência que ainda existe por parte de muitos docentes que insistem em trabalhar com a metodologia tradicional, não admitindo assim que precisa aprender, pois se acha o dono do saber, e dessa forma suas aulas se tornam alienantes de alunos.
Neste sentido o supervisor escolar tem por objetivo auxiliar o professor na eficiência do ensino levando em consideração de que só a sua eficácia é capaz de realizar a aprendizagem. Como enfatiza Segiovanni:

Um enfoque fundamental da supervisão de recurso humano é o aumento da eficacia do ensino. A eficácia do ensino é por definição levar a efeito as aprendizagens desejadas no aluno ou objetivos das unidades de ensino
(1986,p. 386).

Dessa forma é importante esclarecer que o trabalho do supervisor escolar só vem contribuir com o desempenho profissional do professor em sala de aula, e assim sendo com certeza ambos estarão realizando tarefas bastante satisfatórias para o contexto educacional no ambiente em que estão inseridos.
Partindo do pressuposto que toda pratica deve ser refletida, o supervisor escolar ao iniciar suas atividades, deve elaborar o seu plano de ação que por sua vez contem, estratégias, prioridades e objetivos a serem efetivados ao longo do ano letivo. Sendo assim o profissional deve avaliar suas ações, avaliando os pontos fortes e fracos, refletindo os erros e repetindo os acertos, pesquisando, planejando e revisando sempre o seu trabalho, para que possa fazer mudanças significativas para toda a comunidade escolar.
Portanto, supervisão tem um papel político, pedagógico e de liderança no espaço escolar, penso que é necessário sempre ressaltarmos; sem desconsiderar o restante da equipe, mas o supervisor escolar deve ser inovador, ousado, criativo e, sobretudo um profissional de educação comprometido com o seu grupo de trabalho. Capaz de ter humildade e também de aprender e ouvir quando o grupo fala argumentos teóricos para garantir a continuidade da proposta e ainda a sabedoria de recuar quando sentimos que o grupo ainda necessita de mais tempo.

REFERÊNCIAS

FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org). Supervisão educacional para uma escola de qualidade. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.

SERGIOVANNI. Thomas J. Supervisão: perspectivas humanas. São Paulo: 2. ed. EPU, 1986.
Autor: Ivanilda Cardoso


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