O golpe do macaco



O golpe do macaco Por Renato Uchôa (educador)
Teresina (PI) precisa de melhoramento em vários serviços que são precários. Coleta de lixo, ausência de coletores na região do centro, bairros. Mais, integração nos transportes coletivos, (tardiamente aprovada). Em Campina Grande, cidade do interior paraibano, os coletivos são integrados. Aqui, apenas no papel. Construção urgente de paradas dignas, com a retirada dos paus. Falam em trinta. Precisamos de milhares. Para além do trânsito caótico dos últimos anos, ruas e avenidas intransitáveis, alagadas no inverno passado e já no próximo. São exemplos.
Vários afirmam que a ausência de um planejamento efetivo da prefeitura causa a não excelência nesses serviços. Embora alardeados até em campeonato de visgo como os melhores. Em se fazendo contribuições críticas, o golpe do macaco: em que de frente para o adversário salta por cima de sua cabeça arrematando o mesmo jogando os dois pés nas costas. Teresina é a melhor cidade do mundo pra viver, ou sofrer..., a escolha é sua, nossa. Afinal somos todos atores dessa grande tragédia e, para as eleições que se aproximam aguardem o golpe. Nem todos os macacos ficarão em seus galhos.
A cultura autoritária gestada no período da ditadura militar ainda se faz presente. Incrustada e enrustida no Brasil inteiro. A facisização da e na sociedade se reflete, entre outros aspectos, na defesa da violência. Contanto que seja para os filhos dos outros: pena de morte..., de preferência. Os avanços nas políticas públicas que minoram a situação de pobreza das populações marginalizadas e abrem espaços para suas manifestações culturais são visíveis em algumas áreas. Precisam de elastecimento em várias.
São mais de 500 anos de dívida social provocada pelas elites que não se paga em um único carnê. Daí a coragem na opção que se deve fazer na aplicação dos recursos públicos. Projetos que efetivamente absorva a legião dos deserdados historicamente fadados a dormir em cama de papelão. Os governantes precisam entender que não são reis. São funcionários pagos pela população, não obstante pensarem contrários.
Por fim, de alguma forma, em alguma década ou século quem sabe, as camadas subalternas esgotadas de promessas reagirão à enganação dos governantes. Não será de forma pacífica. Em alguns estados, pela ausência total destes, a criminalidade sai na frente. Já impõe suas leis, seus territórios, inclusive no espaço aéreo com derrubada de helicóptero da polícia recentemente no Rio de Janeiro. Sem tribunais de júri a sentença, para quem vai viver ou morrer, não é publicado no jornal da justiça. Só o aviso da missa de sétimo dia. É assinada por um ar-15, muitas vezes nas mãos de crianças adotadas pelo tráfico. Deveriam estar nas escolas. Enquanto isso o silêncio profundo dos intelectuais, de estourar os tímpanos de vergonha. Lastimável.

Autor: Renato Uchoa


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