A ERA DO ABSOLUTISMO



A ERA DO ABSOLUTISMO

BURNS, Edward Mcnall. A era do absolutismo. In: História da Civilização Ocidental 43ºed. São Paulo: Editora Globo, 2005. pp.425-451 vol.2.
A primeira edição da "história da civilização ocidental" de Burns apareceu em 1941. Várias vezes foram revistas desde então, a obra manteve-se como um dos textos mais populares e amplamente utilizados em colégios e universidades até hoje. Burns foi um ilustro professor e um sério pesquisador, mais agradável e sem ranço, faleceu em 1972.
Para caracterizarmos um momento histórico, devemos analisá-lo incorporando a um contexto de fato.
"A Era do Absolutismo" a de saber: sistema em que a autoridade do governante é absoluta (Dermival rios, dicionário do estudante. ed. Brasil s/a) não fugiu a constatação.
O autor Edward Burns, aborda o filamento histórico que leva ao estado absolutista. "Para o nascimento da civilização moderna; no transcurso dos séculos XIV e XV o poder das monarquias nacionais medievais havia sido gradualmente posto à prova pelas sublevações do fim da Idade Média". Nelson Pilett - História e vida Integrada - também aborda o absolutismo com seqüela de um comportamento político. "com a desagregação do Império Romano Ocidental, os reis exerciam, principalmente, funções militares e políticas. Sem cumprir atividades administrativas, o rei tinha seus poderes limitados pela ação da nobreza feudal, que por serem os senhores da terra controlavam de fato o poder..."
Podemos por assim dissertar que o fim da fragmentação de poder caracterizou o absolutismo, regime político que defendia o poder total na mão dos reis. Onde aproximava Rei, Burguesia e nobres feudais ao controle de governo e que cada um desses era movido por seus interesses próprios; aqui está o diferencial da monarquia absolutista para o despotismo e ou totalitarismo.
Segundo Maquiavel, na sua obra O Príncipe: "defendia que o monarca deveria utilizar qualquer meio ? lícito ou não ? para manter o controle do seu reino" A frase que resume suas idéias é: "Os fins justificam os meios"
Em contra partida temos grandes controvérsias a este respeito, que remontam aos pensadores Karl Marx e Frederich Engels, que formularam teorias com base no materialismo histórico (isto é, que têm como enfoque a luta de classes) apontando que o poder do Estado serve basicamente aos interesses das classes que controlam os meios de produção.
Dentro da perspectiva marxista, portanto, o poder político centralizado pelo aparelho do Estado possui vínculos com a economia e o modo como os homens produzem os meios de sua sobrevivência...
Contudo, Burns, nos mostra dentro de sua obra a Era do Absolutismo, uma análise do fortalecimento do absolutismo após 1500 seriam:
O apoio de novos órgãos de governo; o sustendo das guerras, pois fortalecia o poder do estado; a Revolução Protestante que respalda a onipotência real.
Vemos que o absolutismo enraizou por trazer em suas competências a organização e unidade a Europa.
Em sua narração o autor fala da decadência da monarquia absolutista na Inglaterra; ressaltando ser o único país europeu em que o absolutismo entra em decadência antes de 1789 sendo os motivos de ordem política, econômica e religiosa, dentro dos estudos do autor.
Com Pilett vamos retroceder no tempo, antes decadência do absolutismo na Inglaterra, para assim entendermos seus motivos:
A centralização do poder na Inglaterra ocorreu com o coroamento de Henrique II- que logo foi sucedido por seu filho Ricardo Coração de Leão (1189-1199) dos dez anos de seu governo, Ricardo ausentou-se da Inglaterra por nove anos, liderando a terceira cruzada e lutando no continente europeu. Essa longa ausência causou o fragmento da autoridade real e o fortalecimento dos senhores feudais. Após, tivemos mais fragmentações da autoridade com o reinado de João sem-terra ? irmão de Ricardo, sendo obrigado pela nobreza assinar um documento (magna carta) limitando sua autoridade. Henrique III filho e sucessor de João sem-terra enfrentou a oposição da nobreza que instigou a população a defender a instalação de um parlamento, o qual quem estaria a frente seriam burgueses, clero aristocracia.
Como podemos ver o fim do absolutismo na Inglaterra se deu pela fragmentação do poder, porém sem por em risco a unidade territorial, é curioso constar que mesmo sob a limitação do poder real, a existência do parlamentarismo, temos historicamente um país mais poderoso da Europa, apartir do século XVI. Até hoje, a Inglaterra é uma monarquia parlamentarista (Estado em que o soberano é monarca).
A mais forte teoria política do absolutismo vem da filosofia Francês Jean Bondin (1530- 1596) dizia: "os governos estão submetidos à lei divina" ideias difundidas na idade média; bondin até reconhecia que o príncipe tinha o dever moral de respeitar os tratados que assinava, mas não reconhecia nenhuma forma de parlamento.
Portanto, o estado absolutista a lei não era a mesma para todas as famílias de "sangue azul", da nobreza, tinham privilégios especiais garantidos pela lei. Os reis não eram escolhidos pelo povo, afinal, o Estado Absolutista nada tinha de democrático. A nobreza se encarregava de escolher o rei que, uma vez coroado tornava-se poder absoluto. Muitas vezes, as famílias aristocráticas se digladiavam para decidir quem escolheria o rei absolutista.
Indicamos esta resenha, aos acadêmicos do curso de História, aos professores e aos demais alunos e ou acadêmicos que queiram enriquecer seus conhecimentos quanto a era do absolutismo.

Autor: Simone Barbosa


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