Tecnologia na Educação Matemática



1. Definição do objeto de estudo

1.1. Tema:
A Educação tem passado por um processo de evolução técnica "tecnologia como facilitador nos processos". Nós, professores, reconhecemos o quão distante nossa prática na Escola está em relação à evolução da tecnologia. Essa defasagem de inclusão de recursos tecnológicos tem deixado de aprimorar novas metodologias para aprendizagem matemáticas nos espaços virtuais. No campo da realidade virtual, uma tecnologia que prevê a criação de um mundo imaginário na tela de computador.
O projeto em questão visa pesquisar e utilizar programas Dinâmicos na WWW (World Wide Web), como o Skecthpad (geometria), Gnuplot (gráficos), Proglin (programação linear), Matgraph (gráficos), Derive (manipulador simbólico, gráficos, etc.) Ace2000 (osciloscópio), Rurci (álgebra e trigonometria), Eukeprop (geometria). A utilização de um ou mais destes recursos representa uma maneira de facilitar a aprendizagem matemática promovendo a exploração e a investigação de propriedades de uma forma interativa e construtiva.
Utilizar recursos tecnológicos colabora com a construção de um conhecimento significativo, pois explora a investigação e curiosidade do aluno num processo lógico visível.
É o que diz Hadamard (1945):
"De fato, é óbvio que qualquer invenção ou descoberta, em Matemática ou em qualquer outra área, acontece pela combinação de idéias...algumas das quais podem ser férteis...É necessário construir numerosas possibilidades de combinações, e encontrar dentre elas as que são proveitosas..."
Portanto este projeto visa pesquisar, como os programas dinâmicos "software" facilita uma aprendizagem significativa de conteúdos matemáticos

1.2. Problema:
A educação matemática atualmente não tem desenvolvido ambiente altamente motivador, pois tem se materializado mecanicamente, levando o aluno a ter uma defasagem muito grande em conteúdos que poderiam ser desenvolvidos digitalmente com recursos altamente diferenciados, "ambiente motivador". Trabalhando com dados reais.
2. Justificativas e objetivos.
"A necessidade de novos conteúdos de Matemática que visem capacitar os estudantes
para o próximo século não é compatível com as estruturas curriculares vigentes...Novas alternativas curriculares dependem de substancial aplicação de potentes tecnologias. Este processo deve incluir dramático crescimento nas interações entre os participantes do processo educacional e entre os recursos disponíveis". (Kaput,1996).
Os professores de matemática, atualmente, não têm utilizado recursos tecnológicos para aprimorar e fixar conteúdos que são de difíceis entendimentos, como auxilio pedagógico, pois, não tem levado ao aluno uma interação agradável entre a educação matemática e o mesmo. O porquê estudar matemática pode ser exemplificado através de software contribuindo para uma aprendizagem que faz sentido, ou seja, significado e aplicação.
Professores precisam utilizar recursos tecnológicos como apoio a conteúdos matemáticos para criar ambientes agradáveis e dinâmicos, contribuindo para um provável sucesso dos estudantes em matemática.
A Influência da escola em seus professores de matemática, para estarem utilizando recursos tecnológicos deverá ser constante, pois muitos não são capacitados para se auto informatizar, por motivos de tempo, dinheiro ou por simplesmente não querer fazer.
Contudo, a mudança na educação matemática para um visão "tecnomatemática" tem que acontecer, pois, formar alunos que simplesmente estudam por estudar não é o objetivo principal, mas sim levar ao aluno a construir conhecimentos e transformá-los em cidadãos.

3. Pressupostos teóricos e metodológicos.

3.1. Fundamentação teórica:
Segunda as informações de Richards, 1991.
"É necessário que o professor de matemática organize um trabalho estruturado através de atividades que propiciem o desenvolvimento de exploração informal e investigação reflexiva e que não privem os alunos nas suas iniciativas e controle da situação. O professor deve projetar desafios que estimulem o questionamento, a colocação de problemas e a busca de solução. Os alunos não se tornam ativos aprendizes por acaso, mas por desafios projetados e estruturados, que visem a exploração e investigação"

Em artigo no Mathematical Intelligencer, Chandler&Edwards fazem clara referência a estes dois aspectos:
"Para os matemáticos, um perene problema é explicar ao grande público que a
importância da Matemática vai além de sua aplicabilidade. É como explicar a alguém que nunca ouviu música a beleza de uma melodia...Que se aprenda a Matemática que resolve problemas práticos da vida, mas que não se pense que esta é a sua qualidade essencial. Existe uma grande tradição cultural a ser preservada e enriquecida, em cada geração. Que tenha-se cuidado, ao educar, para que nenhuma geração torne-se surda as melodias que são a substância de nossa grande cultura matemática..."

De acordo com Dubinsky, 1991.
"Na educação a preocupação principal deveria ser a construção de esquemas para o entendimento de conceitos. O ensino deveria se dedicar a induzir os alunos a fazerem estas construções e ajudá-los ao longo do processo...Aprender envolve abstração reflexiva sobre os esquemas já existentes, para que novos esquemas se construam e favoreçam a construção de novos conceitos...Um esquema não se constroe quando há ausência de esquemas pré requisitos..."

É esclarecedor o que diz Piaget (1973), particularmente no contexto da Educação
Matemática:
"O papel inicial das ações e das experiências lógico matemáticas concretas é precisamente de preparação necessária para chegar-se ao desenvolvimento do espírito dedutivo, e isto por duas razões. A primeira é que as operações mentais ou intelectuais que intervém nestas deduções posteriores derivam justamente das ações: ações interiorizadas, e quando esta interiorização, junto com as coordenações que supõem, são suficientes, as experiências lógico matemáticas enquanto ações materiais resultam já inúteis e a dedução interior se bastará a si mesmo. A segunda razão é que a coordenação de ações e as experiências lógico matemáticas dão lugar, ao interiorizar-se , a um tipo particular de abstração que corresponde precisamente a abstração lógica e matemática".


3.2. Metodologia:
- Utilização de conteúdos de difíceis entendimentos;
- Condução de experiências matemáticas;
- Utilização de Software para aprimorar conteúdos;
- Elaboração e análise;
- Estudo e classificação do comportamento;

4. Bibliografia.
Dubinsky,E. 1991: Reflective Abstraction in Advanced Mathematical Thinking , em D.Tall
(ed.), Advanced Mathematical Thinking, Kluwer Academic Press.

Kaput,J. 1992: Technology and Mathematics Education, em Grows, D. (ed), Handbook of
Research on Mathematics Teaching and Learning , MacmillanPublishing Company.

Piaget, J. 1973: Comments in Mathematical Education, em A.G.Howson (ed) Proceedings of
the Second International Congress on Mathematical Education, Cambridge University
Press.

Richards,J. 1991: Mathematical Discussion, em E. von Glaserfeld (ed) Radical
constructivism in Mathematical Education. Dordrecht, The Nederlands: Kluwer Santarosa, L.M.C. 1995: Formação de professores em Informática na Educação, Actas do II Congresso Ibero-Americano de Informática na Educação, Lisboa/Portugal,1995,
vol.II, .pag. 22-23.

Autor: Maximiliano Souza Soares


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