Capitalismo e sociedade atual
O sistema que influencia todas as atividades das pessoas no cotidiano é o capitalismo cujas diretrizes são baseadas no constante acúmulo de capital e na busca pelo poder mediante os objetos e, principalmente, os seres. Porém, tal sistema, propriamente dito, não pode ser responsabilizado pelo estado de caos que o mundo encontra-se, mas sim a conduta humana, visto que a elaboração, o desenvolvimento e a instituição do capitalismo como modelo fora proveniente das atividades e dos pensamentos das pessoas. Assim, o homem promove críticas negativas, diariamente, a uma criação que tem apenas a sua assinatura como fundador.
Querer que todas as pessoas vivessem em um suposto estado de cooperativismo seria algo utópico na atualidade. Que atire a primeira pedra quem não gosta de viver com o máximo de conforto possível ou que não fica feliz por comprar algo de marca. Melhor, que atire a primeira pedra quem abriria mão do suposto luxo que tem para que o outro tivesse uma vida melhor. As pessoas são os produtos do meio, as quais pensam e portam-se conforme os costumes sociais, em que todo comportamento desviante de tais condutas é considerado como errado e inapropriado. Entretanto, em meio à ideologia capitalista, o que foi feito dos princípios e valores que cada pessoa deveria ter como sua base fundamental? É inútil tentar mudar o mundo sem, antes, cada pessoa rever seus conceitos e suas prioridades.
Assim, chego ao foco do problema. Basicamente, não é o sistema que deveria mudar, mas a conduta das pessoas. Ou seja, tais poderiam desfrutar de um conforto proporcionado pelo acúmulo de capital e, mesmo assim, serem caracterizadas por apresentarem uma "cabeça pensante", em que questionariam e lutariam para que seus direitos fossem assegurados, teriam desejo pelo ensino e a obtenção do maior número de informações possíveis para que fossem mais aptas em suas escolhas, como nas eleições, por exemplo, e não mascarariam os problemas sociais como se esses não existissem, o que resultaria em menos comodismo e mais ação consciente.
Quem sabe se a palavra "eu" deixasse de representar apenas um pronome pessoal do caso reto, ou seja, algo único e singular e tivesse a capacidade de transmitir a idéia de uma massa pensante, a sociedade apresentaria menos alienação em sua estrutura. Dessa maneira, as pessoas pensariam em outro assunto que não fosse capital, pois teriam tempo para preocuparem-se com os problemas alheios e expressariam sentimentos sem sentirem vergonha disso, isto é, deixariam agir feito as máquinas programadas e poderiam voltar a brincar de ser gente.
(Mariana Tannous Dias Batista)
Autor: Mariana Tannous Dias Batista
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