Um olhar diferente acerca do ensino de Matemática.



Um olhar diferente acerca do ensino de Matemática.
Aldair Monteiro de Sousa.
[email protected]
Estudante de Graduação. Licenciatura Plena em Matemática.
IFPA ? Belém ? PA.
(91)8246-1996.

Resumo
Este trabalho traz um olhar diferente para aqueles que estão iniciando no mundo da Licenciatura em Matemática apoiando-se, principalmente na LDB (lei de Diretrizes e Bases da Educação), mostrando como ensinar uma disciplina que a maioria dos alunos teme por não saberem a verdadeira beleza que existe por de traz da Matemática. Assim este artigo vem trazer a tona o principal problema enfrentado pelos alunos em aprender Matemática e as dificuldades dos professores em entender o porquê dessas dificuldades, dando algumas recomendações sobre como proceder de maneira mais abrangente.
Palavras Chave.
Licenciatura em Matemática, dificuldades dos professores, Educação Matemática.
Abstract
This work brings a different look for those starting in the world's Degree in Mathematics relying mostly on LDB (Law of Directives and Bases of Education), showing how to teach a subject that most students fear not knowing the true beauty that exists to bring mathematics. So this article brings to light the main problem faced by students in learning mathematics and the difficulties of teachers to understand why these difficulties by giving some recommendations on how to proceed in a more comprehensive.

Key words:
Degree in mathematics, the teacher´s difficulties, Mathematics Education.





1 ? Introdução:
A necessidade do homem fez com que ele inventasse ou descobrisse novas ferramentas para resolver seus problemas, e uma delas foi uma linguagem que conseguia expressar de forma mais exata possível, que hoje conhecemos pelo nome de Matemática.
Com o passar do tempo o próprio homem foi evoluindo, construindo novas maneiras de responder suas dúvidas com mais eficácia, daí surgiram os computadores, mas sempre fazendo uso da matemática. E é exatamente nesse contexto complexo da sociedade que vivemos cercados de tecnologias que a todo instante se renovam, ou seja, se antes era preciso ter pouco conhecimento com números, saber interpretar problemas e fazer alguns cálculos, agora é preciso ter bastante conhecimento, para acompanhar as inovações tecnológicas e se destacar no mercado de trabalho, e assim ter uma vida "bem sucedida".
Mas como o ser humano pode aprender tal ferramenta matemática se o sistema não o permite que ele tenha tempo suficiente para sua própria família? Será que as pessoas foram transformadas em máquinas que só fazem repetir as mesmas coisas no trabalho? Será que a humanidade não tem mais jeito e formos tomados pela síndrome da "Manuela" (eu nasci assim, eu fui sempre assim, vou morrer assim...).
É claro que muitas dessas indagações são para refletir sobre o tipo de projeção feita nas crianças e, que apesar desses problemas quase sempre não acontecerem com as mesmas, elas são afetadas indiretamente, pois participam da vida familiar, em que há um fluxo de energia muito intenso no que diz respeito às emoções, pois as pessoas são seres dotados de sentimentos e dependendo do estado emocional da criança afetada elas se tornarão pessoas bem ou mal sucedidas em suas vidas.
E qual o papel do professor de Matemática? O que a Matemática tem haver com isso? Será que devemos nos responsabilizar ou apenas culpar os pais por não conseguirem educarem seus filhos? Será que só devemos ensinar quem está interessado em aprender e deixar de lado os que não querem nada?
É por esses e outros questionamentos que os professores e futuros professores de matemática têm mais do que uma responsabilidade, possuem também a obrigação de formar futuros indivíduos com senso-crítico e ajudar a abrir os olhos daqueles que ainda não o fizeram e que estão adormecidos perante o mundo da matemática, pois por muito tempo a maioria dos professores se achavam os verdadeiros donos da verdade e em particular os de matemáticas, que teve como conseqüência a criação de uma cultura que prega que só os mais inteligentes tinham capacidade de aprender matemática ou então se subestimavam a mesma dizendo que a matemática não servia para nada, assim temos a obrigação de desmitificar essa falsa realidade.
E se quisermos que eles se tornem pessoas investigadoras devemos incentivá-los, isso se torna possível quando o professor se sente incomodado com o atual processo educacional, questionando o ensino reprodutor e incentivando através de situações problemas, que abrange várias vertentes, como a Etnomatemática, a Modelagem e a História da Matemática a fim de dinamizar os diversos problemas no ensino da Matemática.

2 ? Objetivo:
Mostrar aos futuros professores de Matemática sobre como proceder em sala de aula, mesmo que aparentemente não tiver solução para ensinar alunos, mostrando assim um leque de caminhos que poderão ser usado pelo o professor.

3 ? Materiais e Métodos:
A Matemática ainda hoje é vista essencialmente como algo difícil e totalmente abstrato, o que torna seu aprendizado na maioria das vezes, improdutivo, proporcionando, com isso, um mau desempenho dos alunos. Em virtude disso, há formas de vinculá-la as práticas do cotidiano, ou aproximá-la da realidade dos alunos sem, contudo, desmerecer a cientificidade da Matemática.
Em muitas escolas é comum o professor de Matemática ficar de costa escrevendo no quadro fórmulas enormes sem se preocupar se tem algum sentido para os alunos, fazendo parecer que a matemática é um bicho-de-sete-cabeças. É nesse sentido que proponho alguns meios de ensinar, facilitando a aprendizagem e criando um melhor relacionamento entre professor e aluno, através da história, modelagem e Etnomatemática, podendo o leitor se aprofundar vendo os livros usados sobre esses assuntos na referência bibliográfica.
Para que esses conceitos tornem-se presente de maneira significativa é necessário desenvolver competências que lhe é peculiar e que precisa ser acompanhada de situações e exemplos que lhe dêem materialidade, isso se torna possível quando os professores têm em mente o processo onde uso e como uso.

Ø História da Matemática:
O ensino da matemática é tido como um desafio, tanto para professores, quanto para os alunos, que de maneira contínua, praticam suas atividades em sala de aula. A história da matemática pode ser vista como uma ferramenta de apoio didático-pedagógico capaz de facilitar a compreensão de diversos assuntos matemáticos que foram sendo construídos durante o desenvolvimento de nossa existência. Portanto, trabalhar esses aspectos desperta o interesse nos alunos, assim segundo Valdés ele explica que:
A visão histórica transforma meros fatos e destrezas sem alma em porções de conhecimento buscadas ansiosamente, e em muitas ocasiões com genuína paixão por homens de carne e osso que se alegram imensamente quando pela primeira vez se deparam com elas. (Valdés, 2006 ? p. 15).

Logo, Mendes (2006) acrescenta dizendo que a história da matemática no ensino escolar deve dá ênfase ao caráter investigativo teórico e prático que justificam a necessidade e significação dos conceitos/conteúdos na educação.
...as atividades históricas devem ser elaboradas de modo a imprimir maior significação à matemática escolar, pois o conhecimento histórico pode ser implícito nas atividades desenvolvidas, ou explícitos nos textos históricos resgatados de fonte primárias (textos originais, documentos ou outros artefatos históricos) ou secundárias (informações de livros de história da matemática ou de livros paradidáticos).(Mendes, 2006, p. 56).
Desse modo, trabalhar com essa tendência matemática pressupõe uma participação mais efetiva na construção do conhecimento do aluno, através principalmente de interações professor-aluno e aluno-aluno que são partes integrantes do processo de ensino-aprendizagem.
Por tudo isso, cabe ao educador tomar decisões para que a história da Matemática não se resuma a biografia de autores, como é perceptível visualizar em muitos livros didáticos.
Para que seja possível implementar essa perspectiva teórica-prática, é importante valorizarmos e adaptarmos as informações históricas às nossas necessidades, de modo que seu uso seja o mais produtivo possível na sala de aula. (Mendes, 2006, p. 99, 100).


Ø Etnomatemática:
A Etnomatemática constitui-se num campo da Educação Matemática que muito tem acrescentado para a educação matemática, ela se estabelece como uma área do conhecimento intrinsecamente ligada a grupos culturais e a seus interesses. (Mendes, 2006, p. 29).
A Etnomatemática, assim como as outras tendências, além de dinamizar o ensino de Matemática, estabelece certo grau de comprometimento com o ato ser diferente, pois ela constitui o reconhecimento de todas as culturas, todos os povos para desenvolver maneiras de explicar, de conhecer e lidar com a realidade, possibilitando, ainda que de modo indireto, a prática da não rejeição. E isso, de acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, artigo III estabelece o respeito à liberdade e apreço à tolerância.
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (LDB, 1996).

Uma das suas dimensões a procura da realidade sócio-cultural para chegar à ação pedagógica de maneira natural é através de um enfoque cognitivo com forte fundamentação cultural.
Desse modo, a Etnomatemática, fundamentada na idéia de D?Ambrósio, vem estabelecendo ao longo da história um olhar sobre as práticas matemáticas atribuídas a indivíduos e povos que tem criado e desenvolvido instrumentos materiais e intelectuais para explicar, entender, conhecer, aprender para saber e fazer segundo suas necessidades de sobrevivência e transcendência.
Com isso, se enquanto educadores tomarmos exemplos matemáticos de contexto específico auxilia na compreensão da matemática formal, sem a necessidade de amputar aquelas percepções afloradas no contexto do grupo sócio-cultural.





Ø Modelagem Matemática:
Trabalhar com a Modelagem Matemática, de acordo com Biembengut (1997) é um mecanismo (modelo) que integra a Matemática com a realidade, sendo essa duplicidade indissociável. E essa junção, segundo Bassaneli (2002), se dá através da transformação dos problemas do cotidiano do aluno para uma linguagem Matemática, interpretando e analisando os dados propostos para resolvê-los. Mas, é relevante ressaltar que essa prática é um tanto ?difícil? de ser introduzida no ambiente escolar, já que é uma proposta que vem de encontro com o processo educacional até então conhecido (ensino tradicional).
O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um(LDB, 1996).

Desse modo, a arte de modelar está representada por meio de objetos e/ou símbolos que dão materialidade a conteúdos apresentados de maneira abstrata, somente. No entanto, não podemos confundir a modelagem com desmerecimento da cientificidade da matemática, pois a arte de modelar deve ser interpretada, segundo Mendes (2006) de modo que os termos matemáticos sejam compreendidos em relação à situação proposta (...).
Com isso, entender o uso da Modelagem Matemática em sala de aula é antes de tudo, tomar conhecimento de tal tendência de modo a instituí-la como uma ferramenta eficaz no ensino se trabalhada de maneira correta pelos educadores, de modo a concebê-la como um conjunto de artifícios para construir um paralelo entre tentar explicar matematicamente os fenômenos presentes no cotidiano dos alunos, ajudando-o a fazer predição e tomar decisões (BURAK, 1987, p. 21).







4 ? Resultados e Discussão:
...redefinimos o que hoje se entende por educação. Ela não é apenas um amontoado de regras, conceitos ou ainda mecanismo para extrair boas notas. Ela deve, entre outras coisas, valorizar o ser humano, pois a educação faz parte de sua vida, ou melhor, ela é a própria vida, em que todos são possuidores de educação (MOREIRA, 2009)

Por isso, devemos enquanto educadores, refletir e pensar o que é mais produtivo, para com isso, buscar respostas possíveis e reformular o ensino às necessidades de todo corpo discente, como sugere a LDB (1996) e o PCN (1997).
Isso se torna possível quando há planejamento (organização) e estímulo para a validade de uma aprendizagem continuada, essa que tem como ponto de partida o resgate da cidadania dos alunos.
Essas questões, quando levadas em consideração, podem dinamizar uma aula que na maioria das vezes não oferece nenhuma relação com o cotidiano do aluno, mas para que isso ocorra o professor deve se sentir incomodado com o que faz (atos, condutas e relação com o aluno) e através disso, planejar e tomar decisões a partir da disposição e desejo de mudança.
Com isso, o artigo 1º da LDB reforça a idéia de que a educação escolar assume, para si, a extraordinária responsabilidade de formar o indivíduo para que ele possa interagir como pessoa em desenvolvimento dentro da sociedade.








5 ? Referências:
Livros:
BURAK, D. Modelagem Matemática: uma metodologia alternativa para o ensino de matemática na 5ª série. Rio Claro-SP, 1987. Dissertação (Mestrado em Ensino de Matemática) ? IGCE, Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho-UNESP.
MENDES, Iran Abreu. Matemática e investigação em sala de aula: Tecendo redes cognitivas na aprendizagem. Flecha do tempo. Natal: 2006.
FOSSA, John; MENDES, Iran Abreu; VALDÉS, Juan E. Nápoles. A História como um agente de cognição na Educação Matemática. Editora Sulina. Porto Alegre: 2006.

Sites:

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm. Acesso em: 28 de junho de 2010. 04h10min.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso: 29 de junho de 2010. 10h45min.

MOREIRA, Luiz; PERES, Camila. Educação Ensino e Instrução: Um olhar crítico a cerca de tais constructos. 2009. Disponível em: http://www.artigonal.com/educacao-artigos/ensino-educacao-e-instrucao-um-olhar-critico-acerca-de-tais-constructos-1227693.html. Acesso: 28 de junho de 2010. 12h56min.

Possíveis articulações entre Etnomatemática e Educação Matemática. Disponível em: www.fae.ufmg.br/ebrapem/completos/07-03.pdf. Acesso: 29 de junho de 2010. 22h12min.





Autor: Aldair Monteiro De Sousa


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