Colocação: peça fundamental para o ensino e a aprendizagem do vocabulário de uma língua estrangeira.




Colocação: peça fundamental para o ensino e a aprendizagem do vocabulário de uma língua estrangeira.

" Collocation will become so central to everyday, teaching,that we will wonder whatever took up so much of our time betore" ( M. Lewis (2001 27)

Resumo

Neste artigo, vamos dar uma visão geral sobre a questão da ocorrência das colocações a partir de uma perspectiva de ensinamento e de aplicação. O artigo inclui uma discussão do ponto de vista de ensinamento e aprendizagem quanto ao uso das colocações; sugestões para a realização de análises, tratando de sentença, lexicalização, referindo-se a geração de expressão e compreensão linguística. Durante todo, a ênfase é sobre as formas estabelecidas, que podem ser usadas para construir sistemas simples, worked on more practical result.

ABSTRACT

In this article we give an overview on the issue of occurrence of colocation from the perspective of teaching and application. The article includes a discussion of point of view of teaching and learning to use the settings, suggestions for the analysis, dealing with sentencing, lexicalization, referring to the generation of linguistic expression and comprehension. Throughout, the emphasis is on established forme that can be used to build simple systems, but worked in practical consequence.

Keywords: teachers? colocation, students?ideas, theoric and pratical teaching, polylexical unit, orrurrence

Introdução

Quando se fala da aprendizagem do vocabulário da língua temos às vezes a tendência a falar das palavras em termos quantitativos. Tendo em conta o uso das palavras. Sem fala em termos de número de significados e ou de combinações. Por razões de aprendizagem, os professores, por exemplo, esforçam-se em tratar de um número de colocações num âmbito do programa do ensino e de aprendizagem. Pois o professor nunca delimitara o campo de colocações e expressões a estudar. Porque com o conhecimento de um certo número de colocações não é suficiente para comunicar bem.

Apreender as unidades polilexicais, e sobretudo, as colocações constituem a peça fundamental de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras como língua segunda, inclusive a partir do nível inicial e intermediário.

Nós vamos tentar tratar da questão tanto do ponto de vista didática como na perspectiva do ensino das colocações, nós explicamos primeiro a razão pela qual tem que dar importância às colocações e quais são os problemas decorrentes do ponto de vista didática, tanto no plano receptivo como produtivo.

Numa segunda parte, tratamos de colocações no ensino e aprendizagem, com base no conhecimento e nas dadas situações. Como identificar, qualificar e organizar essas colocações semanticamente com vista a promover a auto-aprendizagem? Ilustrando a nossa abordagem com exemplos a partir da aula do português para os estudantes arabofones.

1 ? polilexicais unidades e colocações

Enriquecer e ampliar o vocabulário não significa apenas aprender palavras novas, mas isso implica também apreender as palavras comuns numa nova combinação. Isso não é suficiente, por exemplo, compreender as palavras ou entender a expressão tão comum e separadamente como, atleta e Jovem para que se entenda que isso trata de uma colocação no sentido de ( jovem atleta) e não só mera leitura, no árabe observamos o mesmo fenômeno. ( arb. 1J'6J / 4'( a combinação orreta ( 1J'6J 4'( ) (chab riadi )

Pois o léxico não é composto apenas de palavras isoladas, mas combinações das palavras. Temos, portanto, que se interessar as unidades lexicais e polilexicais, estudando os diferentes tipos e graus de co-ocorrência, associação e selecção, isso obedece a uma certa regra gramática e semântica que constitui um contraste lingüístico ( em estado grave mas seriamente feridos, colocações que podem apresentar dificuldade para o aprendiz), arabofone na primeira vez sem controle sobre as co-ocorrências. ( arb. (.7J1 \ jhater\ (4/) \ bichida- (AJ -'D) .7J1) ( fi hala jatirra) e ((,1H- .7J1) ( bijuruh jatirra) essas co- ocorrências pedem um certo conhecimento uma só ocorrência "bombeiros no português " pede 4 co-ocorrências para o árabe ( al wikaia al madania) ( arb. . 'D-E'J) 'DE/FJ) ) ( rijal al almatafi 1,'D )

Eis uma classificação dessas unidades polilexicais numa ordem idiomática mais ou menos crescente em termos de fixidez, ilustrando tal dificuldade para o aprendiz :


- Colocações "toda unidade polilexical que se caracteriza por uma co-ocorrência privilegiada de palavras, isso se situa entre as associações livres como ( um carro branco, o vermelho e preto) e expressões idiomáticas ou fixas (ter uma onda na alma ) (Fontenelle. 1977,16ss),: levar / tomar uma decisão, fazer um julgamento, um fumante pesado, um iminente acidente, uma guerra iminente, saber pertinamente.

- As expressões que facilitam os contatos sociais ( Lubrificador social), você tem razão, bem entendido, não vai demorar ou já vou; etc

- As formulas de comunicação correntes, saúde! Após um espirro, Senhor bem servido, conforme o ponto de vista do Sr;

- Extremos das sentenças: "Preconstructed chunls of language" (Loewe de 2001), mais nos extremos das frases, que os alunos aprendam são longos. Conforme a nosssa experiência na sala de aula enquanto mais palavras ensinadas maior o interesse para completar colocações e frases, mais isso torna fácil e apto para a produção diante de um idioma natural, autêntico, porque isso possibilita partes de palavras e sentenças corretas e inteiramente formuladas:

Permita-me de apontar para você que ... Eu lamento informar que;

- Conectores: por uma parte, e por outra parte; primeiro, segundo... etc.

- Expressões idiomáticas: há boas escapatórias, a mãe amamenta o bebê, ter o seu coração na sua mão,

- Provérbios: "longe dos olhos, perto do coração";...etc

- Complementos de comparação: rico como soberano ...etc

2 ? Porque dar tanta importância as colocações?

"Worschatzlernen ist Kollokationslernene", pretende Hausmann FJ (1.984). Lewis (2,001), tem dedicado a isso um livro inteiro, intitulado "Teaching collocation", pois considera o controle de colocações como uma pedra fundamental de aprendizagem de um idioma estrangeiro.

As Unidades Polilexicais, e as colocações em particular apresentam problemas para os aprendizes em termos receptivos e no plano produtivo.

No plano receptivo, às vezes o significado global não é previsível a partir dos componentes ou a partir da língua materna por exemplo: ponto morto, uma ligeira maioria, risada amarela, pão, torrado,.

One of the main reasons the learner finds listening or reading difficult is not because of the density of new words, but the density of unrecognizes collocations. The main difference between native and non native speakers is that the former have met far more English and so can recognize and produce these ready-chunks, which enable them to process and produce language at a much faster rate. ( Hill 1993. 53)

No plano produtivo trata de colocação onde não há contexto que permite inferir no sentido e no significado. O aprendiz é obrigado a formular por se memso suas idéias. Se puder evitar as expressões idiomáticas ou provérbios da língua-meta, tal aprendiz não poderia escapar a obrigação de combinar as palavras, as unidade lexicais, até mesmo para expressar as idéias muito simples. Os erros freqüentes são comuns como do tipo "um alto salário, um grande industrial, uma grande demanda, isso demonstra claramente as restrições combinatórias podem constituir um problema difícil.

Para receptor nativo, a maioria das colocações são previsíveis, graças sua intuição. Esse não é o caso para o aprendiz arabofone ou francofono que precisam recorrer às obras de referência e adequadas colocações. Pois para os franceses, os dicionários de colocações refletem de forma sistemática e organizada o fenômeno. Tornando-as fáceis e acessíveis para o uso.

Embora as colocações estejam à disposição dos estudantes, isso não permite suficientemente para eles designar os objetos das pessoas, mas só para conversar e comunicar. O quadro das colocações verbais, abaixo sobre a situação permite de explicar o fenômeno. Tomando por exemplo co-ocorrências que não permitem não somente conhecer o equivalente em Inglês ou em árabe:

substantivo
1. 391
2. 'D391
3. +EF
4. BJE)
5. *39J1)

verbo
1. -// 'D+EF
2. 3#D 9F 'D391


( Price) ou do Árabe (Taman/sihr,kima etc), mas comunicar fazendo ao mesmo tempo integração das informações pragmáticas . como por exemplo um comerciante fixa os preço, pratica os preços ( convenientes (razoáveis, exorbitante ...), o cliente tem um preço ( favorável dos amigos, ...). assim para diante graças as colocações que podemos descrever a trajetória de uma empresa que nos criamos / instituída com base, que se desenvolve, que funciona em pleno regime, que produz, que exerce em plena capacidade, que esta em operação plena, está decrescendo ou degradando, estar em fase de falência, etc. Esses exemplos de colocações e co-ocorrências postos nas salas de aula como partes de expressões diante das quais os aprendizes podem apoiar-se para expressar suas opiniões e memorizar essas ocorrências.

Para desenvolver a competência combinatória lexical, é importante considerar esses lotes de produção porque são tidos como exercícios de co-ocorrêcias de colocações conforme a situação envolvendo os estudantes na sal de aula. Isso encontra-se portanto confirmado pela pesquisa de Arkins e Varantola (1997: 31) nos hábitos e estratégias da pesquisa sobre os aprendizes da língua estrangeiras,bem como sobre a pratica de outros estudantes na área de tradução:

It?s interesting to note that the kind of expressions which caused most of the problems were not « hard » words (difficult or rare terms ) but very general words whose translation is highly context dependent, or combinations of extremely basic terms which all the students knew.


3 - como identificar as colocações?

As unidades polilexicais existentes nos dicionários tradicionais são o resultado de reflexões dos autores do dicionário, o lexicógrafo.

Actualmente, a tecnologia de computador pode "calcular" automaticamente as ocorrências de colocação preferencial qualquer que seja a palavra a partir de um importante corpus de textos. Este trabalho pode ser feito, por exemplo, a partir de textos literários, jornalísticos que são os mais acessíveis, os quais atualizados e envolvidos em vários domínios. Além disso, na nossa aula do português situações envolvem as colocações que os aprendizes do nível intermediário ou avançado vão identificando.

Na lexicografia faz-se interpretar as listas de ocorrências preferenciais aquelas que passam das unidades polilexicais para as colocações pertinentes.

Perante este trabalho de interpretação, o lexicógrafo considera um certo número de co-ocorrência objeto das unidades polilexicais inventadas. Essas unidades são por natureza um fenômeno complexo de interpretação. Em razão da técnica que envolve a identificação e a freqüência segundo as particularidades sintáticas e semânticas. O que torna a tarefa para o aprendiz muito mais difícil na escolha em termos de ( uma forma do ou/e não de jogo). Assim a identificação das unidades para o aprendiz implica uma visão sistêmica e restrita da série complexa das colocações.

Mel'cmk propôs um quadro descritivo das colocações com base de funções lexicais, o que mostra que uma boa parte pelo menos destas combinações correspondem aos níveis universais da linguagem, tais como a necessidade de "verbalizar» os nomes cujo significado é um predicado semântico por intermédio de verbos como por exemplo ( fr.poser une question (= questionner) (arb. Taraha çuaal = çaala) ( port. Colocar uma questão = questionar ou perguntar). Onde a expressão da frase no desenrolar de um processo com ajuda de verbos (Mel'cmk Clas et Polguere 1995) . Na medida do possível deve, pois, mencionar não apenas verbos que traduzem o início de um processo, mas também o seu fim ( engajar, iniciar, começar vs concluir, encerrar/acabar/terminar as negociações), mesmo se um ou outro verbo não reflete como tal a análise dos corpus ele aparece (Verlinde e Selva Binon, ).

Como classificar e organizar as colocações?

Existem várias qualificação de classificação.


4 - quando tem que começar a introduzir as colocações?

Devemos introduzir as colocações desde o início do aprendizado. Seria então errado acreditar que nós devemos começar por apresentar palavras simples e depois passar para as combinações das palavras. Algumas colocações e expressões muito comuns merecem, ao contrario, ser introduzidas desde o início. Assim como certas expressões e formas de comunicação, referendo a alguns pedaços de frases.

Uma análise de freqüência dessas unidades polilexicais mostra também que a sua freqüência ultrapassa as vezes aquelas das palavras totalmente comuns. Pensamos aqui por exemplo as unidades polilexicais que se referem a, ter que, desempenhar um papel, colocar em cena, isso apresenta uma freqüência de aparição que pode se situar na faixa de 2000 palavras as quais são mais freqüentes no francês do ( Verlinde e Selva 2001)

Conclusão

As colocações, e em geral todo tipo de restrição, que pesam sobre a combinação das palavras constituem um instrumento essencial na aprendizagem de uma língua estrangeira. Qualquer professor que lida com isso sabe o que deve fazer para motivar o aprendiz e chamar atenção diante deste fenômeno lingüístico. Todo dicionário que se pretende focar sobre o assunto diante das necessidades do aprendiz arabofone para assimilar e compreender as fases das co-ocorrências com base nos exercícios de aquisição e memorização em particular. Isso implica um retrato sistemático de casos. Por esta razão, aproveitamos uma análise pormenorizada de um corpus importante para isolar as co-ocorrências privilegiadas as mais freqüentes com vista a complementação do trabalho do doutoramento como uma reflexão onde apresentamos uma descrição das situações envolvendo tipos de colocações na sala de aula do português para os arabofones.


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Lahcen EL MOUTAQI
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Autor: Lahcen El Moutaqi


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