DE CABEÇA PARA BAIXO



DE CABEÇA PARA BAIXO

Em uma das disciplinas que cursei na faculdade, vim a conhecer a pirâmide das necessidades de Maslow. Quem foi Maslow?
Bem, Abraham Maslow nasceu em 1908, em Nova Iorque. Era um dos sete filhos de uma família de origem russa. A vontade de seus pais era que se tornasse advogado e ele até que tentou isso, mas, na universidade, conheceu a Psicologia e decidiu que esta seria sua área profissional. Na década de 60, após anos de estudos com Orangotangos e macacos, acabou se envolvendo com a área de negócios, passando a relacionar as teorias de motivação e personalidade com os atributos de gestão.
Em um dos seus estudos, Maslow desenvolveu a teoria das necessidades humanas que veio a difundir-se com a PIRÂMIDE DE MASLOW e que recebeu este nome pelo aspecto construtivo no qual foi concebido: Trata-se da lateral de uma pirâmide (triângulo), que foi dividida em cinco níveis e em cada nível, de baixo para cima, Maslow indicou de maneira hierárquica um tipo de necessidade humana. Foram colocadas no nível mais baixo as necessidades fisiológicas (segundo ele, as mais importantes), como comer, beber, urinar; no segundo nível foi colocado segurança (casa, emprego, etc). No terceiro nível, Maslow indicou as necessidades sociais, como pertencer a um determinado grupo, por exemplo. Aproximando-se do cume, o pesquisador colocou as necessidades de estima (respeito e carinho dos outros, por exemplo) e, finalizando a pirâmide, colocou a Necessidade de auto-realização. O que o pesquisador defendia é que o homem só buscava satisfazer o próximo nível quando o nível que estava abaixo estava pleno.
Entretanto, analisando as faces comportamentais da sociedade atual, creio que se Maslow fosse desenvolver o mesmo estudo hoje, sua pirâmide estaria invertida, uma vez que, pelo menos aos meus olhos, a auto-realização tornou-se a base para que o ser humano sinta-se feliz. O homem atual necessita constantemente buscar o degrau mais alto da escada, necessita contabilizar graduações e mais graduações, aptidões e mais aptidões, precisa mostrar que é o melhor.
Por conta desta corrida, deixa de comer, de dormir as horas necessárias; às vezes, deixa de lado valores importantíssimos, para conseguir subir; furta-se o direito de ver os filhos crescerem, de ver que sua família precisa de um tempo de atenção. Suas relações sociais resumem-se em algo que ele batizou networking ou estão baseadas em ambientes sociais virtuais. Chega a ponto de mandar um aviso para o colega da mesma sala de trabalho, por e-mail, alegando que tudo precisa ficar documentado.
O homem atual não sabe o nome do vizinho, esquece do próprio aniversário e faz compras por site. Anseia adquirir uma casa grande simplesmente para mostrar auto-realização, pois raramente tem tempo para desfrutar do conforto que ela proporciona.
É evidente que trabalhar e estudar são coisas necessárias (não pretendo defender o ócio), somente reflito que somos escravos das coisas que nós mesmos criamos (e aqui me lembro das experiências de Burrhus Skinner). Há algum tempo viemos invertendo os valores e o que é pior, pagando um alto preço por coisas que nem valem tudo isso.
Com este ponto de vista, percebo que a Pirâmide das necessidades de Maslow fica no mínimo invertida - para não dizer desatualizada - já que, infelizmente, a sociedade atual muitas vezes me parece de cabeça para baixo.

Autor: Sergio Sodre


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