Modalidade Tupiniquim
Nisto tudo o EAD caminha em paralelo, ou melhor convergindo. Pois visa um pensamento pleno, libertador e partilhado dos alunos e tutores. A forma adotada, em grupos menores com o mediador integrado, próximo aos moldes do cartel de Lacan, parece propiciar uma produção individual bem rica e também segura. Embora não pareça a princío. Mas é neste trabalho compartilhado que acontece a emancipação que Jacotot tanto defendeu. Com um diferencial, pois no EAD é acrescido de um compromisso social e democrático claro, digo até "freiriano."
A EAD percorre um caminho educativo diferenciado. Ao evitar a primazia da retórica, elimina possíveis sugestões. Deixa o sofismo para longe de seu núcleo pedagógico, ao eliminar o risco do orador seduzente.
Não acredito nem gosto muito da idéia de comparar. Portanto não tem nem mesmo sentido confrontar a metodologia a outras diferentes propostas de aprendizagem.
No entanto m EAD indiscutivelmente implica em novo estilo. Onde a de se rever o papel do professor. Surge livro, a tela da web e as tantas mídias ricas, tecnológicas, pós modernas, que fazem o contraponto. Questiona-se ai a mediação presencial, exatamente por ela lembrar Socrates. Pesa-se o valor da escravidão do escravo do Menon, continuo e dependente de seu mestre. O que definitivamente não se almeja na modalidade EAD, que para tanto tenta mesclar, em doses cuidadosas, Socrates, Lacan, Jacotot, até chegar a Paulo Freire. Uma mistura, diga-se de passagem, tão curiosa, ousada e bonita, como brasileira. Modalidade Tupiniquim?
Autor: Giovanni Cordeiro De Souza
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