A DIVERSIDADE DOS DIREITOS NA ESCOLA



A globalização traz consigo profunda transformação social moldando um novo mundo. Os desafios, as inseguranças e a vulnerabilidade encontram-se presentes em todos os segmentos sociais, gerando complexidade e desigualdades marcantes. A violência acompanha os contornos deste contexto e que requer a nossa atenção, uma vez que nega os direitos institucionais á maioria da população encontrando explicações em variadas fontes, como modelo econômico e social excludente que reforça as diferenças ao acesso da população ao diversos bens sociais, inclusive a uma educação de qualidade.

A escola sofre incessantemente com o agravamento das ocorrências de atos violentos no seu interior e também fora de suas dependências. A violência se manifesta de diversas maneiras, envolvendo seus integrantes tanto como vítimas quanto como agressores. A dimensão que a violência atingiu no ambiente escolar, que deveria ser de socialização, aprendizagem e formação do homem, põe em risco o exercício dessas funções, pois a instituição escolar também aparece como lugar de explosão de conflitos sociais. Agressões físicas, caracterizando a violência mais explicita, é normalmente punida, mas em contrapartida as violências simbólica e institucional geralmente não o são pois, acontecem tão sutilmente que, aos poucos se banalizam por toda a comunidade escolar. São caracterizadas por abusos de poder, agressões verbais, à marginalização, que pode ser exemplificada com a falta de interesse dos professores, diretores e outros profissionais da escola em dialogar, escutar ou compreender os alunos.

O cenário caótico que a mídia insiste em mostrar apresenta á sociedade um ambiente repleto de agressões, físicas e morais, uso de drogas, roubos e assassinatos. Além disso, salários insuficientes e pessoas preparadas á assumirem seu papel dentro das escolas, complementam o cenário. Frente á esse contexto, a escola vê-se acusada a reforçar as desigualdades sociais como também é considerada como espaço de relações, a fim de se formar cidadãos críticos, participativos e construtivos, consolidando valores e condutas para que o homem viva em sociedade.
Para isso, devemos deixar de lado conformismo e lembrar que a escola deve construir o caminho pelo qual quer seguir, levando em consideração a sua realidade, suas potencialidades e limitações. Deve-se abrir a mente á dimensão de desafios que se colocam para a sociedade em realizar uma ação política eficaz no campo dos direitos humanos, garantindo aos marginalizados a sua integração a esfera da qual foram excluídos. Como espaço de combate á violência intitucional, conforme Adelaide (2008) "a escola pode incluir, no seu currículo, temáticas que discutam questões relativas à diversidade sociocultural". Deve-se, de antemão despragmatizar a concepção que temos que alguns são mais humanos que os outros e que, por isso, tenham mais direitos que os outros. O espaço que favorecerá essa discussão e essa disseminação, certamente é a escola. Basta, para isso, uma atitude simples, mas impactante: a conscientização.

Referências
Combate á violência contra crianças e adolescentes. Disponível em http://www.condeca.sp.gov.br/eventos_re/ii_forum_paulista/c1.pdf Acesso em 12/03/2010;

DIAS, Adelaide Alves. A escola como espaço de socialização da cultura em direitos humanos. In: ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares; SILVEIRA, Rosa Maria Godoy; DIAS, Adelaide Alves. (Org.). Direitos Humanos: capacitação de educadores - Fundamentos culturais e educacionais da Educação em Direitos Humanos - Vol. 2. 1ª ed. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2008, v. 2, p. 155-160.

UNESCO em Brasília. Disponível em http://www.unesco.org/pt/brasilia/ Acesso em 13/03/2010;

Autor: Ana Carolina Machado Ferrari


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