Guerras no Sudão: Uma reflexão sobre os conflitos na África Contemporânea



Mauro Manzione

1-O Sudão em foco na mídia Ocidental

Em setembro de 2004 Hollywood lançava o filme "Hotel Ruanda". A película, estrelada por Don Cheadle, alcançou boa repercussão internacional. Lembrava os trágicos acontecimentos de 1994 como uma luta étnica, que levou a um morticínio generalizado no país africano. Sem dúvida, muitos só tomaram conhecimento daqueles acontecimentos através das lentes de Hollywood, mas... essa não era a razão prática! Os canhões da indústria cinematográfica americana tinham alvo mais estratégico! Alguns meses antes, em abril de 2004, às vésperas do aniversário de 20 anos do genocídio em Ruanda, a conhecida jornalista, Shamanta Power publicou em sua coluna de opinião no New York Times um artigo com o seguinte título: "Lembre-se de Ruanda, mas aja no Sudão". Seu interlocutor era o Presidente Bush. Par e passo, em Genebra, o Secretário Geral da ONU, Kofi Anan, declarava que a situação de Ruanda poderia repetir-se em Darfur! Bingo!... Acenderam-se as luzes da ribalta!
Iniciava-se uma grande campanha de massa que iria resultar em um milhão de cartões postais enviados ao presidente norte-americano clamando por uma intervenção na região sudanesa. O Museu do Holocausto dos EUA e o Serviço Mundial Judeu Americano lançaram a campanha "Save Darfur", que logo reuniu vários ativistas, principalmente estudantes, grupos comunitários judaicos e igrejas evangélicas. A atenção da mídia de língua inglesa sobre Darfur aumentou de pouco mais de 50 artigos jornalísticos em março de 2004 para quase 1300 em agosto, sendo que a tendência de quase todos os artigos era a necessidade de intervenção militar. O interesse popular sobre o assunto foi incrementado quando ocorreu o lançamento do longa metragem. O engajamento do ator Don Cheadle e outros como George Clooney, Mia Farrow, Angelina Jolie e Brad Pitt, garantiram a cobertura hollywoodiana e uma média de 500 artigos por mês na imprensa de 2005 em diante. Os EUA apontavam sua mais poderosa arma para o Sudão. O drama de décadas do país começava a ser "roteirizado" para o mundo. Quando o cinema americano aborda, o assunto é "sério"!
Vários "meetings" foram organizados por entidades representativas dos judeus norte-americanos e associações de igrejas evangélicas, com a participação de políticos, atores e ativistas. Autoridades como o Embaixador dos EUA nas Nações Unidas , John Bolter, os Secretários Colin Powel e Condoleezza Rice, o Primeiro Ministro Britânico Tony Blair e o então Senador Barack Obama alinharam-se ao "clamor público" .
Durante o verão de 2004 iniciou-se um esforço parlamentar, bi-partidário, no sentido do reconhecimento da gravidade da situação. Em junho o Senado declarou que um genocídio estava ocorrendo na região e o Departamento de Estado Norte-Americano enviou uma equipe para investigar os acontecimentos. Após entrevistar refugiados no Chade, a equipe concluiu que havia realmente genocídio no Sudão. Em setembro, em carta escrita ao Comitê de Relações Exteriores do Senado, o Secretário Colin Power ratificou o diagnóstico e responsabilizou diretamente o Governo de Cartum. Na semana seguinte, a pedido do governo americano, o Conselho de Segurança da ONU estabeleceu o Comitê Internacional de Inquisição em Darfur, que trabalhou por três meses e classificou os acontecimentos como "crimes de guerra", submetendo o assunto ao Tribunal Penal Internacional. Em 2008 a Corte processou o Presidente Bashir por crimes contra a humanidade e no ano seguinte foi expedido um mandado de prisão que vigora até o presente.
O Sudão era a "bola da vez" e Bashir o "ditador da hora". Organizou-se rapidamente desde os EUA uma forte campanha de "marketing viral" que propunha 3 premissas básicas para a leitura dos acontecimentos: 1° - ocorria um genocídio em Darfur; 2º - o Governo de Cartum era responsável pelos fatos; 3° - era necessário uma intervenção na região para impedi-lo. Dessas premissas surgiram análises que identificavam como opressores os "árabes" e vítimas as populações "africanas", enfatizando-se a motivação étnico-religiosa. Mesmo que tais delimitações não sejam tão facilmente perceptíveis na região, essa interpretação dos fatos generalizou-se pelo mundo, tornando-se o mote explicativo para todo o processo de guerra e violência que se perpetuava no Sudão. Isto é, o Sudão passava a ser entendido através dos fatos ocorridos em Darfur, e da interpretação desses fatos feitos pela mídia internacional. A civilização ocidental "horrorizava-se" diante de mais um rincão africano onde as questões étnicas e religiosas traduziam-se em violência!
Sem dúvida, os acontecimentos ocorridos em Darfur apontam para a prática da violência generalizada que atingiu, principalmente, a população civil indefesa. Porém, a violência no país infelicitava grandes contingentes há décadas! Por que o furor humanitário e a indignação tardias? Certamente a "campanha humanitária" sobre Darfur cumpria alguns objetivos caros à geopolítica norte-americana em começos do século, pós 11 de setembro: reforçava o discurso de "demonização" do povo árabe e a política anti-terror; desviava a atenção mundial das campanhas desmoralizadas do Afeganistão e Iraque; reforçava o entendimento da República do Sudão como "Estado bandido", sustentáculo do terrorismo islâmico; abria pretexto para a intervenção num país com importantes reservas petrolíferas; compelia Cartum a assinar um termo de Paz favorável aos rebeldes do sul. Para além da solidariedade internacional, esses são tempos de "humanitarismo armado"!
Duas questões preocupavam o Ocidente: o estabelecimento no Sudão de um Estado Islâmico radical e a concessão da exploração de suas potenciais reservas petrolíferas a empresas chinesas. Essas questões alimentavam, pelo menos desde o início da década de 80, a cruenta guerra civil no país da qual Darfur era mais um capítulo. A questão do islamismo e as reservas petrolíferas internacionalizaram o conflito sudanês.

2-Bilad al-Sudan, uma longa história

O maior país da África, com aproximadamente 2,5 milhões de km², tem seu território formado por um imenso tabuleiro, atravessado pelo curso alto e médio do rio Nilo. Essa região é circundada por um relevo montanhoso que chega aos 3.187m de altitude e vai descendo lentamente para o norte, a caminho dos desertos da Líbia e Núbia, onde o clima árido é predominante, enquanto no sul, irrigado pela bacia do Nilo, predominam as savanas e a floresta tropical. São 853 km de litoral junto ao mar Vermelho e mais de 7 mil km de fronteiras terrestres, com vários países da África Setentrional, Oriental e Central, constituindo-se o território do Sudão uma região de trânsito, encontros, trocas civilizacionais ao longo de séculos de história. Caminho de ligação entre Ocidente e Oriente, norte e sul. Rotas de circulação de mercadorias e idéias.
A própria situação do Sudão no contexto geográfico regional da África é fluida, aparecendo como parte da África Setentrional ou Oriental! Parte integrante da África Saariana e Subsaariana! Para efeito de estudo podemos observar 4 macro-regiões: o norte-nilótico, compreendendo as terras vizinhas ao Egito e ribeirinhas ao Nilo; a região central do Cordofã; a atual região autônoma dos Estados do Sul, abaixo dos rios Bahr al-Arab e Bahr al-Ghazal; Darfur, região mais Ocidental fronteiriça ao Chade.
"Árabe" e "africano", sua população aproxima-se dos 40 milhões de habitantes em múltiplas etnias. Muçulmanos sunitas a maioria, e também cristãos e animistas. A população "árabe" concentra-se no norte nilótico e as diversas outras etnias na região sul, em Darfur e no Cordofã. Assim sendo, espalham-se pelo país os árabes sudaneses, dinkas, fur, núbios, bejas, nuers, azandes, dentre outros vários povos , etnias, tribos e clãs. O árabe é a língua oficial mas existem vários outros troncos lingüísticos. Sem dúvida essa característica regional e demográfica é marcante em sua história e inclusive nos fatos recentes, embora não seja absolutamente evidente a distinção étnica, nem ela determine a opção religiosa, nem foi capaz de levar a uma segregação racial. Nota-se o Sudão como uma nação multirracial onde as diversas culturas relacionaram-se secularmente.
Contudo, as forças de oposição ao governo de Cartum, principalmente o SPLA, guerrilha atuante no sul do país, tem sempre ressaltado que desde a independência a vida sócio-econômica e política tem sido dominada e controlada por grupos clânicos do norte, de origem árabe. Produziu-se uma acumulação de poder e riqueza nas mãos de uma elite nilótica e a marginalização de amplos segmentos da população nas demais regiões do país, verificando-se nessas regiões deficiências agudas no campo das políticas públicas. Além disso, grande parte da população encontra-se dispersa em inúmeros vilarejos vivendo das atividades básicas da agricultura e pecuária, sendo extremamente vulnerável a problemas ambientais que periodicamente provocam deslocamentos, fome e mortandade.
Algumas cidades como a capital Cartum, Omdurman, Porto Sudão, Kassala, apresentam desenvolvimento típico a uma economia potencial, com recursos naturais e capacidade de diversificação: reservas petrolíferas; presença de minério de ferro, cobre, cromo, zinco, tungstênio; forte potencial hidrelétrico; assim como a produção de algodão, goma arábica e sésamo. Tais riquezas poderiam alavancar o país para um salto da inaceitável 150º posição no IDH e dinamizar seu ainda frágil setor industrial, que deixa o país ainda muito dependente de importações de manufaturados e preso aos organismos financeiros internacionais. Sobre as reservas petrolíferas, começaram a ser exploradas na década de 50 e tiveram grande expansão a partir dos anos 70 e 80 por concessão a empresas estrangeiras (inicialmente ocidentais) hoje de origem chinesa, canadense, indiana e malásia. Grande parte dessas reservas situam-se na região sul do país, inclusive do Cordofã e Darfur.
O Sudão Oriental é berço da civilização! Na região surgiram importantes reinos e cidades durante a antiguidade. Sua história remonta aos Reinos da Núbia e Cuxe, vizinhos e contemporâneos do Antigo Egito. O século IX foi o auge dos Reinos Cristãos na Núbia, que conviveram durante séculos com o norte muçulmano. Na região formaram-se poderosos sultanatos negros e lá ocorreu uma das mais significativas revoltas islâmicas contra o colonialismo: o mahdismo.
Acreditamos que a história da região apresenta dois traços significativos: uma linha de continuidade no longo tempo e um ângulo de ruptura, abrupto no século XIX. Vários autores referem-se a um longo e lento processo de encontro de civilizações na encruzilhada sudanesa que produziu trocas culturais. Esse processo, que se desenvolveu desde a antiguidade numa linha de continuidade, resultou hoje num país multicultural e de amplo matiz étnico.
Por outro lado, observamos que, a partir da dominação colonial do século XIX, primeiro Turco-Egípcia e depois Anglo-Egípcia, produziu-se um corte profundo nessa tradição de amálgama cultural. Nesse período construiu-se o desenho territorial do Sudão e o antagonismo entre as regiões periféricas e Cartum. Durante a predominância turca foram incorporadas as regiões do Cordofã e Darfur, e o Império Inglês estendeu seus domínios até o sul do rio Bahr-al Ghazal. Essa extensão territorial ao sul serviu para que os ingleses contivessem o avanço francês para leste, rumo ao mar Vermelho. Da mesma forma, o fortalecimento de um elite autônoma em Cartum punha freios às pretensões de independência unificada entre Egito e Sudão. Par e passo, internamente, a dicotomia entre Cartum e o sul foi aprofundada pela "close door policy", no sentido de barrar o avanço do Islã. A Inglaterra por interesses colonialistas, desenhou os contornos territoriais do Sudão, incorporando regiões de tradição autonomista, e plantou a semente de sua secessão, aprofundando ainda mais as diferenças, inclusive intensificando a cristianização das populações do sul. Desta forma, o acirramento das contradições identitárias no país foi conseqüência da administração britânica como tática de dominação colonial, não é um dado estrutural da sociedade sudanesa. Ao contrário, no longo tempo os povos da região procuraram estabelecer "modus vivendi" e as relações entre civilizações deram-se mais por circunstâncias de convivência do que por demandas militares. O Sudão é um exemplo claro da artificialidade das fronteiras coloniais em África, que tornaram-se "camisas de força" após a independência.
São exatamente 38 anos de lutas se levarmos em conta a primeira (1956-1972) e segunda (1983-2005) guerra civil no Sudão. Incluindo-se o conflito de Darfur, que iniciou-se em 2003, são mais de 40 anos de guerra fratricida no país, desde sua independência, em 1956. Todos os números respectivos a esses conflitos são polêmicos. Afiguram-se em torno de 1,2 a 2 milhões de mortos e 4 milhões de pessoas desalojadas nas duas últimas décadas. Os números de Darfur oscilam de 10 a 400 mil mortos, dependendo da fonte!
A realidade do Sudão é de tal modo complexa que qualquer ponto de vista sobre as razões da violência no país será justificado de forma plausível! Como vimos, o Sudão Oriental possui uma história milenar que fez da região um cadinho de povos e culturas. Como em toda África, sofreu um processo de dominação colonial que iniciou-se no século XIX e acabou por delinear suas fronteiras e acentuar a dicotomia entre o norte e o sul. A independência sob influência e administração britânica gerou um Estado Nacional que até o presente não conseguiu estender efetivamente sua soberania por todo território; que oscila entre um projeto islâmico ortodoxo e a moderação conveniente ao Ocidente; que produziu um processo político repleto de golpes, revisões constitucionais e embates regionais.
Tais embates relacionam-se objetivamente com a concentração de poder nas mãos de um segmento da sociedade e conseqüente manipulação da riqueza. O Aparelho de Estado, quase ausente nas regiões periféricas do país produz uma realidade de enorme carência para grande parte da população. Como no território nacional espalham-se povos de origens étnicas e culturais diversas e as carências políticas e sociais confundem-se com esse recorte étnico e religioso, a diversidade transforma-se em problema para a unidade nacional. O próprio meio geográfico do país acarreta tanto problemas ambientais quanto oportunidades de exploração de riquezas potenciais que atraem o interesse internacional e ações imperialistas.
Herança colonial, dependência econômica, fragilidade do Estado Nacional, diversidades regionais, sociais, religiosas, étnicas, culturais, políticas. Escassez e abundância de recursos, problemas regionais e internacionais, nada pode ser descartado e tornam o Sudão um campo de análise extremamente complexo para qualquer diagnóstico minimamente preocupado com a verdade.

3- A semeadura do caos

Por tudo isso devemos procurar explicações calçadas no conhecimento da história sudanesa. Cremos que a primeira guerra civil do Sudão é conseqüência direta da herança colonial inglesa e sua política do "dividir para reinar". Reflexo do fortalecimento de Cartum, do desenvolvimento de uma elite "arabista" e do isolacionismo do sul e sua "ocidentalização" estratégica. A segunda guerra civil do Sudão e o conflito de Darfur já se enquadram num contexto de globalização imperialista, na disputa pelo controle de potenciais reservas petrolíferas ao sul. O fator petróleo projeta a segunda guerra civil num contexto regional e internacional. Os interesses dos EUA e China tornam-se evidentes e as articulações geopolíticas para a ingerência sobre a guerra acabam envolvendo os vizinhos regionais: Eritréia; Etiópia; Uganda; Chade. É através deles que, principalmente os EUA, Israel, França e Líbia dão suporte aos grupos envolvidos, o SPLA no sul e o SLA e JEM em Darfur. Já a China assume um apoio explicito a Cartum.
A "campanha humanitária" que surge nos EUA, mais do que "solidariedade internacional", deixa claro o quanto as reservas petrolíferas, o posicionamento do Sudão no mundo árabe e a aproximação com a China preocupam o Ocidente que, sem dúvida, tem jogado pesado no gerenciamento do conflito e capitalizaria a "balcanização" do país.
Vários analistas destacam a mudança na natureza dos conflitos armados no pós Guerra Fria. Os interesses materializaram-se e perderam seu caráter político-ideológico. As ações objetivam o controle de recursos e riquezas naturais Tornou-se esdrúxulo e canhestro o discurso civilizatório! Trata-se de petróleo, diamantes, cádmio, gás... Os conflitos concentram-se no interior de Estados Nacionais fracos e repercutem regional e internacionalmente através de intervenções no geral indiretas (guerras por procuração), pelo financiamento de grupos de oposição, milícias, mercenários, crime organizado, qualquer agente que possa concretizar uma situação de caos e justificar o clamor internacional para a intervenção direta. A propaganda política é fundamental, no sentido de desqualificar o governo do país perante a opinião pública internacional, geralmente pela eleição do "ditador da hora"... qualquer, que represente um empecilho aos interesses globais. A luta é desproporcional e assimétrica envolvendo exércitos, milícias, grupos mercenários bem armados e grupos de resistência de base civil com equipamentos leves e táticas irregulares. A população civil é agente e alvo, algoz e vítima, fonte de recrutamento, escudo e vanguarda, principal grupo envolvido no conflito, sobre o qual recaem todos os encargos da guerra, inclusive com uma enorme participação de jovens e até crianças como braço armado. Diferenças étnicas, religiosas, regionais, culturais, são instrumentadas contra a frágil unidade e soberania dos Estados Nacionais. A fragmentação é sempre desejada, ela potencializa o botim! Em eras de globalização imperialista não é mais possível um romantismo "à la lettre"... As diversidades são utilizadas como plataforma, para viabilizar interesses econômicos globais.
Esse quadro tem se verificado no pós-Guerra Fria em regiões como os Bálcãs, o Cáucaso, o Oriente Médio, a região amazônica da América Latina, a África. Como conseqüência da globalização imperialista, que exporta o caos para regiões ricas em recursos naturais, objetivando o interesse dos grandes oligopólios transnacionais, ?pipocam" conflitos que adquiriram características específicas. Guerra civil, guerrilha, criminalidade, intervenção militar são transformadas em conjunturas ideais para a expropriação econômica pelo botim de riquezas naturais. A própria guerra transforma-se em mercado e oportunidade de lucro, gerando-se a indústria da guerra, com o contrabando de armas, drogas, víveres e desvio de financiamentos. E também a indústria da paz, com a presença de uma multidão de ONGs, Igrejas, Instituições Assistencialistas, Órgãos da ONU que internacionalizam territórios de frágil soberania nacional.
Consideramos que o Sudão apresenta todas as características que nos possibilitam analisar seus conflitos segundo a ótica das "novas guerras" dentro de um processo de globalização imperialista assemelhando-se a outros conflitos que incendiaram a África nas últimas décadas. Obviamente que, respeitando-se as conjunturas específicas, há muitos pontos em comum entre as guerras sudanesas e os conflitos que atingiram Serra Leoa, Libéria, Angola, Congo, Somália... Há muitos pontos em comum entre o delta do Niger, o Kivur, Cabinda e a Amazônia na atual conjuntura internacional de acumulação por expoliação.
Passaram-se os tempos mas, continua hoje a nos unir a necessidade de resistir a rapina econômica e a barbárie imposta.
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Autor: Mauro Manzione


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