A Percepção dos Discentes de Graduação de Enfermagem Diante do Relacionamento da Mãe com o Recém-Nascido



RESUMO

A percepção que o enfermeiro tem do paciente é o principal determinante da qualidade, bem como da quantidade do cuidado de enfermagem que será prestado. Quando o enfermeiro possui uma atitude negativa, o paciente pode, em contrapartida, desenvolver uma postura hostil ou contra-terapêutica. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo descrever a percepção dos discentes de graduação de enfermagem diante do relacionamento da mãe com o recém nascido. Este trabalho justifica-se pela necessidade de o profissional enfermeiro deve estar preparado para se fazer presente nos primeiros contatos entre mãe e filho no pós parto, auxiliando as mães na aceitação de sua nova condição preparando-a para o trato com o recém nascido. A metodologia utilizada para o estudo consistiu de pesquisa bibliográfica e de campo, sendo entregue questionário de pesquisa para 10 discentes enfermeiros dos períodos matutino e vespertino que atuam no cuidado pós parto. As principais categorias utilizadas para análise das entrevistas foram: A experiência dos discentes enfermeiros com o trato de puérperas; Investigação e Cuidados de depressão; Procedimentos utilizados para auxiliar no desenvolvimento do vínculo afetivo; Papel do enfermeiro frente à amamentação. Na pesquisa realizada pode-se perceber que todos os entrevistados conhecem e afirmam praticar o cuidado necessário quanto ao vínculo afetivo que para muitos tem como meio principal a amamentação.

PALAVRAS-CHAVE: Acadêmicos de Enfermagem, acolhimento, mãe/ recém- nascido.

I- INTRODUÇAO

A gravidez e o parto representam momentos marcantes para a mulher, processo este que para a futura mãe e todos que a cercam. O processo do parto constitui uma época de alegria e de ansiedade. Em um período de tempo relativamente curto, elas experimentam uma das mais profundas mudanças em suas vidas. Para a maioria, o parto começa com a primeira contração uterina, continua com horas de esforças durante a dilatação cervical e o nascimento e termina com a mulher e as pessoas próximas iniciando o processo de ligação com o recém-nascido (LAWDERMILK et al, 2002).

Ribeiro (2002) acrescenta que a gravidez e parto constituem-se períodos de grandes transformações, que envolvem não só a parte física (todos os sistemas fisiológicos), mas também em seu psiquismo e em seu papel sócio-familiar.

A reação da mulher ao ver seu recém nascido varia de explosões de risos de conversas e mesmo de choros, a apatia aparente. Um sorriso educado e um sinal com a cabeça evidenciam o único reconhecimento aos comentários das profissionais de saúde (LAWDERMILK et al, 2002).

De acordo com Ditzz (2006) a importância da presença da mãe junto ao recém nascido é reconhecida por diversos autores que a consideram fundamental para fortalecer o vínculo mãe-filho, repercutindo nas reações emocionais da mãe e do filho ao longo prazo.

A relação entre o enfermeiro e a pessoa a ser cuidada se estabelece pela mutualidade da presença dos envolvidos, como sujeitos de sua vida, condição preliminar para resultar pressupostos. Assim sendo, o cuidado de enfermagem quanto à parturientes deve se concentrar no apoio a mulher e as pessoas próximas durante o processo do parto, visando garantir o melhor resultado possível para os envolvidos (SILVA, 2007).

Percebe-se que as pessoas têm, normalmente, uma maior probabilidade de adoecerem emocionalmente durante os momentos mais críticos de suas vidas, sejam momentos objetivamente tidos como bons ou ruins como, por exemplo, a maternidade e o nascimento. Trata-se de uma resposta emocional às solicitações de adaptação (RIBEIRO, 2002).

Segundo Ribeiro (2002), historicamente, há muito o puerpério é reconhecido como um momento crítico e de alto risco emocional de modo que as chances da mulher adoecer emocionalmente nessa fase de sua vida são maiores do que em outras épocas.

Neste contexto, é essencial que o profissional compreenda que a maneira como a pessoa, neste caso a puérpera, percebe os fatos à sua volta influencia a conduta mais do que a realidade da situação em si. As pessoas vêem e ouvem apenas o que esperam e querem; isso acontece, segundo Silva (2007), porque tendemos a sentir e agir de acordo com os nossos próprios referenciais de vida.

Diante do exposto, para que os profissionais enfermeiros estejam preparados para cuidar de mãe e RN no pós parto, é necessário que a formação acadêmica discuta o relacionamento, os cuidados voltados ao atendimento emocional da puérpera, de modo a proporcionar um bem estar tanto para as parturientes quanto para os neonatos.
Autor: Josefa Dos Anjos Araojo


Artigos Relacionados


Atendimento Humanizado Da Enfermeira à Mulher Durante O Parto

Assistência De Enfermagem Na Humanização Do Cuidado Junto Ao Rn: Uma Pesquisa Bibliográfica

Assistência De Enfermagem As Primeiras Horas Do Recém Nascido

Fatores Que Determinam A Escolha Do Tipo De Parto Pela Mulher...

HumanizaÇÃo Na AssistÊncia Ao RecÉm-nascido Na Uti

DepressÃo PÓs-parto

O Papel Do Enfermeiro Na Assistência Humanizada Ao Parto Normal: Um Estudo Bibliográfico