Prisão de mel



PRISÃO DE MEL

Simônides Bacelar

Solto nas paixões, sem freios,
com anseios,
devaneios,
eu quis alguém adorar.
Prendeu-me, então, num piscar,
teu olhar.

Eu fugia à séria vida,
tanta a lida,
lá contida.
Por isso, com graça e siso,
prendeu-me ? sem sobreaviso ?,
teu sorriso.

Perdia-me a escutar, das matas,
as sonatas
de cascatas.
Mas, co?efeito tão veloz,
prendeu-me o som ? brando algoz ?,
da tua voz.

Livre filho dos caminhos
sem ter ninhos
nem carinhos,
Eu ? em menos de um lampejo ?
todo prendi-me ao desejo
por teu beijo.

Da liberdade, fui guarda;
vesti farda
co?alabarda;
mas a batalha ? perdida.
Pois vê, prendeste-me à brida
da tua vida.

Cansado doutras labutas,
tantas lutas...
? Tu me escutas?
De tanto, assim, te querer,
prendi-me ao doce poder
do teu ser.

E, assim, brada a humanidade:
Liberdade!
Liberdade!
Mas genéticos grilhões
Unem todos às prisões
de corações!

Autor: Simônides Silva Bacelar


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