Estou muito Feliz, pois Hoje tenho o que comer



Essa semana os noticiários demonstravam o que as chuvas realizaram em muitos lugares do Brasil. Essa cena tem se tornado constante em nosso Jornais, muitas casas são construídas ao lado de encostas, e quando as chuvas vêm numa intensidade grande o barranco cede e muitos se tornam desabrigados, quando não se geram algumas vítimas fatais.
Segunda-feira dia 16 eu assistia o noticiário Jornal Hoje da Rede Globo, e este apresentou uma reportagem sobre o tema das chuvas que muito tinham castigado o Estado do Rio de Janeiro, e uma das cidades mais atingidas pelos temporais tinha sido Belford Roxo, cidade esta que foi muito falada nesta semana.
Apresentando essa reportagem muitos foram os entrevistados, os quais sempre se apresentam tristes devido as inúmeras percas materiais e até de pessoas queridas. Num abrigo improvisado numa escola foi realizada a reportagem, a que me refiro. Ali nesse abrigo as pessoas recebem um teto provisório além de alimentação. Mas todos querem logo voltar para suas casas, o que de fato é um direito de cada cidadão.
Todavia em meio às pessoas entrevistadas uma me chamou muito a atenção, porque ao invés de tristeza e desolação essa mulher, que carregava seu filho nos Braços tinha um sorriso largo. Quando o reporte estava para começar a entrevista, essa mulher me chamou a atenção pois já estava sorrindo, e antes mesmo dela pronunciar uma palavra fiquei a pensar comigo: Como essa mulher pode sorrir diante de tanta Tristeza? Todos os que tinham falado antes dela já demonstravam uma tristeza grande o que era plenamente justificável diante das perdas e da tragédia gerada pela chuva.
Fiquei curioso e prendi meu olhar ainda mais naquela mulher. Para minha surpresa maior quando o repórter deixou que tal mulher falasse, ela começou dizer assim: Estou muito feliz! Eu pensei comigo será que escutei direito? Como ela pode estar muito feliz? É verdade que algumas pessoas encontram mesmo em situações difíceis motivos para sorrir o que é muito bom, pois o sorriso afasta de nós a tristeza, nos deixa com um astral melhor para enfrentar as dificuldades da vida. Enfrentar um problema sorrindo é bem melhor do que entristecido.
Mas essa mulher não somente sorria, mas afirmou estar muito feliz. Isso parecia "loucura"na minha primeira percepção. Porém logo essa mãe pode explicar o tamanho de sua felicidade, ela disse: Estou muito Feliz, pois hoje tenho o que comer e meu filho também.... (reflita essas palavras).
Será que somos capazes de compreender o que estava acontecendo. Se ainda não pudemos compreender ela disse que no dia anterior à chuva ela não tinha o que dar de comida para seu filho e ali naquele abrigo improvisado ela tinha se alimentado bem e seu pequeno filho também tinha tomado leite.
Para ela não importava tanto o fato de ter perdido a casa, estar morando improvisado num abrigo comunitário, mesmo sem toda liberdade e privacidade de um lar desse, o que mais era valorizado era o "simples" fato de ter alimento. A alegria de saber que não passaria fome e muito menos eu filho deixava seu coração muito alegre.
Talvez muitos assistiram essa reportagem mas não se deram conta do grito silencioso dessa mulher que passa sim fome em sua casa. E isso é inadmissível, pois num País como o nosso que produz tanto alimento e mais do que isso que desperdiça uma quantidade monstruosa de alimento alguém passar fome é algo que não pode passar despercebido por nós.
Talvez nunca mais vejamos essa mulher e seu filho mas quantos ainda passarão por essa situação Brasil a fora? É momento de assumirmos uma postura mais radical: Fome, nunca mais! Pensamos que isso acontece longe, na África geralmente, mas não, muito perto de você pode ter alguém assim.
Peço ao mínimo que cada um de nós repense somente no quanto de comida minha casa desperdiça, em outras palavras quanto alimento é jogado no lixo, pois de uma coisa tenho certeza absoluta: o que sobra na casa de algumas pessoas é o que falta na casa de outras.

Autor: Jonas Da Silva Pimentel


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