Ferramentas Da Modernidade



Quase todo mundo sabe que vivemos na era do conhecimento e na sociedade da informação. As empresas, geradoras de emprego e renda, precisam saber também, sob pena de perderem a competitividade e produtividade.

A inovação, a pesquisa e desenvolvimento são mandatárias na nova economia, para todos os agentes, sociedade, governo e as empresas. A busca pela inovação e desenvolvimento tecnológico deve ser inexorável, não opção.

Não existe inovação e competitividade sem algumas ferramentas. Algumas surgiram na Ásia nos anos 80, vide exemplo da Coréia e Japão e outros tigres asiáticos. O desenvolvimento tecnológico, social e econômico foi fabuloso. Resolvemos customizar e copiar a metodologia usada por lá. A base de tudo foi a educação e o incentivo a inovação, pesquisa e desenvolvimento, ou seja, educação, ciência e tecnologia como pilares do desenvolvimento econômico e social. Os resultados hoje mostram que estavam certos. As Políticas públicas para incentivar este excepcional ciclo virtuoso foram cruciais.

Existe no segmento da Ciência e Tecnologia um termo denominado TIB- Tecnologia Industrial Básica. A TIB é cheia de palavras acadêmicas e difíceis, podendo fugir ao interesse do pequeno e médio empresário e da sociedade em geral, mas ela é e será determinante na produtividade e competitividade dentro de uma economia globalizada, cada vez mais rápida nas mudanças e nas premissas da era do conhecimento e da sociedade da informação. A TIB tem em seu conteúdo a metrologia, propriedade intelectual, avaliação de conformidade, normatização e tecnologia da informação. Pode ser usada como arma de ataque ou de defesa, como as famosas barreiras técnicas vêm sendo justificadas.

Desde 1984 existem movimentos do governo brasileiro na discussão da TIB, em 2001 e principalmente 2003, o movimento toma rumo e curso, com força necessária para começar um programa que possa disseminar a ferramenta, principalmente nas pequenas e médias empresas, já que as grandes buscam e adotam as ferramentas de TIB há muito tempo, sem problemas burocráticos ou de desconhecimento.

Minas Gerais não poderia ter ficado atrás e a FAPEMIG – Fundação de Apoio a Pesquisa de Minas Gerais, lança agora o primeiro edital para incentivar a divulgação e implantação da TIB nas empresas, entidades de pesquisas e universidades. Não importa o valor do edital, nem se a demanda será atendida, mas sim a iniciativa, semente plantada para os frutos futuros.

Estamos vivendo desde 2003, uma revolução de certa forma silenciosa na pesquisa e desenvolvimento no estado. Silenciosa, pois talvez ainda não reverberasse no grande público, mas os resultados já frutificam. Em 2001 o investimento da FAPEMIG voltados ao setor produtivo foi de pouco mais de R$ 8 milhões, em 2007 este número chega a R$ 51,9 milhões. O crescimento é fato inquestionável, loas aos governantes e dirigentes. Claro, ainda podem existir os críticos, não podemos esquecer a pesquisa pura e o meio acadêmico, mas os resultados, na forma de emprego, renda e desenvolvimento social, devem vir para a sociedade principalmente, o setor produtivo e a pesquisa aplicada são indubitavelmente os melhores caminhos.

Os empresários mineiros, conservadores e cautelosos, estão tendo um apoio para as ferramentas que poderão ser determinantes em seu futuro. Falamos de competitividade e produtividade, a empresa, independente de seu tamanho não pode prescindir destas condições. A TIB é uma aliada de peso já para alguns segmentos, e será para todos em futuro muito próximo.

Na década de sessenta foi cunhado este axioma de que "mineiro trabalha em silêncio". Pode ter funcionado por muito tempo, pode funcionar para a política, mas na era da informação e na sociedade do conhecimento ele pode ser anacrônico e inútil.

O mineiro deve mostrar seu talento, ousar mais. Quando alguém poderia imaginar, primeiro, que os governantes estão de mãos dadas com o setor produtivo, terceiro setor e entidades de classe, ambos alocando recursos e disseminando as ferramentas para tornar nossas empresas mais modernas, produtivas e competitivas? Segundo, um edital de TIB, termo acadêmico, cheio de peculiaridades que fogem do cidadão comum, mas silenciosamente fazem parte da vida dele?

Investimentos públicos para deslanchar estes ciclos da inovação e incentivo a pesquisa são imprescindíveis para criar a cultura nas empresas e sociedade.

Países desenvolvidos como Japão, Estados Unidos, Alemanha, Japão e outros, têm a relação investimento em P&D/ PIB na ordem de 2%. A participação dos governos sempre é menor do que a do setor produtivo, mas um dia foi equiparado. No Brasil em 2004, P&D recebeu investimentos de 0,97% do PIB, e a participação era de 50% para o governo e 50% para o setor produtivo. O impulso para início da caminhada justifica a participação de dinheiro do governo. O ciclo deve ser perene, até o momento que a consciência chegue às empresas de forma geral, pequena, médias e grandes.

Um dia vamos chegar lá, não só com boas intenções, mas com ações concretas como a que assistimos.

Murilo Prado Badaró – Empresário, economista, Presidente da Rede Mineira de Metrologia do Sistema IEL/FIEMG.


Autor: Murilo Prado Badaró


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