A NATUREZA DO MAL



A NATUREZA DO MAL

Édyla Rodrigues das Chagas1


RESUMO

A proposta deste artigo é uma análise sobre o tratamento dado por William Shakespeare à natureza do mal. Tomou-se como referência a representação do comportamento do homem partindo da peça Macbeth. Foi analisada também a natureza do Rei Duncan associado à de Macbeth, a desmoralização do ser humano pelo desejo além do poder. É a partir da ambição pelo poder que Macbeth adquire um vício pela suas ações. Dessa forma a influência das três Bruxas e a de Lady Macbeth vai contribuir para a má influência das ações homicidas de Macbeth, com intuito de chamar pelas forças do mal a decadência de Lady Macbeth, tendo assim a perda do poder de dormir, adquirindo alucinações, insensibilidade morta nas relações e valores estabelecidos na vida.

INTRODUÇÃO

Macbeth é uma peça muito intensa construída das tragédias de Shakespeare, reconhecida por ser uma peça impecável de ações e pela fraqueza do personagem que se deixa levar pela ambição. É a tragédia mais homogênea de Shakespeare, com ideais realistas. Foi criada entre 1603 e 1606.
Frye (1999:13) nos diz que Shakespeare tem dois lados para ele: um é o lado histórico, pelo qual pertence a um grupo de dramaturgos e o outro é o poeta que dialoga conosco, com uma voz rigorosamente contemporânea.
Shakespeare tinha uma grande preocupação com seu público, por isso, utilizava os lugares comuns do pensamento Elisabetano tornando suas peças reais, chamando a atenção do público. A maioria de suas peças são caracterizadas por tragédias, a peça o Rei Lear é reconhecida por sofrimento gerado pela ambição por maior parte dos personagens e giravam em função de uma fortuna. Rei Lear alcançou seu reconhecido pelo sofrimento por consciência de sua própria culpa, mas também há uma injustiça em geral a todos os personagens que não entendia que Rei Lear estava com a idade avançada, e isso fazia parte de sua natureza, também podemos tomar como consideração a tragédia de Macbeth, o sofrimento causado pela ambição, a busca pelo poder. Ele mantem um conflito interno entre sua ambição e seu pavor, o medo dele se dá a sua natureza.

A CRUELDADE PELO O PODER

Macbeth é caracterizado por sua natureza cruel, um personagem forte que não se permite ser derrotado, induz as forças do mal para conseguir seus objetivos, um homem que age friamente em busca da ambição e do poder, já Rei Duncan primo de Macbeth, é bondoso por natureza, sempre está associado como uma luz bondosa para a sociedade.
A modificação do bem para o mal, é de qualquer forma a luta, parte disso é o poder diante da ambição, o mal não faz o homem feliz, a partir do momento que ele chama pelo poder do mal, será recebido por infelicidade.
Macbeth é primo e um dos soldados do Rei Duncan, jovem, corajoso, valente e leal. O que leva Macbeth ao pensamento de matar Rei Duncan é a veneração das Bruxas: "Primeira Bruxa: Menos do que Macbeth, porém maior! Segunda Bruxa: Não tão feliz, mas muito mais feliz! Terceira bruxa: Viva Banquo e Macbeth! A todos, viva! (Macbeth: I, iii, 4).
O valor da paixão e emoção pelo poder é elevado inconstantemente aos saltos de forma extraordinária transformando a cabeça de Macbeth. Mostrando a questão do sexto sentido: "O homem saudável com uma mistura equilibrada", no momento em que Macbeth age fora de um padrão normal, a natureza perde sua coerência da mesma forma que seus atos prevalecem.
Observa-se nas profecias das bruxas que é a principal antecedência da tragédia. À medida que ela é inserida na força imaginativa de Macbeth. Os sentidos deles são nutridos pela sua ambição, então parte daí o desejo de matar Duncan.
No entanto mesmo com pensamentos maliciosos, Macbeth não mataria Rei Duncan , Lady Macbeth ao ver o marido cheio de bondade humana para atingir os seus objetivos, decide imediatamente partir para ação invocando os espíritos do mal, pede todas as forças do mal e da crueldade para poder levar seu plano, sem qualquer obstáculo, ela tomada de posição, deixando de lado os sentimentos e fragilidade, violando a ordem de sua natureza feminina, assumindo a liderança:


Lady Macbeth: Rouco está o próprio corvo que crocita a chegada fatídica de Duncan à minha fortaleza. Vinde, espíritos que os pensamentos espirituais de morte, tirai-me o sexo, cheia me deixando, da cabeça até os pés, da mais terrível crueldade! Expressai-me todo o sangue: obstrui-os acessos de consciência, porque batida, alguma compungida da natureza sacudir não venha minha horrenda vontade, promovendo acordo entre ela e o ato. (Macbeth: V).


Lady Macbeth é que incentiva o marido Macbeth a cometer a ação criminosa e acrescenta o caráter moral, mostrando interesse.
Shakespeare liga em seus personagens um caráter moral, o homem universal, ele dá uma característica própria de uma época, onde a individualidade é inexistente, suas obras não têm uma absoluta ideia de que o homem está totalmente submetido ao universo: ele mostra os momentos de suas personagens, um poder superior que age sobre o homem, tornando esse homem culpado de suas ações. Podemos perceber que a loucura a tamanha paixão e crueldade de Macbeth que é perdidamente seduzido por sua esposa Lady Macbeth e as bruxas que no entanto não pedem exatamente para ele matar o Rei Duncan:


A vulnerabilidade de Macbeth ante as bruxas não é causada por excessiva superstição de sua parte, mas pelo desejo completo que o leva a dar um passo em falso: ele interpreta erradamente o fato de duas predições delas terem se concretizado. (GREER, Germaine. P. 63).


Isso demonstra uma preocupação do ser humano não enxergar o meio, aliada a força indomável da irracionalidade real, envolvendo-se na realidade universal.
Depois que Macbeth mata Rei Duncan, teme medo ao ver suas mãos ensangüentados, isso não mostra arrependimento, e sim medo das forças maiores do universo, causando assim alucinações.
Lady Macbeth deixou-se levar pelas alucinações do sangue de Duncan, e não conseguia tirar de seu pensamento o cheiro e manchas de sangue, que ela se dizia está em sua mãos, enlouquece da agonia imaginaria.
Podemos refletir que Lady Macbeth possuída antes pela força do mal, caí de repente pela decadência de tantas maldades de seu esposo, que no entanto sentia a força do mal adquirido pelas espíritos malignos.
Macbeth não tinha sentimentos por sua esposa, reagiu friamente ao vê-la morta, simplesmente sai para mais uma ação:


Lady Macbeth quando volta a aparecer em cena, já como rainha da escócia, não é uma mulher feliz. A desilusão é visível dado que deixou tudo a perder, incluindo a sua própria natureza e não ganhou nada como isso. (VARGAS, Maria Ester).


Macbeth luta até sua morte, ele nunca deixou acreditar que iria decair, sentia-se incapaz de ser vencido, depois que Macduff, promete que vingará a morte do filho e que cumpriu matar Macbeth atingindo-o com uma espada e mostrando por fim a cabeça fora do corpo de Macbeth. Uma cena forte e brutal que é emitida por sede vingança.
Shakespeare mostra a peça Macbeth como um profundo inferno, um mundo de covardias, a decadência do homem.
Conclui-se portanto, que as abordagens de Shakespeare são questionáveis, permitindo a discussão e o debate, ele envolve os conflitos que permeiam a alma humana na peça trágica.
Com isso podemos tomar como consciência os atos e ações que foram mostrados na peça, as maldades que trás com ambição do poder, trazendo para a fraqueza do homem e a desilusão e cegueira, transformando-o no ser deficiente do normal.



bibliografica

GREER, Germaine. Shakespeare. Trad. Barbosa Heliodora. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 1988.
CARPEAUX, Otto Maria. "As Bruxas e o Porteiro". In: Vinte e cinco anos de literatura. Rio de Janeiro: civilização Brasileira, 1968: 65 ? 69.
VARGAS, Maria Ester. Lady macbeth, ou a luta entre a natureza e a vontade.
http://www.ipv.pt/millenium.
Autor: Édyla Rodrigues


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