SOCIEDADE FRAGMENTADA, ESPAÇO SOCIAL FRAGMENTADO



SOCIEDADE FRAGMENTADA, ESPAÇO SOCIAL FRAGMENTADO: breve discussão

A sociedade está fragmentada. Essa afirmação encontra guarita nos diversos segmentos da sociedade, exceto, a "classe gestora" que, ao que parece não demonstra sensibilidade diante do "caos" que (des) envolve a sociedade e afeta, sobretudo, os mais pobres que ao longo do processo de construção da sociedade brasileira foram marginalizados devido à "natureza" do modo de produção capitalista "cultivado", expropriou abusivamente grande parte da população ausentando esta da pauta de intenção do Estado.
A classe pobre brasileira encontra-se neste início de século XXI, portanto, desprovida de recursos suficientes para suprir suas necessidades imediatas como: alimentação, educação, saúde e lazer tendo como alternativa, o contemplamento com as políticas "paternalistas" adotadas pelo Estado. As condições objetivas de trabalhos quando existentes são geralmente precárias e, insuficientes, para entender uma demanda cada vez mais crescente da população citadina o que contribui para o acúmulo da marginalidade urbana. As populações das cidades (grandes, médias e pequenas) por sua vez, buscam alternativas para sobrevivência no circuito inferior da economia. A marginalização crescente dos jovens conduz estes (os mais pobres) ao encontro da criminalidade sendo geralmente coagidos pela ação violenta imposta pelo narcotráfico, e, a prostituição infanto-juvenil, fato que revela o desamparo e o estado mais decadente que o ser humano é submetido quando vitimado por uma sociedade que se inspira na expropriação como norma de convivência.
Nas periferias pobres das cidades, os jovens geralmente são lançados nas condições de busca pela sobrevivência. São condições impróprias, pois a busca pelo pão substitui a busca pelo saber e o ESTADO, alega não dispor de recursos suficientes para investir em setores estratégicos já supramencionados, os quais não sendo priorizados, testificam da intenção do Estado déspota de sustentar as pessoas em uma condição de vida perpetuamente subalterna.
As perspectivas da sociedade brasileira no que concerne à construção de uma sociedade mais coesa, ainda são bastante acanhadas, más, isso não significa dizer que serão inalcançadas. Basta tão somente que algumas metas sejam postas em pauta, (exequível) para que numa perspectiva de médio e longo prazo a sociedade brasileira possa dar um salto qualitativo e, por conseguinte apresente diminuição mais significativa na diferença (socioeconômica) que separa as pessoas. Sendo elas:
1- a educação libertadora ? aquela que prepara o homem para o exercício e vivência da cidadania, isto é, a educação capaz de legar ao educando, a consciência da coletividade, do respeito mutuo, que faz brotar o sentimento de solidariedade recíproca capaz de estabelecer laços de união entre homens e mulheres espelhando então uma sociedade que embora se conserve conflituosa, não seja gladiadora.
2- O trabalho digno ? As condições de trabalho sem superexploração, com salários dignos é um fator de extrema relevância para diminuição das lacunas que separam os homens e mulheres na contemporaneidade. Pois, é sabido que, com a ausência da oferta de emprego, tende a crescer consideravelmente a marginalização do individuo como anteriormente abordado e a sociedade experimenta o dessabor de outro problema que se deriva do desemprego ? o alargamento dos bolsões de miséria ? tendo como componentes de (des) construção do ser humano, o crime, (neste caso incitado) bem como a perpetualização da pobreza quase absoluta cujas consequências seriam redundantes comentá-las.
Em marcha, na crença de construir um amanhã diferente, prosseguimos alimentando a certeza de que as diferenças (socioeconômicas) entre os seres humanos embora uma seja apresentada e, concebida por muitos como uma realidade intocável, pode ser modificada a partir de uma tomada de consciência que catalisa a corrida para o enfrentamento das contradições presentes na reprodução da sociedade e do espaço, que parece difundir-se cada vez mais em meio àqueles que experimentam no cotidiano a escassez más diante dela não se desfalecem, pois sabem que outra realidade é possível.

Herculano Candido de Sousa Neto
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4099676469345918

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Professor licenciado em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba. Atua na associação dos geógrafos brasileiros seção Campina Grande / PB desde 2006 e, atualmente exerce o cargo de Presidente da mesma (gestão 2010 -2012).



Autor: Herculano Candido De Sousa Neto


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