O CALENDÁRIO CRISTÃO DE DIONÍSIO, ASPECTO DE FÉ E HISTÓRICO.



Inicialmente assegura-se, é leviano afirmar que Dionísio tenha errado nos cálculos ao fundar a "Era Cristã," instituindo o Calendário Cristão, fixando o nascimento de Jesus Cristo no Ano 1 da nossa Era.
Entretanto, a afirmação do erro não procede, não possui base firme de sustentação.
Falam, mas, não conseguem apontar qual exatamente o erro cometido e, muito menos ainda, prová-lo.
Na verdade, Dionísio não acertou, tão pouco errou quando fundou a "Era cristã", instituindo o Calendário Cristão tomando como base o importante Calendário Juliano, estabelecendo como ponto de partida o famoso nascimento.
O Calendário Juliano introduzido por Julio César em 45aEC (1Juliano), fruto da maior e mais importante reforma num calendário romano, continuou adotando 753aEC como ano 1AUC (?Anno Urbis Conditae?=ano da fundação da Cidade >de Roma<). Muito embora, após Julio César, tradicionalmente os grandes imperadores romanos criassem os seus próprios calendários, iniciando nova datação, marcando os anos a partir de suas coroações, entretanto, usavam como base o Calendário Juliano. Por sinal, o mesmo utilizado por nós até hoje, apenas com pequenas reformas ou reajustes sofridos (a última pertinente importante reforma para ajustar o Calendário Juliano instituída em 1582, no Papado de Gregório XIII, tornou conhecido como Calendário Gregoriano).
Em 1278AUC (depois, 525EC) o Cristianismo como a única religião oficial de Roma, o então poderoso Papa João I (papado-523/526EC) determinou a construção de um calendário exclusivamente para os cristãos. Como se sabe, o cumprimento dessa missão ficou a cargo de um jovem sábio, astrônomo e matemático, o monge Dionísio Exíguo.
A Igreja importava um calendário cristão. A preocupação de Dionísio era fundar uma ?nova era? marcando o Cristianismo, para então, instituir o tal calendário. Para a concretização de tal façanha necessitava de um acontecimento importante, fortemente marcante para utilizá-lo como ponto de partida. Como se sabe, escolheu, então, a pretensa data do suposto nascimento de J Cristo.
Exíguo começou a confeccionar o calendário. Como de praxe, baseou-se no Calendário Juliano. Através de cálculos, retroagiu ao ano 754AUC (46Juliano), data que, "a seu critério," achou por bem fixá-la como o presumido ano do suposto nascimento de J Cristo. Assim, estabeleceu o ano 1 do 1º século. Adotou cronologia de contagem decrescente para os anos que se passaram anteriormente àquele marco (ano 1), designando-os anos "antes da Era Cristã" (aEC); e, aos anos posteriores, daquele marco em diante, datação crescente, designando-os anos da "Era Cristã" (EC). Oficializou definitivamente, o também fictício, 25 de dezembro como dia natalício do Cristo (relegando definitivamente ao fim as diferentes pretensas datas: 06 de janeiro, 28 de março e 19 de abril, comemoradas por populações cristãs de diferentes regiões do Império romano). Assim, formalizando, a recém-fundada Era Cristã. Elaborou e introduziu uma tabela com datas da Páscoa Cristã para implantação no decorrer dos anos. Pronto, eis o Calendário Cristão.
O monge não está mais aqui para se defender, quem poderia fazê-lo sutilmente o ataca; claro, em prol da porção maior, ou seja, a religião que ele próprio contribuiu na edificação.
O Calendário está certo, Dionísio não errou. Erra sim, quem condena demonstrando falso ou pouco conhecimento no assunto, e pior, quem atua com atitude propositada na tentativa de "desqualificar" o trabalho do monge matemático, insistindo no falso erro, afirmando que a Era Cristã deveria começar em data anterior a por ele fixada. Sem comentar as citações da absurda influência pelo "não conhecimento do zero," por parte de gregos e romanos, apontada como causa de "justificativa complementar" das insinuações do "erro."
Ora, não se sabe o motivo que levou Exíguo a não considerar "a crença" de que o nascimento de J Cristo se passara, segundo Mateus, quando Herodes (o Grande) ainda era vivo, no entanto, a fixação da tal data de nascimento 4 anos após a sua morte, posteriormente, tornou-se inconveniente para a Igreja.
Historicamente Dionísio não tinha motivo algum para acatar a tal "crença." Certamente, a "imprecisão" da datação do tal ano de nascimento, registrado no Novo Testamento, acarretou a certeza da "impossibilidade de exatidão" para estabelecê-lo. Conduzindo, assim, Exíguo a não se preocupar com o fato.
É axiomático, o monge usando de boa fé, visando maior credibilidade do seu trabalho, não tenha levado em consideração o evangelho de Mateus, nem tão pouco o de Lucas, visto o alto grau de contradição entre eles, detalhe considerado sem importância e indiscutível na época, na dúvida, conjectura-se, tenha recorrido, então, através de estudos e sua própria convicção, a uma média aproximada.
Procedendo-se rápida pequena análise com imparcialidade, constata-se o fato com certa clareza, tira-se as próprias conclusões.
A Igreja confortável e convenientemente, com o propósito de continuar assegurando a "veracidade" do suposto nascimento do Cristo, diante mais um desvendado "atropelo," posiciona-se em aceitar e confirmar, classificando a fixação da tal data de "lamentável engano" da parte de Dionísio Exíguo.
A maioria dos estudiosos do assunto, aliás, a grande parte membros da própria Igreja e a outra seus seguidores, "faz vista grossa" à existência de duas versões do nascimento no Novo Testamento. Encontra apogeu na divulgação, neste caso, para consolidação do somente Evangelho de Mateus, esquivando-se da contradição com o de Lucas. Entretanto, Mateus cita como referência do tal nascimento Herodes (falecido em 4aEC), Lucas cita como referência do "mesmo nascimento" Quirino (governador da Síria em 6EC). Levando-se em conta o próprio Novo Testamento, quando o Jesus de Lucas presumidamente "nasceu" (depois de 6EC) o Jesus de Mateus (presumidamente "nascido" antes de 4aEC) tinha, mais de 10 anos de idade.
Ora, paira no ar algumas perguntas, por exemplo: -Os estudiosos cristãos acham que só Mateus está correto? E Lucas, neste, eles não crê?? Por quê??? Está errado???? Consideram falso????? Mentiroso??????
1º - Nem Dionísio sabia, e nem ninguém sabe a data do suposto nascimento de J Cristo, alias, existem dúvidas e polêmicas discussões da existência de sua vida real desde a formação do Cristianismo atual (inclusive dentre seus próprios fundadores) no século II da nossa Era.
2º - Exíguo não inventou calendário algum, e sim como era usual entre os romanas, espelhou-se no Calendário Juliano, utilizando-o como base, retroagindo, estabeleceu uma data como marco, sem a quebra do tal calendário que como padrão permaneceu intacto, sem mudanças.
3º - Contudo, o Novo Testamento (Paulo, Marcos, Lucas, Mateus, João...) serve muito bem à fé Cristã. Mas, não possui cunho científico algum; sem valor historiográfico, não pode ser utilizado como fonte de referência histórica.
Os prós-cristãos, utilizam-se de todos os meios possíveis (as vezes, nem tanto lícitos) na tentativa de confundir ou comprovar o inexplicável. Deste acontecimento pode-se comprovadamente confirmar os fatos históricos (documentados) de que o Rei Herodes Magno reinou na Palestina de 37 a 4aEC quando faleceu; e, Públio Suplício Quirino governou a Síria de 6 e 12EC, sendo o único senso legalmente realizado de sua competência nas províncias da Síria e Judéia datado do ano 6EC.

ATUALIZANDO em 22/05/2011 - Marbrasil.

Autor: Marcos Brasiliano


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