Paisagens



Quando o relógio badalar os primeiros segundos deste dia

Me alegrarei por saber que há paisagens na minha memória

E por estas doces visões deixarei meu espírito voar

Até o último segundo que este dia será capaz de me dar.

 

Transformei abismos em oceanos

E talhei seu corpo na areia do mar.

Transformei desertos em flores

E vi o vento te desenhar com as pétalas que caíram das rosas que não lhe entreguei.

 

E a noite chegará trazendo consigo o doce perfume

Que uma música antiga exalou

E rabiscarei a cena com giz

Na tela do cômodo que não mais estou.

 

E cada ano é um ano para se viver

Mas lembre de viver com a cabeça nas nuvens

Se quiser resistir neste mundo

Ou se quiser apenas sonhar por um pouco mais de tempo.

 

Na badalada incerta do horário não lembrado

Pássaros voam num exclusivo vôo noturno

E o sol cria uma aurora pelo desejo simples de se fazer presente

Onde todos os anjos entendem que alguma mágica se criou.

 

Fotografei o abstrato enquanto a cerração

Pintava seu sorriso na paisagem inexplicável do tocar.

E aos cinqüenta e nove do último segundo do último minuto

Congelei todas as cores novamente.

 

Temos o que conseguimos ser

E somos o que conseguimos entender, ainda que em parte.         

Riva Moutinho 13/04/2008


Autor: Riva Moutinho


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