MEDICINA VETERINÁRIA



Os animais são utilizados nas mais diferentes funções em nossa sociedade atual, tais como: companhia, transporte, trabalho, alimento, esporte, lazer, enfim criados com finalidades desde afetivas a econômicas. Além disso, são amplamente usados em pesquisas científicas como cobaias em experimentos na qual são expostos à dor e ao sofrimento.
As relações cada vez mais próximas dos seres humanos com os animais levaram a conjunto de questões acerca destes, tais como: Os animais pensam e são capazes de aprender? Eles têm sentimentos? Essas indagações são muito discutidas e debatidas atualmente entre os biólogos, veterinários e neurocientistas. Esse texto tem por objetivo expor as diferentes visões sobre este assunto e mostrar pesquisas que já foram realizadas por profissionais da área com o objetivo de comprovar a capacidade dos animais.
Para a sociologia o homem distingue-se dos outros animais pela sua capacidade de aprender e transmitir o conhecimento. No entanto, pesquisas realizadas na Ilha de Koshima, no Japão, mostraram que macacos aprenderam novas técnicas de alimentação ao repetirem o comportamento de um jovem macaco da ilha, o primata em questão

lavava a batata-doce antes de ingeri-la, comportamento esse que não faz parte de seu instinto animal. Portanto, a descoberta mostrou que não era só o homem o ser capaz de transmitir o conhecimento. (CAVALCANTI, 2007).
Inúmeros experimentos já foram realizados para demonstrar a capacidade dos antropóides de ter noções da realidade bastante desenvolvida. Por exemplo, a capacidade de se reconhecerem no espelho, além de serem dissimulados e mentirosos (chimpanzés). Assim, podemos dizer que eles são capazes de auto-percepção. (WILHELM 2006).
De acordo com Sabbatini (2003) em um dos seus artigos publicadas na Revista Corpo & Cérebro, "a inteligência não é uma propriedade única aos seres humanos".
As pessoas que possuem animais de estimação não têm a menor dúvida de que seus animais são capazes de sentir felicidade, demonstrar carinho, amor, gratidão e a Senciência animal veio reforçar a idéia de que os animais são capazes de utilizar suas emoções.
Segundo Wilhelm (2006) "A afirmação de que um animal pode "utilizar suas emoções" significa que seu cérebro reage a certos eventos de maneira particular - uma rede de neurônios é ativada, dando início a um comportamento previsível [...] Mas a pergunta permanece: será que o animal sente?"
As divergências entre os especialistas são enormes, como diz Molento (2004) "alguns defendem que a senciência é provavelmente limitada ao ser humano, enquanto outros cientistas defendem que não se pode excluir a senciência nem mesmo em artrópodos e moluscos." Para Wilhelm (2006) "Boa parte das discussões se dá em torno das definições de emoções e sentimentos. Não há acordo entre psicólogos e neurologistas nem mesmo no caso dos seres humanos, quanto mais no dos animais."
Segundo Damásio (2003) citado por Wilhelm (2006), vários animais possuem emoções primárias, como medo, raiva, repulsa, tristeza, surpresa e alegria [...], que por sua vez são considerados sentimentos primitivos. De acordo com o mesmo autor "[...] as emoções são sinais físicos do corpo, em resposta a estímulos, e os sentimentos são sensações que surgem quando o cérebro interpreta essas emoções."
A conclusão que se pode chegar tendo em vista as diferentes opiniões em relação a esse assunto é que são grandes as evidências de que os animais possuem sentimentos, porém ainda existem divergências entre os especialistas, mas se não se pode afirmar que eles possuem sentimentos também não se pode afirmar que não possuem. Assim, o assunto deste trabalho não se esgota aqui, ainda há muitas pesquisas e estudos a serem realizadas no ambiente científico para se chegar num consenso entre os cientistas.


Autor: Adriano Sílvio Neto


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