LIBERDADE E MORAL EM NIETZSCHE



LIBERDADE E MORAL EM NIETZSCHE

Prof° Bruno Henrique Marinelli
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Resumo

Levantar dados e perspectivas a cerca da liberdade sempre foi material de estudo de inúmeros filósofos ao longo da história. Esta busca não é diferente na óptica do filósofo Nietzsche. Pesador profundo e ao mesmo tempo polemico, sua crítica a sociedade moderna é demarcada pelo resgate a cultura grega, em especial a efetiva manifestação das tragédias. Diante desta conjuntura pensa fundamentar a questão da liberdade as perspectivas do pensamento de Nietzsche justamente destacando a questão da crítica ao moralismo moderno para um resgate, ou melhor, para um retorno aquele ethós grego que permite as ações humanas passem a ser exploradas vivamente pela vontade e pelo poder inerente no próprio indivíduo. Caracteristicamente, Nietzsche demarca um novo ambiente quanto aos parâmetros modernos; busca o filósofo fundamentar a partir de sua própria condição humana a retirada de uma moralidade obscura que esteriliza toda a vitalidade humana. Com isso, querer-se-á ressaltar que as críticas feitas pelo filósofo a própria história da filosofia e a seu próprio contexto moderno que acarreta consigo toda a moralidade cristã, trata-se na verdade de uma busca fulcral para o despertar de um ser superior capaz de agir livremente segundo a sua própria vontade e poder de criação, manifestação, libertação e reflexão.

Palavras Chave: Moral, Ética, Liberdade, Vontade, Poder, Além-do-Homem.


Introdução

Introduzir ao pensamento de Nietzsche e a questão da Liberdade não se resumem simplesmente e levantar dados e perspectivas do filósofo acerca da questão. È necessário ir a fundo e perceber que ao se falar de Nietzsche devemos ter em mente toda uma conjuntura do passado, em especial a própria cultura grega, por isso, pensar a liberdade em relação ao pensamento de Nietzsche não é tarefa fácil. No entanto, é adentrando a este desafio que se caracteriza a meta delinear as possíveis contribuições que Nietzsche dá a estas mesmas questões que englobam a temática da liberdade e da história do pensamento humano e cultural.
No decorrer deste estudo propõe-se por primeiro buscar dados biográficos acerca de Nietzsche, donde se fundamenta sua formação e ricas atividades bibliográficas que em tese favorecerão a empreita de delinear o caminho e a compreensão de Liberdade.
Já em um segundo momento fundamenta-se a questão sob o qual Nietzsche passa a conviver e a criticar, em especial destacar-se-á a reconstrução alemã pela qual é inspirada pelo cientificismo do século XIX. A partir desta visão panorâmica acerca do contexto do filósofo é importante ressaltar o que seja a questão dionisíaca em Nietzsche. Reflexivamente neste período destacar-se-á o porquê do filósofo em questão ao pensamento grego antigo.
Delineado estes fatores destacaremos o ponto característico deste trabalho, a saber, a liberdade como característica e suporte para um novo homem, reconduzindo estes fatores quer-se desdenhar as pretensões que Nietzsche trás em todo o niilismo que em si acarreta um autêntico resgate de um éthos superior. Éthos este que fora esquecido durante há muito tempo. Aqui se encontra a proposta de Nietzsche acerca do Eterno Retorno, em outras palavras, a busca ao sentido grego da vida, sentido este que transparece a liberdade.
Em Nietzsche, encontra-se na verdade um autêntico manual que promove efetivamente um ser superior que busca se concretizar a partir de nossa própria volta e compreensão a um sentido que outrora foi esquecido, a cultura grega das tragédias em especial a dionisíaca. O filósofo neste patamar quer promover uma nova ética inerente no verdadeiro homem que passa a se manifestar dando ao mundo criação e reflexão prática.

1.1- Desvendando a vida de Nietzsche

Freidrich Wilhelm Nietzsche é de origem alemã, nasceu no dia 15 de outubro de 1844 na cidade de Röcken. Já aos 5 anos o pequeno Nietzsche perdeu o pai sendo rigidamente educado pela mãe em preceitos morais cristãos.
Nietzsche cursou Filologia e Teologia na Universidade de Bonn. Graduado lecionou na Universidade da Basiléia na Suíça a disciplina de filologia, mas ficando somente em um curto período que se estende do ano de 1868 a 1879, deste último ano acabou abandonando o ensino universitário devido a uma forte situação debilidade. Doente, Nietzsche passou a receber uma pensão de 3.000 francos suíços, capital que lhe permitiu viajar e financiar partes de suas publicações. Aproveitando se é que se pode assim dizer Nietzsche passou grande parte de seu tempo viajando pela Costa Azul da França, e por boa parte da Itália, donde passava grande parte do tempo estudando e reunindo-se com amigos intelectuais.
Passou grande parte de sua vida na solidão e abandono, tendo somente a companhia de sua mãe e irmã, a este fato se deve à sífilis contraída no ano de 1866.
Já no ano de 1889, Nietzsche atingiu em sua vida psíquica fortes crises de loucura, vindo a falecer em 25 de Agosto de 1900 na cidade de Weimar.
Nietzsche é uma figura emblemática e misteriosa demonstra em sua filosofia grande fascínio e apreço pela vida puramente vivida, ou seja, busca sustentar em seu pensamento pontos característicos de autonomia humana, isto no que diz respeito às normalizações da sociedade, do cientificismo e da própria religião.
Na verdade, Nietzsche busca abafar toda e qualquer fragilidade humana seja esta por encurvamento ou por abdicação da liberdade propriamente dita a uma moralidade imposta a espíritos fracos.
Adentrar no pensamento de Nietzsche trata-se na verdade de fomentar um resgate do ser humano, com isso, fundamenta-se o apreço pela vida e pela cultura, deste modo, o filósofo buscará fontes e inspirações quanto à perspectiva desta cultura libertadora ou desta liberdade produtora de cultura na Grécia Antiga, ou melhor, nas Tragédias gregas em especial a Dionisíaca, donde percebe-se um salto qualitativo do ser humano como potência pura, e vontade libertadora. De outro modo, uma vontade e um poder inerente no sujeito não como conduta normativa, mas como vontade que contempla a si mesma, ou seja, o ato manifestado (a ação) é a glorificação de sua própria condição, somente a grandeza pode ver a grandeza, daí a necessidade da libertação. (Disponível em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/nietzsche.htm. Acessado em 02/10/2.009).
As principais obras do filósofo tangem para esta perspectiva, donde se projeta todo um itinerário acerca desta metamorfose evolutiva da condição humana, no entanto, destacamos aleatoriamente dentre muitas as seguintes obras produzidas por Nietzsche: A Gaia Ciência, 1882; A genealogia da moral, 1887; Assim Falou Zaratustra, 1883; A origem da Tragédia, 1883; Além do Bem e do Mal, 1886; Aurora, 1881; O caso Wagner, 1888; Ecce Homo 1888; Humano, demasiado humano, 1878; O anticristo, 1888; Crepúsculo dos ídolos 1888; Opiniões e sentenças misturadas, 1879; Vontade de potência, 1901 e outros.
Em conjunto denota-se que, Nietzsche foi um grande estudioso da condição humana, por isso, fundamentou muitas de suas obras a este resgate do sujeito. Alude a liberdade, à vontade e o poder como algo inerente e, portanto nunca deve ser sucumbido ou atribuído a qualquer tipo de moralismo, haja vista que se assim o for estará deixando de ser o novo homem para voltar à fragilidade do homem fraco e sem completude do ser.

1.2 A Reconstrução humana a partir de um eterno retorno

È interessante destacar que embora o tema da liberdade não seja sistematicamente abordado em sua filosofia, destaca-se em suas obras fortes aforismos que denunciam fatores que impeçam que esta mesma liberdade se torne concreta ou fonte pura das ações humanas. A partir das leituras acerca do pensamento de Nietzsche encontramos na verdade uma espécie de controle normativo donde esta mesma liberdade receberá o dever ou o não dever de cumprimento, deste modo pode o homem em sua atitude sofrer prêmios ou castigos que serão atribuídos segundo a esta mesma normalidade moral. A esta realidade Nietzsche não se privou em criticar inúmeras estruturas sociais que impediam a exteriorização daquela autentica liberdade que outra foi esquecida do decorrer dos séculos. Podemos assim encontrar as muitas críticas feitas pelo filósofo quanto às ações dos sacerdotes, dos metafísicos e dos próprios moralistas que usam do conceito da liberdade como forma de controle popular, assim ganham estes "controladores morais" a submissão por parte de um grande rebanho que paulatinamente atribuí a esta conjuntura sua verdadeira liberdade poder e vontade.
Caracteristicamente, o aprofundamento de Nietzsche a história em especial a Grécia Antiga e ao Renascimento o auxiliará justamente nesta busca, neste resgate humano de criação de ato puro sem um móbil controlador, de outro modo, sem qualquer imperativo senão a vontade que se mostra na ação e a si mesma se contempla. Assim o filósofo nesta mesma história questionará o moralismo denunciando que a realidade moral não se trata de um conceito vazio e estéril que apenas se permanece pelo poder daqueles que querem controlar a sociedade, em especial a própria tradição filosófica e religiosa, principais promotoras da moralidade.
Na busca pela evolução humana, o filósofo desdenha uma realidade desafiadora de um eterno retorno as tragédias gregas, em especial ao espírito dionisíaco donde os homens passavam a manifestar suas ações livremente sem qualquer preceito moral estereotipado, deste modo, a criação glorifica a si mesma. A proposta de Nietzsche é de um olhar para esta realidade, a fim de reconstruir uma Alemanha autêntica donde a nacionalidade teria em si um povo realmente impar que o constituísse como nação realmente suprema. Por vias reflexivas, na origem da Tragédia assim reflete o filósofo:

"(...) O fim verdadeiro é dissimulado por uma imagem ilusória: para esta estendemos as mãos, através de nossa imagem ilusória, a natureza atinge seus fins. Entre os gregos, a ?vontade? queria se contemplar a si mesma na transfiguração do gênio e da arte; para se glorificar, era necessário que as criaturas dessa ?vontade? se sentissem elas próprias dignas de ser glorificadas; era necessário que elas se reconhecessem numa esfera superior, sem a perfeição desse mundo ideal agisse como um imperativo ou como recriminação. E é a esfera de beleza, na qual viam os olímpicos como sua própria imagem. Com o auxílio desse reflexo de beleza, a ?vontade? helênica combateu esse talento pelo sofrimento essa filosofia do mal e da dor, apanágios correlativos de todo instinto artístico: e, como um momento comemorado sua vitória, ergue-se diante de nós Homero, o artista ingênuo". (NIETZSCHE, W. Freidrich. O Nascimento da Tragédia p. 40-41).

Notoriamente pode se perceber que a trajetória abordada por Nietzsche faz um movimento contrário a todo o cientificismo que comumente tende a querer desvendar novas perspectivas, o fato é que em Nietzsche esta maneira de se apresentar da metafísica, e da própria religião esconde o verdadeiro rosto da liberdade que outrora foi esquecida pela tradição. Propõe o filósofo um retorno ao modelo criativo da Grécia antiga donde o desenrolar da arte acontece pela vontade que é manifestada livremente pelo gênio sem qualquer medo de punição, senão a contemplação de seu próprio feito, a busca pela perfeição é a condução de espíritos grandes, deste modo, vivendo sobre o crivo do moralismo previamente imposto o homem não pode ser conduzido ao estado de liberdade, mas somente sobrevive inconscientemente manifestado por uma suposta liberdade atrelada aos bons feitos quanto aos maus. È necessário resgatar Sófocles, Homero, é preciso que a liberdade do espírito grego seja resgatada desta mesma tradição. È no ato heróico que o homem se manifesta, é preciso agir pela pura vontade de poder, de outro modo, torna-te o que realmente és.

1.2-O canto de Zaratustra: Um retorno, produtor de um Novo Homem
A grande obra do pensador dentre as outras com certeza é a obra "Assim falou Zaratustra: Um livro para todos e para Ninguém". Não se quer nesta análise, desdenhar um resumo acerca da obra, mas, somente espera-se elencar alguns pontos interessantes quanto à perspectiva da liberdade em Nietzsche. Nesta presente obra o filósofo desdenha os rumos de um novo éthos, assim passa a conclamar o alvorecer de um novo tempo, donde se afirma a presença de um novo homem, do qual a liberdade, à vontade e o poder passam à ser os grandes reprodutores da manifestação humana, sendo esta pura vitalidade.
O fato é que Zaratustra é um personagem criado por Nietzsche, sua vida é rica em fatos e pensamentos. O personagem Zaratustra é vaso de uma grande verdade. Possuidor desta verdade busca comunicá-la a todos, a saber, o homem é algo que deve ser superado, o super-homem é a superação. Caracteristicamente, esta intimação provocada por Nietzsche na boca de seu "profeta" Zaratustra quer na verdade fazer uma guinada de raciocínio donde o mais elevado objeto tratado é a própria concretização do mundo e de seu sentido, logicamente ao longo do livro percebemos que tal evolução só será permitida desde que se proclame a morte de Deus. (Disponível em: http://www.consciencia.org/nietzsche.shtml#. Acessado em 02/10/2.009.
Para que esta libertação humana aconteça proclamando um novo horizonte donde o além- do- homem passa a ser o grande sentido do mundo, faz-se necessário um novo éthos, ou seja, uma mudança de enfoque, a saber, o super-homem como sentido do mundo, e o fim de toda e qualquer esperança celestial.
È interessante perceber que Nietzsche assimila várias de suas obras ao personagem Zaratustra que por fim apresenta a própria semelhança dionisíaca. Reflexivamente compreende n figura de Zaratustra o puro triunfo da declaração da vontade e do poder, e a Dionísio como um deus artista de cujas ações de irresponsabilidade são superiores a lógica. O fato é que este eterno retorno em Nietzsche não significa de modo algum uma volta ao passado somente, mas uma dedução seletiva de espíritos supremos, livres, donde se apresenta a verdadeira emancipação da razão diante da moral. Assim percebe-se que o indivíduo é totalmente capaz de romper o elo histórico que une tradição e moral. O grande fator é que Nietzsche conclama em sua filosofia um tempo que trás na bagagem uma nova forma de ver a vida. Sobre esta integração do homem para com a natureza, da condição autêntica à liberdade bem como a deixa da moral cristã, a naturalização do eterno retorno destaca-se o seguinte fator básico.

"(...) O eterno retorno se constitui na mais dura provocação para a liberdade: perante o ciclo eterno do devir é possível afirmar ou rejeitar; mas na afirmação da totalidade (do mais belo ao mais medonho) o homem atinge a mais profunda libertação: a harmonia com a terra, o ?sim e amém? a todo o existente. Eis a fórmula suprema do arbítrio: o amor fati que nos instiga a atacar livremente a necessidade. (BARRENECHEA, de Angel Miguel. Nietzsche e a Liberdade p. 87).

Facilmente podemos perceber que Nietzsche apresente em seu Zaratustra um dado interessante, a saber, ao fato de que nas palavras do personagem se aludem todas as perspectivas desta liberdade, toda a constituição desde novo ser que supera a mesquinhez e a condenação do moralismo religioso e cientificista dos homens pequenos. Destes últimos passam grande parte da vida anulando suas vontades em prol de uma vida futura, por isso, desgostam da terra, acreditam em uma realidade imatura de sujo seu senhor já esta morto. Assim a maior elevação da consciência de força no homem é o que cria o além- do- homem (DURANT, Will. História da Filosofia. p. 374-379).
De modo geral, a morte de Deus, a proclamação do espírito dionisíaco, trata-se na verdade de um ato de superação donde a moralidade antagônica do mundo deixa de ser verdade para a livre criação trágica a partir da manifestação da arte do gênio. (NIETZSCHE, W. Freidrich. A Genealogia da Moral. p. 105-110). È por isso que analisar o eterno retorno de modo ético se fundamentara de modo claro um esclarecimento profundo acerca da questão da liberdade. Assim no eterno retorno encontramos uma nova perspectiva da história, Nietzsche não quer propor uma sagração da história, mas um novo olhar que permeará o advento deste novo homem.

"(...) Como uma saída para a vontade criadora elimina as meias-vontades, os meios-quereres. Se estamos absolutamente íntegros na ação, sem remorsos nem culpas, poderemos viver um momento singular, um instante eterno. Mas, o presente, preocupa-nos o futuro, ou constrange-nos o passado. Por isso a virtude fundamental é a aptidão para viver plenamente o momento atual: ?Que o vosso ser próprio na ação, tal como a mãe está no filho: seja esta a vossa palavra a respeito da virtude! ?" (BARRENECHEA, de Angel Miguel. Nietzsche e a Liberdade p. 118-119).

Percebe-se deste modo que a ação deste novo homem está sedimentada na pura vontade, é por este motivo podemos em tese afirmar que as características deste novo homem em Nietzsche podem ser muito bem delineadas através da energia, do intelecto e do orgulho, mas a estas situações convém que estejam bem harmonizadas cultivadas pelo além do homem que se assemelha como um grande jardineiro.
Nietzsche é um grande transformador humano, propõe para os homens uma passagem que deve ser alcançada para o atingir de um novo tempo, o Além- do- Homem. Ao personificar os caminhos para esta evolução livre e necessária adentra dançando em um retorno as ações integrantes do espírito dionisíaco, assim o homem superior pode superar qualquer condenação moral, haja vista que este ultrapassa qualquer tipo e meio de condenação, seu espírito não esta mais no passado, mas tão presente que esvaí a qualquer preceito metafísico cristão. De modo claro, a liberdade em Nietzsche só é atingida na pura aceitação de tudo que existe. A liberdade deste modo é algo singular a cada corpo, a indicação propriamente dita no torna-te o que realmente és assim cada indivíduo passa a indicar seu próprio caminho, sua própria norma atendendo as fronteiras de sua natureza repito o que realmente é. (NIETZSCHE, W. Freidrich. Aurora p. 17-23).
Por vias dedutivas, podemos pensar que Nietzsche ao tratar em sua filosofia a questão da liberdade escondida por detrás da origem da tragédia do eterno retorno e da boca de seu próprio Zaratustra demonstra de modo claro a questão da moral como veiculo de dominação dos fortes sobre os fracos, para isso desdenha toda a questão desta libertação donde o autêntico valor da moralidade é o seu mal que na verdade é um grande bem, pois, desmistifica toda a questão que fora esquecida pela tradição filosófica em destaque ao próprio moralismo socrático e posteriormente ao crucificado. Assim, não ao gênero humano, mas ao super-homem que é a própria superação da moralidade para um novo patamar da liberdade, enfim, a liberdade em Nietzsche é a própria necessidade que impele ao espírito humano de tornar realmente o que somos.

Conclusão

Nietzsche é um filósofo impar na história da filosofia, a proposta do eterno retorno como condição para a superação do moralismo esconde um fato interessante acerca de sua filosofia, a saber, a de que o próprio Nietzsche superou a forma de pensar e explorar o ser humano, isto no que tange as suas verdadeiras potencialidades.
A Liberdade não é algo que esta fora do homem, mas dentro, para que seja ativada faz-se necessário que este faça este retorno despertando na imanência de seu ser o espírito dionisíaco. Contudo, não basta somente este movimento de lembrança é preciso desmascarar o moralismo presente no presente, a partir deste fator Nietzsche apresenta a figura de um Deus morto, donde todo o seu moralismo ascético deve ser substituído pelo apreço à vida em todas as suas esferas.
O grande personagem desta filosofia será Zaratustra que anunciará a figura do Além- do- homem donde se sedimenta toda a conjuntura da autêntica liberdade isenta de qualquer norma a não ser o próprio gênio ou artista, o próprio eu que se determina livremente pela pura necessidade de glorificação de seu próprio ser manifestado.
Enfim, adentrar no pensamento de Nietzsche é realmente algo desafiador, mas ao mesmo tempo prazeroso, pois, identifica-se neste pensador uma proposta impar a toda a história da filosofia. Em Nietzsche, percebemos uma nova forma e perspectiva acerca da liberdade, que em si não é conquistada, mas despertada, pois, é ela fruto de uma passagem dentre a ponte do homem para o Além- do Homem.

Referências Bibliográficas

BARRENECHEA, de Angel Miguel. Nietzsche e a Liberdade. 7 letras. Rio de Janeiro. 2.008.
DURANT, Will. História da Filosofia: Vidas e Idéias dos Grandes Filósofos. Trad. Godofredo Rangel & Monteiro Lobato. Titulo Original: The Story of Philosophy: The lives and opinions of the greater philosophers. Companhia das Letras. São Paulo. 1966.
NIETZSCHE, W. Freidrich. A Genealogia da Moral. Trad. A. A. Rocha. Titulo Original: Zur Genealogie der Moral. Tecnoprint Gráfica S.A. Rio de Janeiro. 1957.
NIETZSCHE, W. Freidrich. Aurora. Trad. Carlos Antonio Braga. Titulo Original: Morgenröthe. Escala. São Paulo. 2.008.
NIETZSCHE, W. Freidrich. O Nascimento da Tragédia: Ou Grécia e Pessimismo.Trad. Antonio Carlos Braga. Titulo Original: Die Gerburt der Tragödie oder Griechentum und Pessimismus. Escala. São Paulo. 2.007.

Referencias Eletrônicas

Disponível em: http://www.consciencia.org/nietzsche.shtml#. Acessado em 02/10/2.009.
Disponível em: http://www.filologia.org.br/revista/34/02.htm. Acessado em: 29/09/2.009.
Disponível em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/nietzsche.htm. Acessado em 02/10/2.009



Autor: Bruno Marinelli


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