DEUS PAI E ONIPOTENTE



INTRODUÇÃO
Malaquias 2:10
"Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus?".
2 Coríntios 6:18
"Serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas".
Efésios 4:6
"Um só Deus e Pai de todos".
Tiago 1:17
"Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança".
I João 3:1
"Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo".
Mateus 6:9-13
"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome".
Lucas 11:2-4
"Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome".
Efésios 3:14-15
"Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra".
I Coríntios 8:6
"Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas".
Jó 38:28-29
"Tem a chuva Pai? Ou quem gera as gotas do orvalho? De que ventre procede gelo? E quem dá a Luz a geada do céu".

Dentro do estudo da ONIPOTÊNCIA, veremos a Soberania de Deus em relação ao homem perdido. O ser humano está submetido ao domínio d?Esse Deus Maravilhoso que mesmo Sendo Onipotente permite ao homem ter vontade, livre arbítrio e ser responsável por suas escolhas.


I - ONIPOTÊNCIA
A ? DEFINIÇÕES:
1.s. f. 1. Qualidade de onipotente. 2. Poder absoluto.
2. Atributo pelo qual Deus pode tudo (Jó 42.2; Sl 91.1; Mt 19.26; Lc 1.37; Sl. 115:3).
Jó 42:2 Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.
Salmos 91:1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente.
Mateus 19:26 Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível.
Lucas 1:37 Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.
Sl. 115:3 Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz.
3. Com onipotência de Deus queremos dizer que Ele pode fazer o que desejar, mas como Sua vontade é limitada por Sua natureza, isto significa que Ele pode fazer qualquer coisa que esteja em harmonia com Suas perfeições. Há algumas coisas que Deus não pode fazer: (1) As que forem contrárias à Sua natureza como Deus, como por exemplo, ver o mal (Hab. 1:13), negar-se a Si mesmo (2 Tm. 2:13), mentir (Hb. 6:18), ou praticar pecado (Tg. 1:13), e (2) as que forem absurdas ou autocontraditórias, como por exemplo, fazer um espírito material, uma pedra sensível, um círculo quadrado, etc. Estes não são objetos de poder e portanto não indicam nenhuma limitação da onipotência de Deus.
4. A onipotência é o atributo de Deus que lhe permite fazer o que for da sua santa vontade. A palavra onipotência vem de dois termos latinos; omni, "todo", e potens, "poderoso", significando, portanto "Todo-poderoso". Enquanto a liberdade de Deus se refere ao fato de não haver constrangimentos exteriores às decisões de Deus, a onipotência divina refere-se ao seu próprio poder de fazer o que decidir fazer.
Esse poder é freqüentemente mencionado nas Escrituras. Deus é "O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas" (Sl. 24:8). A pergunta retórica: "Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?" (Gn. 18:14; Jr. 32:27) certamente implica (nos contextos onde ocorre) que nada é difícil demais para o Senhor. De fato, Jeremias fala a Deus: ...coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa" (Jr. 32:17).
II - SOBERANIA DE DEUS
O dicionário define a palavra soberano como que "aquele que possui suprema autoridade", que exerce ou possui "suprema ou original jurisdição de poderes", significa que não esta sujeito a nada.
"O termo ?soberania? denota uma situação em que uma pessoa, com base em sua dignidade e autoridade, exerce poder supremo, sobre qualquer área, e sua província, que não esteja sob sua jurisdição. Um soberano, pois exerce plena autonomia e desconhece imunidades rivais.
Quando é aplicado a Deus, o termo indica o total domínio do Senhor sobre toda a sua vasta criação.

A soberania de Deus, é um fato provado nas escrituras, Daniel 4:25; I Tm 1:25; Is. 46:9-10; Salmo 113. Este fato é bem claro nas escrituras Deus é soberano sobre tudo, a sua vontade é suprema. Ele é o regente de todo o universo. Não existe nenhuma força que possa ir contra ele e se sair bem.
A soberania de Deus é um fato que ninguém pode negar, pois a própria natureza mostra a existência de um ser supremo que a criou, pois era necessário um desenhista, um arquiteto para desenhar com tanta perfeição todas estas coisas que são conhecidas. Ninguém que seja sensato poderia atribuir isto a teoria evolucionista. Pois mesmo que se regrida até na explosão do big bang, alguma coisa causou isto, e quem causou isto é Deus, o supremo.

III - O LIVRE ARBÍTRIO
"Isto significa que o homem é livre para escolher, mas a vontade não age independente de todas as considerações, mas é determinada pelas outras faculdades, pelo caráter ou natureza, por estímulos externos e é sempre limitada por Deus e está sujeita às leis do universo em que vivemos, incluindo as leis de nosso próprio ser. Propriamente falando, não é à vontade que age, mas o homem todo que quer."
"Livre ação significa que o homem age livre de compulsão proveniente de qualquer poder externo, que ele age em harmonia com sua própria natureza, sob a influência de seu conhecimento, seus desejos, sentimentos, inclinações e caráter. Mas o homem não é independente de Deus, nem das leis do universo, nem de sua própria natureza."
"A Bíblia ensina que o homem é um agente livre, ordena-lhe que escolha e o considera responsável pela sua escolha."

O homem é um agente livre para escolher, pois Deus o criou como vontade própria, sendo assim o homem pede escolher obedecer a Deus ou desobedecê-Lo.
O livre arbítrio mostra que Deus não criou robôs, mas criou homens, com a habilidade de avaliação e de escolha. Sendo ele responsável por sua escolha.

IV - A SOBERANIA DE DEUS VERSUS LIVRE ARBÍTRIO
Para servir como base há uma analise a ser feita observando alguns versículos. Sendo que Deus é soberano e tem o direito de fazer o que bem quer. Como o livre arbítrio do homem é legitimo? Em Gênesis 2:16,17, é relatado o fato de Deus ter dado uma ordem ao homem, que eles não poderiam comer do fruto do conhecimento do bem e do mal.
Sendo que Deus deu uma ordem, isso significa que Deus tinha uma vontade para Adão e Eva, e esta vontade era que ele não comesse do fruto. Logo isso implica que Deus criou o homem com a possibilidade de pecar, e foi o que aconteceu (Gn 3:1-7). Isso nos mostra que o homem tinha liberdade, logo é visto que ele contrariou a vontade de Deus. Fica evidente que mesmo Deus sendo soberano, ele deu ao homem a livre ação, e essa liberdade não afeta o plano geral de Deus, o qual já é preparado e consta dentro desse plano qualquer decisão que o homem venha a tomar, pois Deus é Onisciente e já sabe de antemão que rumo tomaria o homem, e em seu plano já conta com isso. Mas o homem por causa da queda passou a ser escravo do pecado, mas mesmo assim sua vontade ainda é respeitada e ele só permanece no pecado por rejeitar a graça de Deus, usando assim seu livre arbítrio. Um teólogo escreveu:
Cremos que a vontade do homem é produto de seu caráter, e desde a Queda esse caráter é pecaminoso. Pecado é rebelião contra a vontade de Deus, ou desobediência às suas leis, que são expressões de sua vontade. Apóstolo Paulo chama esta natureza pecaminosa do homem ?carne?, e afirma que "ela não se sujeita à lei de Deus, nem de fato é possível que se sujeite". Portanto, visto como a vontade do homem é por natureza contrária à de Deus, a salvação, um dos aspectos da reconciliação de Deus ( II Cor. 5:18-20), não se pode realizar enquanto Deus não modifique nossa natureza e faça que a nossa vontade entre em acordo com a Sua. É interessante observar que o apóstolo Paulo fala de reconciliação com Deus depois de afirmar que ?se alguém está em Cristo, é uma nova criatura?. Ao mesmo tempo vale notar que o processo dessa reconciliação parte de um apelo de Deus ao homem, a toda a sua personalidade, inclusive naturalmente sua vontade, que é uma expressão dessa personalidade. ?De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus? (II Cor 5:20).

Nesta citação é visto o fato de que o homem é de caráter pecaminoso desde sua queda e por isso é escravo do pecado, mas isso por que ele mesmo se colocou nesta posição. Mas dentro disso o homem tem o seu livre arbítrio para lhe reger a vida. O homem sem Cristo também pode ter uma vida aparentemente boa por sua própria escolha, logo isso implica que ele tem ainda o livre arbítrio.
Sendo assim dentro da soberania de Deus, há um plano geral onde se encaixa a humanidade, e é dentro desse plano geral, que a Bíblia relata que o homem pode tanto rejeitar a Deus, ou aceitá-lo. E qualquer que seja a escolha do homem não irá alterar o plano de Deus, pois seu plano é baseado em sua presciência. Deus em seu plano soberano colocou o homem dentro de um quadro, onde pode escolher obedecer aos princípios divinos ou desobedecê-los sem alterar Seu plano.

V ? DEUS NA SUA SOBERANIA COLOCA O HOMEM COMO SENDO RESPONSÁVEL PELO SEU FUTURO.
A. O LIVRE ARBÍTRIO
O homem por ser um agente livre é um agente moral responsável por si e responsável pelo seu futuro.
Sendo que o homem é um agente responsável ele é responsável por sua condenação caso rejeite o dom de Deus.
Se o homem é indesculpável perante Deus ( Rom 1:19,20) e isto implica em que Deus lhe revelou a verdade, e ele rejeita esta verdade é visto que a responsabilidade sobrecai totalmente sobre ele.
Será mostrado agora que Deus expandiu a sua graça a todos os homens e isso os torna responsáveis, e só é condenado àquele que rejeita a graça de Deus.

É visto aqui que Deus é manifestado a todo homem, todo homem tem certo conhecimento de Deus. Existem três luzes, três fontes por onde Deus se manifestou ao homem.
1) A natureza, através das coisas que Deus criou; Rm 1:19,20.
2) A consciência, é aquilo que é gravado dentro do homem, a lei de Deus. Rm. 2:14-16.
3) A Palavra de Deus, que expressa com perfeição todo plano de Deus; Jo 5:39.

B. A PREDESTINAÇÃO E O LIVRE ARBITRIO
O significado de predestinação é "Ação de Deus de predeterminar desde a eternidade tudo que há de acontecer."
"A predestinação se baseia no ?conhecimento anterior? de Deus, no sentido que o seu ?amor eterno?,?preocupação e interesse? pelos crentes é que está em foco (o que é a predestinação, conforme essa idéia é empregada aqui, não estando em foco a mera ?previsão?). Aqueles ?sobre quem fixou seu coração de antemão?, portanto, são aqueles que se tornarão os alvos de só decreto determinador."


Como pode o homem ter livre arbítrio se ele é predestinado? Se Deus já predestinou tudo, como o homem pode ser responsável, se ele não tem escolha?
Em Rom 8:28-30 diz:
"Sabendo que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a estes também justificou, a estes também glorificou.

"As escrituras ensinam que Deus, desde a eternidade, resolveu salvar determinadas pessoas, tornando-as objeto de Seu favor, dando-as a Seu Filho numa união divinamente efetuada pela graça regeneradora de Seu Santo Espírito."

Deus predestinou o que de antemão conhecia, isto indica a presciência de Deus, na qual mostra que já tinha um conhecimento prévio de todos os que iam ser salvos. Nestes versículos é visto que ele predestinou os que foram chamados pelo seu decreto, isso implica em uma eleição. Deus elegeu de antemão aqueles que seriam salvos por sua graça. Mas surge uma pergunta e os outros foram eleitos para o inferno? (Não, pois à vontade de Deus é que todos cheguem ao arrependimento, II Pedro 3:9). Mas como pode Deus ter elegido alguns para ser salvos e mesmo assim querer que todos cheguem ao arrependimento? Será que a Palavra de Deus se contradiz? Não, à vontade de Deus é realmente que todos se salvem, mas ele não viola a vontade do homem, e o que é visto é que a eleição é sujeita a presciência. I Pedro 1:2, "eleitos segundo a presciência de Deus", (Efésios 1:3,4). Logo se o homem é eleito segundo a presciência de Deus; isso implica que a eleição é baseada no fato de que Ele já sabia de antemão os que iam aceitar a Cristo e a esses elegeu. Logo os que não são salvos não foram eleitos para o inferno, mas por sua escolha própria rejeitaram, e Deus já sabia dessa decisão.
"A predestinação não serve de empecilho para a salvação de quem quer que seja, ainda que, para muitos, pareça ser um obstáculo intransponível. ?Todos os homens?, de uma maneira ou de outra, são atraídos a Cristo, desde que ele foi ?levantado?. (...) Isso não significa que todos os homens sejam automaticamente eleitos, mas significa: A- Todos os homens poderiam sê-lo; B- A graça divina é universalmente propiciada por meio de Cristo, tanto potencial como realmente. Isso, em outras, palavras, significa que todos os homens poderiam crer, se assim o quisessem fazer; e Cristo Jesus, em sua missão total, preexistente, encarnada e pós-encarnada, estabeleceu uma diferença universal quanto ao estado de todas as coisas, para melhor. (Ver I Ped. 3:18-20 e 4:6).

Visto que a Bíblia não se contradiz é uma questão de realmente observá-la em um todo, fazer uma harmonia entre as passagens. Pois o livre arbítrio é real e a predestinação também, e os dois são explicados na presciência de Deus. Este fato foi provado e existe um livre arbítrio legitimo. Logo o homem tem liberdade de escolher.

VI - VONTADE PERFEITA E VONTADE PERMISSIVA DE DEUS
"A vontade de Deus é a força suprema na criação, na preservação e na salvação, e várias passagens bíblicas apresentam isso de maneira a não qualificar conforme se vê, por exemplo, no nono capítulo de Romanos. Por outra parte, outras passagens bíblicas dão o devido valor à vontade humana, como um fator necessário e básico do homem, ser que compartilha da imagem divina. Sem essa vontade, e sem a liberdade que dela depende, o homem passará a ser criatura, ser vivente, pois não mais compartilha da imagem de Deus."

Deus tem uma vontade perfeita para cada homem, mas Deus não obriga ao homem a obedecer esta vontade, ele respeita o livre arbítrio do homem. Mas além dessa perfeita vontade de Deus há também a vontade permissiva de Deus.
O exemplo disso é visto no fato em que alguém que tem o chamado para o ministério, mas essa pessoa cai em pecado de adultério. Esse pecado o desqualifica para o ministério, mas não o desqualifica para o trabalho geral de Deus, caso ele venha a se arrepender, reconhecer seu erro e pedir perdão com sinceridade. Ele volta para a vontade de Deus, mas não está na vontade perfeita de Deus, que era o de ser um ministro do evangelho; mas ele está na vontade permissiva de Deus, e ainda pode ser usado por Deus, mas não exercer a primeira vontade de Deus. Alguém pode ser chamado por Deus para ser missionário e por problemas sair do ministério, e na vontade permissiva de Deus ser usado, mas ele só estará na perfeita vontade de Deus quando voltar para o seu oficio de missionário.

CONCLUSÃO:

"Para o cristão, a onipotência de Deus é uma fonte de grande conforto e esperança. Mas para o descrente, um Deus tão poderoso é uma sempre advertência e fonte de medo, que treme, com razão, à lembrança de Seu nome e Sua palavra (Sl. 99:1; Is. 66:5). Os demônios crêem, e estremecem (Tg. 2:19); pois sabem que Deus tem poder sobre eles (Mt. 8:29). Um dia, mesmo os mais poderosos e maiores tentarão se esconder dEle (Ap. 6:15-17) e todo joelho se dobrará ao nome do Senhor Jesus (Fp. 2:10)."

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

? SBB, SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. A BÍBLIA ON LINE CD-ROM. Versão 2.01 1999.
? RYRIE, CHARLES CALDWELL. A BÍBLIA ANOTADA THE RYRIE STUDY BIBLE. Editora Mundo Cristão. 1ª Edição. 1991.
? THIESSEN. HENRY CLARENCE. PALESTRAS EM TEOLOGIA SISTEMÁTICA. I.B.R. 1987.
? BANCROFT, EMERY H. D.D. TEOLOGIA ELEMENTAR. Doutrinária e Conservadora. Imprensa Batista Regular. Edição 1966.
? EVANS, WILLIAM. EXPOSIÇÃO DAS GRANDES DOUTRINAS DA BÍBLIA. Editora Batista Regular. Ano de Edição 2000.
? MICHAELIS. DICIONÁRIO. DTS SOFTWARE BRASIL LTDA.
? GRUDEM. Wayne. TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Edições Vida Nova. 1999.
? ROSA. Eduardo. TRABALHO REALIZADO NO SEM.REG. DO SUL.

Autor: Marco Bahia Duarte


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