Ética e Pós-Modernidade



Goergen, Pedro. Pós-Modernidade, ética e educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.
Pedro Goergen, nasceu em Santa Clara do Sul (RS), freqüentou a escola primária. Cursou o segundo grau no seminário Menor de Gravataí e Filosofia em Viamão. Na Alemanha Doutorou-se na área de ciência da educação. De volta ao Brasil ensinou na E.U. Campinas. Atualmente é professor titular de Filosofia da Educação na Universidade de Campinas. Tem vários trabalhos publicados pela Editora: Autores Associados.

Segundo Pedro Goergen, autor do livro dessa resenha; a modernidade é a grande propulsora pelos males em que vivemos nos dias atuais.
Ele fala sobre a dicotomia em que estamos vivendo nas áreas sociais e ambientais, e que para consertar esses pontos necessários será criar no homem uma nova consciência. Ele vem tratando nas paginas do livro a necessidade de uma nova ética e um novo projeto educacional que permeie a sociedade para uma razão aberta, porém, com a modernidade mais cheia de solidariedade.
O primeiro capítulo trata da Critica á Negação da Razão Moderna: O homem moderno trás em si o ser capaz. Ele acredita ter os segredos de tudo em posse de seu saber para solucionar os problemas.
Este homem moderno buscou suas contribuições nos pensadores mais importantes da história, aqueles que mudaram a história do nosso passado, transformando a história Ocidental em três épocas: Antiga, Média e Moderna. Foram aqueles mesmos pensadores que conseguiram separar a teologia das ciências e colocaram os pilares da modernidade: Realizaram experiências e experimentos e a matemática. O passado agora é visto como um período de ignorância e superstição (história antiga e média), o novo, que é o Moderno vem surgindo e então com grande ênfase e então marca o momento chave: A Revolução Francesa com suas frentes de batalhas. Finalmente o homem chega ao caminho correto do progresso. O novo busca a harmonia entre a razão e a liberdade de "filosofia de Kant".
Durante a trajetória da história da Idade Média para a Idade Moderna, muitas coisas se perderam, outras se ganharam; o equilíbrio das dimensões se desfez em favor da ciência, e esta tomou o lugar de tudo o que antes existia. Isto era fascinante e traria cada vez mais ao homem emancipação e liberdade. Porém, Horkheimer e Adorno, desacreditam na razão moderna como a grande ilusão e vilã dos males praticados em nome da ciência e do progresso. Mas estes autores citados são dois complexos teóricos e suas teses não devem influenciar o texto em si.
O novo contexto: Pós-Modernos:
Com autores chamados pós-modernos desenvolveram seus pensamentos a partir das diferenças entres os pensadores mais significativos e a partir daí, eles buscaram um projeto de desenvolvimento do novo homem e da sociedade. Seus debates foram sempre marcados por contrariedade e centralizado no moderno e pós-moderno nas conseqüências da educação, ética e política.
Kumar defensor da modernidade diz que a história e progresso, verdade e liberdade, razão e revolução, ciência e industrialismo, estão sempre muito pertos um do outro. Já os pós-modernos colocam tudo isso no lixo da história. Habermas diz que a modernidade indicia-se por sua auto-imagem perfeição, cuja verdade deve ser reconhecida por todos; porém Lyotard, se justifica que isso faria o imperialismo da racionalidade ocidental ante outras culturas tradicionais e não éticas. A critica à razão paga um alto preço pela despedida da modernidade. Porém o que resta "saber é se a historia do fim da historia pode ou não valer como um relato capaz de assinalar objetivos, críticos de escolha de valorações". Já para Gianni Valtino; o fim da historia significa o fim da historia como abstrato da legitimação. "A modernidade é a época da legitimação metafísico-historicista, a pós-modernidade e a colocação em questão explicita desse modo de legitimação". Para ele não se pode invalidar toda a legitimação com referencia a historia como quer Lyotard. Pois não vivemos apenas uma prova da frustração circunstancial do projeto moderno. É fundamental entender que estes titãs se contendiam entre si e que seus pensamentos contemporâneos da descolada realidade sociocultural era uma outra história. O que resta é entender como poderemos chegar ao um novo patamar sobre o qual preservado elemento desta contradição, como as suas oposições se conciliavam em novas formas de compreensão dessa realidade que vem sofrendo mudanças radicais.
Tempos de Pós-Modernidade?
A chamada ética do discurso desenvolvida por Habermas na década de 1980 está inserida na teoria da ação comunicativa, esta procura fundamentar o conceito de verdade a partir da comunicação. Por essa razão o agir não é o objeto de nova escolha segundo ele. A teoria da ação comunicativa e a ética do discurso esforçam-se por resgatar um conceito comunicativo de razão e uma visão de sociedade na qual os autores estão conscientes do que fazem e são responsáveis pelas suas ações. Habermas distingue duas formas de discurso: teórico e o pratico; o primeiro procura provar ou refletir a verdade. É o procedimento típico das ciências. Ou seja é estabelecer a verdade como ela é. O segundo é a ética que problematiza a justiça e a verdade de normas. Para ele as normas éticas devem ser racionalmente justificadas, pois a ética é a validade de uma norma racional democrática. Lipovetsky, diz que o desenvolvimento de sua teoria está no industrialismo contemporâneo por causa dos costumes pós-modernos. Nos últimos anos a ética ganhou uma centralidade nos diversos campos das atividades humanas. S e fala em ética profissional, médica, bioética empresarial e assim se vai cada vez mais. Enquanto uns estão falando de maneira nobre que a ética está de volta á cultura marcada pela utopia moral, outros falam que a ética está falida dos valores do império industrial que é o fim de toda moral. Devemos entender que não será às profissões de fé ética que acabará com o medo da miséria, agressão contra as parcerias entre política e empresas inteligentes que buscam a responsabilidade e qualidade profissional. Devemos também que os problemas dos códigos morais de Ética perderam sua força devido às vãs filosofias.
Novas perspectivas para a educação.
Estes movimentos na ética também desenvolveram problemas no campo educacional, antes a educação era destinada a aprimorar a conformidade do ser humano com os desígnios divinos, isso significava encontrar os segredos e ser capaz de mudar a vida do homem, da natureza, pois o homem precisa ser feliz aqui e agora. Mas isso ficou pouco e o homem buscou na educação, meios de renovações que valorizassem e democratizasse o conhecimento através dos procedimentos educacionais e não só de projetos emancipatórios, e, a educação não deixou essa nova realidade de expectativas seculares e racionalistas, podemos citar Comenios nesse período. Nesse novo tempo temos sábios e cientistas como nossos sacerdotes ministrando a salvação pelo saber da razão consciente. Mas o que nos traz um pensamento é: Até que ponto o homem pode ou deve interferir conscientemente e racionalmente no seu destino individual e coletivo? A bem da verdade ética trata-se de saber até que ponto fenômenos como flexibilidade, a desorganização, dualização, ou, incerteza pode ser consideradas cruciais para à evolução dos sistemas sociais, e, principalmente educacionais. O pós-modernismo anda de mãos dadas com o neoliberalismo, afirmando que nada deve se opor ao exercício da responsabilidade individual cujo ambiente natural de desenvolvimento é o mercado "capitalismo". Mas os jovens precisam de motivação ética que deve ser racional e não no mercado, não podemos mais recorrer a outros caminhos e sim buscar uma formação moral através da educação, para isso é preciso dar ao homem um referencial básico a respeito da natureza do próprio homem, da sociedade, da vida enquanto tal, e um, projeto correto com está visão.

CONCLUSÃO

"Como diz o autor; nenhuma conclusão pode suprir esta lacuna"
Vivemos em tempos onde a ética não mais ocupa o seu lugar, vivemos no medo, medo este que vem por causa daqueles que não sabemos quem são, porém; a sua falta de ética nos faz parar diante de uma sociedade sem lenço e sem documento. Onde procuramos honra, honestidade, profissionalismo e não encontramos, porquê? Por que a ética foi colocada nos armários de nossa sociedade e com isso a educação sofre suas perdas. (Campo Grande ? MS, 2004)

Autor: Rita De Cássia De Souza


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