Aprender à morrer



A vida é realmente algo estranho; nós "seres humanos", percebemos precocemente que ela finda, mesmo que isso seja relativo a cada religião, cultura ou linha de pensamento, mas o fato é que percebemos isso, o fim do corpo físico.
Mas acredito que o mais dramático nesta percepção seja que mesmo assim vivemos de uma maneira tão ignóbil e vazia que não vemos de maneira efetiva nossa real finitude; nossa sociedade nos impõe de forma autônoma, uma ideia de que temos que ser alguém, temos de ter algo (seja isso um bem material ou um diploma de ensino superior), e temos que "fazer" algo; isso chega a beirar o surreal quando percebido de modo mais profundo; o fato é que passamos nossos momentos vivendo ideais que não pertencem a nós realmente.
Explico melhor com um exemplo de minha própria vida, quando, em um local tranqüilo, sem ninguém, sem pressão, sabe... quando você está totalmente só em seus pensamentos, sem pudores ou limites, decido olhar pra mim e ver o que de fato quero fazer de minha vida; é nesse momento que me vem o que chamarei de realidade de vida, neste momento eu me vejo viajando, conhecendo todos os lugares que sempre vejo na TV, conhecendo aquelas culturas malucas, e fotografando tudo; é isso que eu penso; esta é a vida que, como dizem "pedi a DEUS", e é neste ponto que critico nossa sociedade, pois ela nos distancia deste encontro, encontro consigo mesmo, onde podemos ser apenas nós, e não o que os outros querem , não o que nossos pais gostariam que fossemos, ou que nossos "amigos" achariam legais que fôssemos, nem mesmo o que nossos falsos ideiais nos levam a crer ser a melhor opção. O universo é tão vasto, nosso planeta é enorme, nosso país é imenso, a natureza é repleta de coisas que nem sequer imaginamos, então creio que não sejamos feitos apenas para nos subjugarmos à sociedade e seu modo de vida insólito, somos parte de tudo e como parte de tudo jamais findamos. Não esqueçamos que a morte, é, acima de tudo uma palavra, uma criação humana para descrever um entendimento humano, ela é essencialmente empírica, não pode ser imaginada; acredito que se vivermos plenamente cada dia , cada minuto sempre de maneira visceral estaremos sabendo morrer, pois cada dia bastaria
Termino parafraseando um sábio naturalista, Thoreau que diz assim:"Antes que amor, que dinheiro, que fama, conceda-me a verdade."

Autor: Giovani Nasatto


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