A MÁQUINA DE FAZERDINHEIRO



A MÁQUINA DE FAZER DE DINHEIRO

Manuel passa a tomar conta da fazenda. O administrador lhe explicou tudo o que fazia e o que tinha de ser feito. Manuel providencia tudo. A vida ia muito bem para todos lá na fazenda.

Mas o diabo não pode ver ninguém feliz mesmo. Passa a tentar por todas as maneiras. Não é que Manuel se vê tentado até mesmo na fazenda? Pois é. Aparecem lá dois homens, bem vestidos, bem arrumados. Dizem que são paraguaios. Conversam com Manuel como se fossem de bons gabaritos. Falam que se perderam por aquelas bandas, que iam até a cidade comprar papel para fazer dinheiro. Fazer dinheiro? Sim, eles possuíam uma máquina de fazer dinheiro e iam pra cidade comprar papel. Queriam que Manuel lhes ensinasse o caminho, pois não tinha mais papel-moeda no Paraguai. Eles tinham deixado o carro na porteira e lá estava a máquina também. Manuel se interessa logo pela máquina. Quer comprá-la. Não. Ela não estava a venda. Manuel luta tanto que eles acabam vendendo a coisa pra ele. Ensinam como funciona. Na hora fizeram algumas notas. Beleza. Acabou para sempre a miséria de Manuel.

Os homens deixam a tal máquina e se mandam com o cheque de 50 mil. Só que os dois eram, na verdade, dois falsificadores. Manuel pensava que o dinheiro era feito assim, por qualquer um.

Leva a máquina pra sua casa e a deixa lá. Não mostra pra ninguém, com medo de ser roubado. Ele também vai à cidade, compra papel e coloca na máquina. Fabrica algumas notas. Perfeito. Ninguém saberá que Manuel tem a máquina de fazer dinheiro, mas o pensamento de Manuel é frustrado. Os peões descobriram tudo e fabricaram muito dinheiro. Manuel fica sabendo. Não concordava com aquilo. É uma injustiça o que fazem com Manuel. Precisa tomar uma providência. Isto mesmo. Vai à cidade e dá parte à polícia .Pois é, seu delegado, comprei uma máquina de fazer dinheiro e os meus próprios empregados me roubaram. Pode uma injustiça desta? Enquanto eu fabriquei 5 mil, eles devem ter fabricados uns 50. Quero que os prenda e nunca mais soltem aqueles ladrões. O delegado assusta. O quê? Comprou uma máquina de fazer dinheiro e está fabricando por aí a torto e a direito? Só o essencial, delegado, explicou Manuel. O delegado quer saber tudo direitinho. Manuel nem desconfia de nada. Muito bem, muito bem, senhor Manuel, disse o delegado. Vamos tomar providências agora mesmo e chama: Nestório, faça o favor aqui. Nestório aparece. Prenda este homem. Coloque-o numa sela bem forte. Mas... mas, delegado, eu? Por que eu? Sou roubado,venho dar parte e o senhor prende a mim e não aos ladrões? Leva-o rapidamente, Nestório. Vamos lá nesta tal de fazenda buscar a máquina de fazer dinheiro e o restante dos falsários. Essa não - diz Manoel, levar minha máquina não. Ele é conduzido à grade. Que coisa horrível! Agora Manuel sabe que não há justiça.

No outro dia a mulher e a família de Manuel chegam à delegacia. A polícia fez a maior blitz na fazenda dele. Carregou a máquina, prendeu todos os peões da fazenda. Levou todo o dinheiro que encontrou, tanto o falso como o verdadeiro. A família também trouxe um advogado que explicou tudo a Manuel: que aquilo era crime, que dinheiro só o governo poderia fazer, que Manuel foi tapeado e... seria duro pro Manuel sair dali. Só aí Manuel entendeu tudo direitinho.

Manuel ficou preso por dois meses. Gastou uma grana violenta para provar que era inocente. Sai da delegacia muito envergonhado. Além de sair como falsário e ladrão, o povo descobriu que ele era burro. Isto poderia ser, mas ladrão e falsário, não concordava. Manuel vai para casa na cidade. Enche a cara de novo. Está muito triste com o que aconteceu. Pretende afogar as mágoas na bebida. Quer esquecer todo aquele sofrimento. Não quer pensar em mais nada.



Autor: Henrique Araújo


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