DUELO DE UM HOMEM SÓ



DUELO DE UM HOMEM SÓ
Hoje trago em meu peito as marcas do passado.
Estou vivendo meus piores momentos.
Tudo parece não ter razão,
Não ter sentido algum.
Olho em volta, neste lugar paradisíaco onde estou,
E me vejo sozinho, rodeado de angústia e de pensamentos confusos,
Pensamentos que me atormentam tentando tirar-me a paz.
Mas que paz, se há tempo não a sinto?
Estou no paraíso,
Porém sinto-me no pior dos lugares.
Não há lugar, por mais belo que seja, que me transmita paz;
Não há ninguém, por mais interessante que seja,
Que consiga retirar de mim um sorriso autêntico,
Nascido da alma.
A poesia é meu refúgio,
É como se eu estivesse em outro mundo,
Um mundo só meu,
Onde eu posso ter o que quero,
Ser quem eu quero,
Onde eu posso ser feliz.
É nesse mundo que eu vivo,
O faz de conta que eu criei,
O meu esconderijo secreto,
Onde me refugio pra fugir da realidade,
Dessa realidade cruel.
Em minhas poesias descrevo o meu "eu" mais profundo,
Revelo meus segredos e me ponho desnudo,
Me viro pelo avesso.
Desabafo comigo mesmo,
Mas ninguém vê,
Ninguém sabe,
Ninguém s?emporta.
Todos têm seus problemas,
E assim como eu, vivem atarefados em seu dia-a-dia.
Sinto que estou perdendo a razão;
As vezes não sei o que faço,
O que falo, o que penso.
Sinto-me impotente diante de situações adversas,
Situações que me causam constrangimento,
Tensão, mal-estar.
Estou lutando comigo mesmo,
Contra minha própria natureza.
As vezes sinto que estou perdendo esse duelo, duelo de um homem só.
Já perdi muitas batalhas no decorrer do tempo,
Mas sei que preciso urgentemente arrancar do fundo do meu peito
Uma força extra pra não deixar de existir,
Pois minhas forças se esvaíram
Durante as batalhas que tão heroicamente travei,
Batalhas de sangue,
Batalhas de vida.
Preciso vencer essa luta injusta, desigual.
Esse gigante que me oprime não pode sair vencedor nem tampouco ileso,
Tem que ser eliminado, destruído.
Tenho consciência de sua força,
Por isso preciso de ajuda.
Estou pedindo socorro.

Autor: Rogério Ramos


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