Democracia para os artistas



Democracia para os Artistas
Atualmente, é comum encontrar na política brasileira, inúmeros "artistas, músicos e comediantes" lutando pela candidatura no ano de 2010. Tal realidade é preocupante, e totalmente desesperadora, haja vista, que baseado no populismo artístico fomenta-se na verdade no Brasil, uma espécie de desespero dos eleitores que através da sua total descrença aos candidatos. Assim, julga ser o seu voto uma manifestação de protesto. O fato é que se massacra toda a máquina democrática do sistema eleitoral.
Caracteristicamente, é importante delinear que a Democracia é um sistema do qual a maioria sai vitoriosa; preocupa-se quando esta democracia se perde pelo fanatismo televisivo do mercado, e da fama. Perde-se a democracia, quando a sua população recusa a pensar a política, e faz opção pelo caminho totalmente inverso ao contexto científico da consciência democrática, a saber, a ignorância.
O Brasil é um país de grandes dimensões, terra, donde, tudo que se planta nasce, cresce e felizmente produz. Mas, tristemente sua população ainda não se despertou para a figura e a importância do gesto de exercer a democracia, que curiosamente no caso do país a questão é Obrigatória.
O Brasileiro não pode se perder ao reflexo do imediatismo, e esperar que Deus algum dia venha fazer "milagres" para salvaguardar a república compreendida erroneamente como o "país do sem preconceito". Notoriamente, pensar o Brasil é pensar no seu povo, povo este que se recusa a pensar nos melhores caminhos para que realmente o Brasil venha seguindo em frente ao tão sonhado desenvolvimento.
Estamos deitados em berço esplendido! Pois, não posso filosoficamente e politicamente pensar que o Brasil venha a ser um país, se ainda não há um povo a ser pensado. Haja vista que, a burguesia a classe mais favorecida deste país se refere a povo como sendo somente os pobres e os menos desfavorecidos. Talvez, este seja o pagamento por não derramarmos uma gota de sangue durante a independência e a proclamação da República. O que pensar de um país de cuja estrutura governamental fora feita por aristocratas que precaviam na política uma oportunidade de garantir em maiores quantidades seus feitos econômicos. A política deve nortear a economia, e não a economia deve nortear a política, pois, quando a economia passa a ditar as regras perde-se qualquer dignidade aderente à democracia, que passa a dar lugar a corrupção e várias outras realidades que denigre a vida e o espaço político.
O pensador grego Aristóteles há muito tempo atrás, já havia delineado que "O homem é um Animal Político" por isso, por mais que se recusa o ambiente político, em maiores proporções nega-se a própria realidade humana, haja vista que somente o homem em toda biodiversidade ambiental é o único animal capaz de fazer e pensar a política, seja esta realizada por um simples gesto, fala, círculo de amizade, e, até mesmo a delegação de mando a um determinado corpo artificial, o Estado.
Comumente, em anos políticos percebe-se a imprensa afirmando chavões de que elegemos governantes na maior democracia do mundo, mas afirma-se: Como pensar uma realidade Democrática, donde, inúmeras pessoas nem sequer sabem o papel de um Senador, Deputado? Como pensar a Democracia em um país de analfabetos diplomados? Tristemente somos obrigados a dizer mais uma vez no bojo da história: "A Democracia é a Ditadura da Maioria. E, se a maioria é ignorante, a Democracia pode ser muito bem fundamentada como o Império da Mediocridade".


Autor: Bruno Marinelli


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