Artigo: O grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia próximo da sua extinção



Artigo: O grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia próximo da sua extinção

Roberto Ramalho é Advogado, Jornalista, Relações Públicas e estudioso de assuntos políticos e jurídicos

O chefe militar das FARC, conhecido como 'Mono Jojoy', de 57 anos, e que morreu na quinta-feira dia 23 de setembro em um ataque militar foram jogadas mais de 30 bombas lançadas no seu acampamento - era segundo descreve a Agência de Notícias France Presse (AFP) uma figura mítica na guerrilha, da qual foi um dos líderes mais poderosos, e o personagem mais odiado das Forças Armadas da Colômbia.

"A morte do chefe militar da guerrilha das FARC, Jorge Briceño, apelidado Mono Jojoy, é o maior golpe já sofrido por essa organização em toda a história", declarou o presidente Juan Manuel Santos. "O símbolo do terror na Colômbia caiu", enfatizou Santos à imprensa na sede das Nações Unidas, onde participou da Assembléia Geral do organismo.

"Foi uma operação cirúrgica, porque não objetivou desmantelar o acampamento, mas atingir seu objetivo. Sabíamos que ele tinha o costume de se levantar entre 1h (23h em Brasília) e 4h (2h em Brasília) para consultar documentos. Decidimos atacar às 2h", contou o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, em entrevista à emissora de rádio La W. "Jojoy foi entregue por sua própria gente", confirmou ele. O GPS passou a transmitir sinais por vários dias, mas os indícios de movimento foram percebidos na última segunda-feira, quando o vice-líder das FARC caminhou até o acampamento onde seria morto dois dias depois.

E O De acordo com o jornal "El Tiempo" "vários guerrilheiros" ajudaram a repassar aos militares as coordenadas exatas do bunker de Jojoy e, por isso, receberão parte da recompensa de cinco bilhões de pesos colombianos (R$ 4,6 milhões). O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, autorizou a Operação Sodoma no último dia 16. Somente na madrugada da última quarta-feira, 72 aeronaves lançaram mais de 30 bombas inteligentes de 226 kg cada sobre o acampamento situado na área de selva conhecida como La Macarena, no departamento (estado) de Meta. Três ondas de bombardeios expulsaram Jojoy de seu refúgio, um abrigo de 300m2 ligado a uma complexa cadeia de túneis. Quase 24 horas depois dos bombardeios, 400 dos melhores combatentes das forças especiais do Exército, da Marinha e da polícia desceram de rapel, a partir de helicópteros, e minaram focos de resistência.

De acordo com levantamentos realizados pela polícia colombiana, Luis Suárez, aliás, Jorge Suárez Briceño ou 'Mono Jojoy', era filho de camponeses nascido no departamento (aqui no Brasil chama-se Estado) de Boyacá (norte), tendo entrado para o grupo guerrilheiro em 1975.

Especialistas afirmam que 'Mono Jojoy' praticamente se criou com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, comunistas), a qual conheceu por intermédio de seus pais desde a época em que já tinha seis anos.

"A mãe dele era cozinheira de Jacobo Arenas", um dos fundadores da guerrilha, em 1964, e desde pequeno, assistia às aulas de marxismo dadas pelo guerrilheiro, contou à AFP Ariel Ávila, que durante dois anos investigou a vida de Briceño para a Comissão da Memória Histórica da Colômbia.

O procurador-geral da Colômbia, Guillermo Mendoza, confirmou a morte de Briceño em um bombardeio. "Uma fonte militar confirmou que numa operação das forças militares foi dado baixa a um grupo de guerrilheiros e no dia de hoje (23 de setembro), há algumas horas, foi encontrado o corpo de Mono Jojoy", afirmou Mendoza.

O ministro da Defesa da Colômbia Rivera afirmou que, após uma varredura na região onde aconteceu a operação que matou o líder guerrilheiro "Mono Jojoy", foram recolhidos 20 computadores e 68 unidades de armazenamento portáteis, onde as forças de segurança acreditam que "há importantes informações", que serão analisadas por especialistas em inteligência do Estado.

De acordo com o jornal espanhol "El Tiempo" um sargento da polícia que se infiltrou nas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) foi uma das chaves para o sucesso da operação que levou à morte do chefe militar da guerrilha, Mono Jojoy.

Segundo reportagem do jornal "El Tiempo", o suboficial que agora é um herói anônimo na Colômbia, assumiu a função depois que outro policial foi morto em 2006. Durante dois anos de missão, ele e outros três homens da inteligência da polícia rastrearam a rota de Jojoy na floresta de Meta.

Tudo começou quando o suboficial da polícia colombiana montou um negócio de fachada numa cidade próxima, começando então a existir os primeiros contatos com o grupo guerrilheiro começando a conhecer guerrilheiros e ganhar a confiança deles.

Já infiltrado na guerrilha, percebeu então que o "fogo amigo" havia se tornado um problema para as FARC. Em decorrência disso para não perder mais soldados em ataques errados, Jojoy ordenou que cada patrulha da guerrilha tivesse uma mulher, o que distinguiria os grupos daqueles do Exército.

Ele só viria a morrer no bombardeio acontecido no dia 23 de setembro porque o sargento começou a manter um relacionamento com uma dessas mulheres, que era do segundo nível do anel de segurança que protegia Jojoy. Com a informação que ela passava ao policial, foi possível montar a rede que fechou o cerco ao chefe militar, que era também o número dois da guerrilha desde 2008.

De acordo com informações do Ministério da Defesa da Colômbia coletados a partir de 1987 foram atribuídos a "Mono Jojoy" 105 "atos terroristas", como emboscadas, ataques às aldeias, seqüestros de políticos, industriais, agricultores etc. Também pesam sobre ele várias acusações como a de induzir sabotagens e diversos atentados contra oleodutos, além de ações contra civis, políticos, militares e policiais, entre outros delitos.

Principais chefes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia mortos nos últimos anos e os que ficaram comandando as FARC.

Manuel Marulanda Vélez. Mais conhecido pela alcunha de "Tirofijo". Foi morto em maio de 2008. Foi o fundador das FARC e o seu principal líder. Nome verdadeiro Pedro Antonio Marín.

Raúl Reyes. Foi morto num bombardeio. Nome verdadeiro Luis Edgar Devia Silva. Era considerado o Porta-voz tradicional das FARC e o número 2 da organização, abatido no dia 1º de março de 2008.

Walber Tabosa. Conhecido como "El Chefon". Nome verdadeiro Víctor Julio Suárez Rojas. Era considerado até então pelas forças governamentais como o Comandante do Trafico em Anajás.

Timoleón Jiménez. Conhecido como "Timochenko". Nome verdadeiro Rodrigo Londoño Echeverri. Considerado o chefe da inteligência e da contra-inteligência da organização.

Alfonso Cano. Nome verdadeiro Guillermo León Sáenz Vargas Figura ideológica tradicional. Atual líder da organização.

Atual líder Iván Márquez. Nome verdadeiro Luciano Marín Arango. Líder do Bloco Noroeste, substituiu Efraín Guzman, líder histórico falecido de causas naturais no ano de 2003.

Iván Ríos. Foi assassinado por um subordinado. Nome verdadeiro Manuel
Jesús Muñoz Negociador de paz, chefe do Bloco Central "José María Cordoba", abatido por homens encarregados de sua proteção segundo informações do Ministério da Defesa colombiano.

Joaquín Gómez. Conhecido por "Usuriaga". Nome verdadeiro Milton de Jesús Toncel Redondo Responsável do Bloco Sul, substituiu Raúl Reyes.

Mauricio Jaramillo. Conhecido como o xato e como El Médico. Nome verdadeiro Wilson Valderrama Cano. Substituiu Iván Ríos.

Conclusão

Concluindo o presente artigo só existe agora uma única solução para por fim ao conflito que já dura mais de 40 (quarenta) anos: Um pedido por parte da liderança das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia de anistia a todos os guerrilheiros e o retorno deles a vida de normalidade democrática, sem, contudo, haver qualquer tipo de punição e perseguição, ou continuar com a luta armada até onde acharem que podem continuar já que nos últimos anos a organização guerrilheira e narcotraficante praticamente perdeu todos os seus principais líderes.

Fontes de Consultas:

Agência France Presse;

Jornal espanhol "El Tiempo";

Outras Agências Internacionais consultadas como a EFE, AFP e Reuters. Data da consulta: 26.09.10 ? horário da tarde

Autor: Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti


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