Todos os dias



Todos os dias

Todos os dias é preciso renascer de alma límpida
Esquecer as guerras, esquecer as profundas feridas,
esquecer os inimigos, reverenciar os amigos.
É preciso saber que está vivo muito mais que vivo.
Saber-se imortal Lavado de todo orgulho,
Purgado de todo egoísmo, excluído de todo o mal,
Liberto do eu carnal

Todos os dias

Acha-se o que se que achar e até o que não se quer também
Aquela verdade, uma mágica alegria, toda ínfima harmonia
Nada falta nada completa, a alma perfeita Vazia

Todos os dias

O dia nasce nu, completo único e real com todos os versos existentes.
O silencio canta a vida do novo dia que nunca acorda no passado, um só caminho, o eterno caminhar.

Todos os dias

É dia de viver a alma jamais esconder entre as brumas desvanecer o brilho do sol empalidecer.
Como podeis esquecer que o imperdível é agora que neste mesmo instante o sempre é o imutável presente e adias isto para que?

Todos os dias

Pode parecer raro, mas é um diamante bruto para lapidar, mas se quiser tente mastiga-lo.
Seria melhor mesmo se meditasse sobre os seus mil raios e reflexos?
Toda a sua indescritível beleza, todo o seu profundo mistério e só assim quem sabe há de se surpreender.

Todos os dias

É o seu dia
O único que tens e jamais terás para ser si mesmo.
Desperdiça-lo seria com o jogar a tua preciosa existência fora.
Um só instante que se perde é perdido para sempre sem volta uma parte de ti mesmo tão cara e irresgatável.
Algo de si que nunca conhecerás. Algo eterno que nunca mais encontrarás.
E tudo isso para que?

Todos os dias

São dias únicos
Bafejados de êxtases
Procurando a quem o quer
Para embriagar-lhe da única essência de todo o sempre, o alento eterno divino.

Todos os dias

A luz desce às trevas arrancando-lhe as vendas da alma sombria
Para docemente banha-la no berço do caos universal
E soprar-lhe pacientemente a meta e a direção
para novos caminhos.

Todos os dias

São dias plenos de luz
Se afaste então da sombra
Que o teu corpo insinua
Que a tua mente compactua
E olhe bem para dentro com os olhos bem abertos
Intacta arde a chama sem se alterar um mínimo do caos que a rodeia

Todos os dias

Tu está sendo posto à prova para saber se estás alerta e atento
Vivendo o momento sem sonhos, desperto para sempre aos ataques inoportunos da ilusão do mundo que tem todas as formas de imaginação inclusive a sua.

Todos os dias

Para o dia único é um suave respiro
Para todo o universo pode ser um começo ou um fim
Para nós que somos sementes germinando em seus jardins
Pode ser um fim para um novo começo
Mas nunca um fim propriamente fim

Todos os dias

A voz do dia chega aos ouvidos
Reverbera no corpo
Fala ao espírito
Estou de volta!
Da ronda da eternidade
E tu continuas aí sonolento e rabugento agarrado a efêmera matéria?
Vamos abra os olhos as estrelas já estão a se dissolver e quem vai dormir e sonhar agora sou eu

Todos os dias

São dias de amor
Inesgotáveis fontes jorram sem fim
Saciando a insaciável manifestação desde os primórdios imemoriais
Enquanto tu choras de comiseração esmolando atenção
Batendo no peito rancoroso amaldiçoando a criação

Todos os dias

É preciso não nascer, não viver, não ser
Neste mundo paradoxal tudo e nada é preciso entender
Antes que uma tênue bruma tome a forma do conhecido
É preciso matar a realidade para ingressar no real
Ver é preciso, mas só a visão não basta
Principalmente quando ela não vê nada
O outro mundo não pode ser vistos com esses olhos
E quando acha que o vê, o vê com um terror inimaginável porque não vê o que quer ver
E a visão do nada não tem paralelos é a visão do ego estarrecido que descobre que pode morrer

Todos os dias
O eu blasfema, Eu sou!
Mas no intimo diz: Eu sou o que?
Diz por que no fundo sabe o que é, ou melhor, o que não é porque se não soubesse não perguntaria



Autor: Cesar Valerio Machado


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