Falta de formação docente: um entrave ao uso das Tecnologias da Informação em sala de aula



Durante o ano de 2009, participei da realização de uma pesquisa em um pequeno município do interior do estado do Rio Grande do Sul. São Pedro do Sul, um município de economia essencialmente, agrícola e com um pequeno comércio, ainda em desenvolvimento, possui uma população igualmente pacata, que em sua maioria não possui acesso à Internet ou recursos computacionais. Durante uma pesquisa dentro das escolas das redes municipal e estadual, percebemos que apesar de as escolas estarem bem equipadas com laboratórios de informática, graças a projetos como o PROINFO, muito pouco havia mudado na rotina de ensino dessas escolas. Segundo os diretores, funcionários e até mesmo os próprios professores, a causa do pouco uso desses espaços se devia à falta de formação para elaborar aulas que rendessem aprendizados. A maioria dos professores sabia utilizar computadores para uso pessoal, em tarefas como elaboração de provas, por exemplo, no entanto, tinham dúvida com relação a como elaborar uma proposta de trabalho com os alunos sem que houvesse distrações ao assunto abordado.
Foi percebido, especialmente nas escolas mais retiradas, onde não havia acesso à Internet, que seus professores evitavam utilizar os laboratórios por não conhecerem outro tipo de trabalho que não fosse o de pesquisa e resposta a questões propostas. Isso nos deixou alarmados sobre a questão da qualidade da educação, nos apontando a falta de formação dos professores como um forte entrave para o êxito do trabalho pedagógico.
Percebe-se que já não está mais em questão provar que a utilização das TI?s no desenvolvimento do currículo é benéfica, mas sim, passamos agora a buscar formas de disseminar entre a população docente, maneiras de otimizar o aprendizado dos alunos, seja por meio de pesquisas, projetos, mini-cursos, ou qualquer outro evento de formação. É um trabalho que carece de envolvimento por parte da comunidade docente, governos e alunos e seria especialmente produtivo, se os cursos fossem realizados dentro das escolas, pois, muitas vezes, os professores, na busca por um salário suficiente para si e sua família, não tem tempo de freqüentar cursos como os NTE?s que o governo federal dispõe, no caso do município de São Pedro do Sul, o curso nem mesmo está disponível na cidade, mas sim, em Santa Maria, município que fica cerca de 45 km de distância.

Autor: Bruna Linhati De Oliveira


Artigos Relacionados


Formação Continuada Para Professores: Utilizando A Rede E-proinfo No âmbito Do Município De Porto Velho

InformÁtica Educativa

InclusÃo Digital Na Escola: Utopia Ou Realidade?

ProfissÃo Professor: As Dificuldades Da ProfissÃo E O Relacionamento Entre Professores E Alunos

As Novas Tecnologias Em Sala De Aula: Desafios A Se Transpor Em Busca De Uma Educação De Qualidade.

O Desafio Tecnologia X EducaÇÃo

Apresentação Do Cefapro