Judas




Judas

Ele não tem lugar onde pousar o rosto.
Ó nações felizes chorem ? no deveras.
Encontra-se ao desamparo até achar-se morto.
Oh lamentem sua pobre recompensa,
As chagas que lhe rompem.

No seu olhar não há nenhum descanso,
E sobre seus pés há cicatrizes.
Para quaisquer céus ele é um estranho,
Ele caminha pela rua de olhar triste,
E semelhante á sombra.

Pois ele deve se ir com o nascer do dia,
E com o por do sol deve se por ao largo.
O dia todo suporta um coração dolorido,
A noite toda pesam-lhe as doloridas mágoas,
Sim, noite e dia.

Olhem então um momento nos seus olhos,
Enquanto ele se afasta tristemente.
Pois lá as misérias todas se reúnem,
E uma surpresa.
Pois ele ainda é mais triste que Deus presume.






Autor: Moussa Simhon


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