Privatizações: é o melhor caminho?
Segundo argumentações dos que são a favor, as privatizações desoneram o estado de uma responsabilidade que não lhe cabe. Liberando-o para atuar na sua área fim. Então, as privatizações recuperam empresas que caminhavam para a falência, transfere as dívidas para os novos donos, fazendo com que os setores privatizados realizem seus investimentos e acelere o crescimento econômico. Estes são (possíveis) pontos positivos que podem ser vistos como vantagens.
A maior desvantagem está na forma como o processo é executado e depois regulamentado, pois o capitalismo visa a lucratividade, e não o bem estar, nem o desenvolvimento social (ainda que algumas empresas discursem "responsabilidade social", pois se fosse sofrer prejuízo, ou não ter nenhum beneficiamento, estas investiriam em algum setor???) Então, quando o Estado coloca "em mãos" de setores privados o que deveria ser sua obrigação, cria a possibilidade de aumentar o número de desassistidos ? para além do que já temos visto. Esse processo reforça alienação do patrimônio público e reduz, substancialmente, os investimentos sociais.
O Estado ? setor público - tem deveres com a população beneficiária dos serviços públicos, criadas, implementadas e asseguradas como DIREITOS, constitucionalmente. No entanto, cada vez mais crescem empresas/instituições que se "comprometem com atendimento à saúde, de qualidade, à garantia de aposentadoria, através de contribuições autônomas. Mas sendo DIREITO de todos, a política de saúde e uma velhice confortável, asseguradas por lei, não podem ser vistas ou tratadas como mercadoria.
A ideologia, dos que acreditam que a privatização seria a melhor saída para a crise do setor aéreo, apregoa que proporcionaria os investimentos e a modernização necessários ao desenvolvimento do setor. Há um debate atual sobre a privatização dos aeroportos. Sou contra porque acredito que a privatização reforçaria a política neoliberal, visto que a má gestão do poder público no setor seria "encoberta" pela promessa de promover os avanços necessários no setor.
Atualmente, a terceirização de serviços cria um contingente de trabalhadores sem garantias futuras (digo a respeito dos contratos), visto que a qualquer momento, uma instituição pública pode reduzir seu quadro de funcionários, sem ter obrigações indenizatórias. E o trabalhador, desempregado por não ser funcionário público (concursado) fica à mercê da venda de sua força de trabalho nas mais variadas formas de exploração. Dessa forma, há um desenvolvimento econômico, POIS A MINORIA DETÉM MAIOR PARTE DA RIQUEZA, enquanto a MAIORIA SOFRE COM AS CONSEQUENCIAS DO SISTEMA VIGENTE. E o desenvolvimento social, cultural, educacional ? para os pobres - fica estancado, à espera de vontade política.
Autor: Nathalie Pereira Brito
Artigos Relacionados
Falácias E Verdades Sobre Os Números De Funcionários Públicos No Brasil
A Saúde E A Vida à Venda
Funcionário Público: Servidor Do Povo!
A Força Do Setor De Serviços No Brasil
A Saúde E A Vida à Venda
A Terceirização De Serviços No Setor Público
Pensar Sobre O Terceiro Setor E O Estado