Comentário Sobre: Força especifica aplicada ao futebol



OLá meu Caro Antonio C. Gomes, meu ponto de vista é esse sobre o tema força.

Dentro da preparaçao desportiva o tema força é o mais interessante de todos, ela está em tudo, desde quando piscamos nossos olhos, até a contraçao para um bom chute. Há muito venho estudando de perto os aspectos neuromusculares, principalmente a parte que eu chamo de polimento da força para competir, ou seja, a força aplicada de forma dinâmica, especifica e direcionado aos treinos que configuram os jogos para o treinamento nos seus variados espaços e proporções numéricas de atletas.

Acho que aqui está a chave. Força é o ponto vital da qualificação do treino dos futebolistas.

Ainda não compus um artigo em cima dos meus processos de treino, mas em minha coleta de dados observo que o índice de lesões musculares é bastante baixo, quando comparado a outros profissionais, alem de observar que a fadiga aparece de forma amena. Passei a atribuir isso em boa parte aos cuidados com os padrões de força que busco manter com meus atletas. Tenho uma passagem interessante para te contar, ou melhor, relato de um atleta, aliás, já ouvi vários, mas esse em especial por considerar o atleta diferenciado e com boa formação, inclusive acadêmica. Entao ele relatou: ( XXXXX, que era lateral do Grêmio ) "- Professor, apos 10 anos de Grêmio me sinto treinado depois do trabalho e não mais "quebrado" como em outras temporadas, o que mudou ? "

Não justifico esse relato somente ao equilíbrio do Treinamento de força que apliquei naquele grupo em 2003, mas também a outros fatores que podemos entender até com um conhecimento básico da fisiologia do exercício: Recuperação apropriada, cargas apropriadas e o mapeamento da individualidade de meus atletas. E deixo claro que papear um atletas, não é somente testa-lo no inicio de uma temporada (como muitos preparadores fazem para prestar conta aos seus superiores) pois testar no inicio serve somente para dizer que precisamos treinar. E porque não treinar para saber, quanto necessitamos treinar? Como faz, por exemplo, e bom exemplo: Mourinho. Ah, mas não pense que eu acho uma boa bateria de testes principalmente os de maior especificidade algo sem valor, claro que não! São de grande importância, mas no momento apropriado.

Uma abordagem que quase nunca abro mão na maioria das equipes que passei é a utilização do controle corrente, isso sim me dá muitas referencias e condições de equalizar o que treinar, quando treinar e o que restringir. Você escreveu sobre isso no seu livro e eu entendi direitinho e pus em pratica. Faço na maioria das vezes com a plataforma de força que adquiri da Axon, ela tem um software muito bom para comparações.

Penso que ainda há uma grande confusão na cabeça de alguns "profissionais" quando se fala em força, infelizmente muitos profissionais a aplicam de forma totalmente aleatória, muitas vezes como se a sessão de força fosse algo que não fizesse parte da sessão e que não utilizasse energia para a execução, ou seja: Alguns aplicam antes do treino e dizem que chamam de reforço, outros aplicam no final e dizem que é complemento, se o complemento tivesse um efeito tão incessante, deveria ser a própria sessão, a parte principal. E isso acaba criando um treinamento "meia-boca", onde objetivo algum é alcançado. Jogadores precisam de sessões qualificadas no limite das necessidades de cada um deles.

Inclusive posso citar até umas aberrações: Observei preparadores aplicando cargas de força em aparelhos e com cargas bastante altas, no outro dia depois de jogos pesados. Será que funciona? Até pode ter algum retorno, mas certamente numa ínfima percentagem de atletas, e esses certamente deveriam ter uma super qualificação de força e altos padrões atléticos. Tem mais: observei outro preparador aplicar no aquecimento, trações com cintos (esse ai tomou 3 do Guaratinguetá em 2008 onde eu era o preparador físico ). Claro que tive a oportunidade de cumprimentá-lo no final do jogo e perguntar ao mesmo, qual seria o motivo da "inovação"? Ele me respondeu: "Estou lendo sobre transferência, etc." Ler pode até ter lido, mas infelizmente não soube interpretar... Imagine Antonio, aquece, com tração no campo, vai pra o vestiário, reza, molha o cabelo, faz uma roda, abraçam uns aos outros, grito de guerra, sobem para o campo, dão entrevistas, cantam o hino, etc. E o colega ainda me fala em transferência. Olha meu caro Antonio, tem muita gente que não sabe bem o que está fazendo por ai, não sabem nem adequar os movimentos inerentes ao futebol à seus métodos de treino o que causa um prejuízo enorme a técnica individual e coletiva. Esses são os que vivem à base do tiro disso, tiro daquilo, cronômetros, distâncias em linha reta, corrida de longa distancia, e um monte de outras coisas que a literatura moderna abomina. Esses são os que confundem ainda o significado de meios e métodos.

Abração

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Autor: Marcio Faria Correa


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