Bem vindo à humanidade



Bem vindo à humanidade

Paralisado enfastiado de pesadelos, enojado da convivência, da conveniência proveniente de sua própria covardia.
Tal qual um monstro convicto de suas culpas, que não passa de suas próprias desculpas.
Que num ato eterno de forjar engajadas ilusões de suas mais negras vicitudes, forjara a sua própria doutrina.
E eis que num momento supremo de clarividência se viu assim um perfeito ser humano, (ser humano?).
Ainda perplexo e assustado (e não é para menos) preferindo não acreditar agora sabe o que há muito desconfiava.
Era tão real que ele mesmo um mestre dos disfarces e ilusionismo, um gênio genuíno da embromação não tinha como negar, finalmente conseguira encontrar o que nunca na verdade havia procurado saber realmente.
Não viu somente a sua face espelhada num espelho, viu sua alma espalhada em seus mais profundos labirintos.
Sem querer alcançou todos os ápices possíveis.
A mais santa e sagrada das realizações dos homens, mas infelizmente não entendeu.
Chegara à iluminação, ou melhor, foi iluminado, mas isto repudiava porque era real demais para ser verdade.
Chegara ao supra-sumo da filosofia, mas disso achava que não precisava, era por demais humana.
Chegara ao refinamento supremo da ironia, mas isso só o deixava mais vulnerável que pretendia.
Chegara a ver a si próprio nitidamente e está é a meta precisa da realização, mas isto só o horrorizava e o constrangia.
Então sem opções botou o rabo entre as pernas e voltou a ser o que na verdade sempre fora, um ordinário ser humano. Mas mesmo assim ainda estava errado, até isto passava longe de ser.
Então precisamente em que ponto se encontrava? O que realmente viu e sentiu?


Autor: Cesar Valerio Machado


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