Caixa Vazio



As boas notícias, como o aumento do crédito concedido a empresas, têm também um lado perverso: a inadimplência está crescendo. Neste último ano (2007/2008) está havendo um crescimento na inadimplência de pessoas jurídicas.

As dívidas das pessoas jurídicas com os Bancos são quase que exclusivamente para empresas de pequeno porte. Há uma maior demanda por capital de giro e investimentos.

O aumento do emprego formal verificado em 2007 levou as empresas a terem mais despesas com encargos trabalhistas e a dilatação dos prazos de financiamento para o consumidor.

O problema é que a empresa de pequeno porte não tem canais para se capitalizar rapidamente, como recorrer ao mercado externo ou a linhas de crédito mais vantajosas.

O que acontece na prática é que se endividam a taxas reais muito acima da inflação e nem sempre a sua rentabilidade acompanha.

Para que o empresário possa sanar suas dívidas e sair das listas de maus pagadores, deve urgentemente identificar as causas que levaram à inadimplência. É o primeiro passo.

Dessa forma, o empreendedor pode cortar o problema pela raiz. O planejamento mal feito (ou a falta de) é a principal causa da inadimplência de pessoas jurídicas.

Necessário se faz ter uma gestão estruturada. Num passado, não muito longínquo, toda essa situação era creditada à crise da economia. Mas não podemos mais dizer isso, porque não estamos em recessão.

A falta de profissionalismo na administração é sem dúvida um dos maiores vilões, pois, o pequeno empresário acaba por misturar suas finanças pessoais com as da empresa.

Muitos não conseguem sequer apurar o custo do seu produto, ou da hora dos seus serviços. Ora, se não sei quanto custa, como vou projetar o preço de venda?

Alguns poderão afirmar: "não é o preço de custo que define o preço de venda e sim o mercado!", concordo, mas, se o preço ditado pelo mercado não cobrir os custos, impostos e margem de contribuição, fatalmente nos tornaremos não geradores de Caixa e conseqüentemente, sem Caixa, chegaremos à inadimplência.

Outro problema que devemos abordar é o do ciclo econômico-financeiro da empresa. Muitas vezes no afã de aumentar nossas vendas, acabamos dando mais prazos para o pagamento das nossas vendas do que podemos.Quando isso acontece, o nosso Capital de Giro Próprio vai para o espaço.

Da mesma forma que cada doença requer um tratamento específico, as medidas a serem tomadas por empresas devedoras variam conforme o caso.

Se, por exemplo, a empresa, apesar de estar endividada, possuir ativos valiosos que não sejam utilizados, uma opção será se desfazer deles e usar o dinheiro para pagar os credores.

Se a empresa é proprietária do prédio em que está instalada, pode vender a propriedade e alugar um outro espaço.

Outra solução é organizar o orçamento e cortar despesas. Muitas vezes, até o cafezinho pode ser economizado.

Concentrar todas as dívidas em uma única linha de crédito com juros menores também é uma boa saída.

O ideal, porém é não chegar à inadimplência. A negociação transparente com fornecedores é, para ele, a melhor saída, pois demonstra boa vontade e honestidade.

Antídoto:

1 – Mantenha um bom controle de Caixa, saiba o que está saindo e o que está entrando;

2 – Centralize a gestão, para evitar desperdício de capital;

3 – Não misture as finanças pessoais com as da empresa;

4 – Corte as despesas ao máximo, mesmo as pequenas, como o cafezinho;

5 – Avalie as vantagens da venda de ativos, como os imóveis ou espaço físico da empresa, e do uso desse capital para sanar dívidas;

6 – Queime o estoque de mercadorias para gerar capital rapidamente;

7 – Reavalie seu Capital de Giro Necessário;

8 – Negocie as dívidas com os fornecedores com honestidade e transparência;

9 – Procure o auxílio de gestores profissionais, se preciso.


Autor: João Placoná


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