O LÚDICO NO CONTEXTO DA LEITURA
¹Anaclécia Maria Santos
RESUMO
Ler é uma prática básica, essencial para aprender. Embora seja necessária e indispensável, a compreensão da leitura é um dos principais problemas de aprendizagem. A leitura é um dos meios de desenvolvimento da linguagem e da personalidade, favorece a remoção de barreiras educacionais e promove o exercício intelectual.
O empenho do mestre por seus alunos ainda é o elemento mais importante. Ele precisa compreender a criança com seus antecedentes sociais e culturais e, acima de tudo, mostrar interesse pela leitura pessoal de cada uma, animando-a a continuar com seus próprios esforços. Com a prática da leitura, instrumento estimulante e facilitador, o aluno é impulsionado ao treino de suas aptidões e habilidades cognitivas. Também permite que se instaure o diálogo e a colaboração entre professores e a comunidade escolar, ao menos em torno desse problema capital que é a aprendizagem da leitura.
O nosso objetivo maior é intensificar o domínio da linguagem oral e o interesse pela leitura, como também uma maior compreensão para o método dessa prática através do lúdico no contexto literário sob uma perspectiva psicopedagógica e interdisciplinar.
INTRODUÇÃO
A pesquisa elaborada partiu do pressuposto de que o aluno, em processo de alfabetização, necessita de que o professor promova sua aptidão para a leitura. A prática da leitura não é muito constante em nossos dias. Isso se deve às práticas escolares que continuam a estreitar fortemente a oferta de leitura para a formação de leitores.
É através dela que compreendemos o que está ao nosso redor, pois estamos inseridos no mundo letrado. Precisamos, através dessa pragmática, dar sentido e significado a todos esses elementos da cultura que nos cerca.
A priori, nossa proposta é estimular, de forma lúdica, através da leitura de mundo, a possibilidade ao contato direto com as fábulas, através dos personagens, de poesias, revistas, jornais, advinhas, literaturas de cordel, materiais recicláveis e da utilização de vários recursos práticos ao discente para que ele mesmo possa construir outras possibilidades de leitura durante esse processo.
¹Pedagoga, especialista em Teorias do Texto, especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica, Coordenadora da pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional na Faculdade Serigy. Tem uma disciplina de mestrado em Discurso Literário e Discurso Psicanalítico. É aluna especial do curso de mestrado com as disciplinas Gêneros Textuais e Ensino: usos e aplicação ? em Letras e Tópicos Especiais em Psicologia Social e Psicanálise. Diretora e professora do Ensino Fundamental na prefeitura de Itaporanga D?ajuda/SE.
Nesse propósito, entendemos que a leitura posta de forma dinâmica, num contexto interdisciplinar, incentiva a organização de idéias e incita o desenvolvimento da linguagem oral proporcionando um bom desenvolvimento cognitivo. Entretanto, o educador que sempre aplicar dinâmicas de leitura em suas salas de aula motivará os seus alunos a participarem, vivenciando e experimentando os conhecimentos aprendidos. Mas é importante ressaltar que respeitar o ritmo de cada criança também é um ponto a considerar, pois privilegia as atividades diferenciadas.
O COTIDIANO DA ESCOLA NO PASSADO E NO PRESENTE
Até meados do século XIX, não existiam praticamente livros de leitura nas escolas públicas brasileiras. Para o ensino de leitura eram usadas as mais distintas fontes. Relatos de viajantes, autobiografias indicam que a base para a leitura eram textos manuscritos, tais como documentos de cartório e cartas.
A partir da segunda metade do século XIX, começaram a surgir livros de leitura destinados especificamente às séries iniciais de escolarização, mas alguns ainda eram impressos na Europa.
Estudos e pesquisas que procuram analisar o cotidiano da escola no passado e no presente mostram que, apesar desses fortes fatores de mudança e transformação, as práticas escolares continuam a restringir a oferta de leitura para formação de leitores. Por fim, estudos, mostram também que o prazer da leitura ainda está muito distante das escolas e que, muitas vezes as aulas de leitura continuam a ser horas de tortura e aborrecimento para muitos alunos.
A aprendizagem da leitura, consequentemente, era vista como inseparável das atividades de expressão, observação e construção. O valor que a sociedade, através da escola, quer desenvolver no aluno, pode ser traduzido através da valorização da escrita. Entretanto, neste milênio, muito do passado do ensino de leitura sobrevive ainda no presente.
É preciso que o tempo pedagógico seja planejado a fim de que o aluno tenha possibilidade de desenvolver as capacidades necessárias à leitura e à escrita. A disponibilidade de livros, textos interessantes à criança e um ambiente favorável, representam um papel decisivo para despertar o interesse para ler e até mesmo escrever.
As ilustrações também exercem uma atração sobre os principiantes, elas enfeitam o texto e estimulam o aluno a gostar - do que podemos chamar ? de identificação das letras e palavras ou decifração dos signos lingüísticos.
A LEITURA E O CÉREBRO
O trabalho do cérebro é surpreendente, principalmente em se falando de aprendizagem. O cérebro é muito complexo, e os cientistas e todos que o estudam ainda não conseguiram compreendê-lo totalmente.
No cotidiano escolar, percebe-se que a leitura é um problema para muitos alunos, principalmente para aqueles que já saíram da fase infantil. Para compreendermos melhor esse processo, precisamos entender o que está por trás dos olhos, qual é o trabalho do cérebro e qual a importância da memória para facilitar esse momento de aprendizagem de acordo com a especificidade de cada situação de leitura.
Nossos olhos ocupam um papel muito importante na leitura, as percepções do cérebro estão pautadas nas informações recebidas pelos olhos. As informações visuais e não-visuais que passam por traz deles são essenciais. Há uma reciprocidade entre essas duas informações, por isso, quanto mais informações o leitor aplicar, mais fácil será a leitura. Segundo Smith (1989, p. 84), a informação não-visual já está em nossa mente, atrás dos olhos; enquanto que a visual desaparece quando as luzes se apagam, ou seja, a informação visual é aquela que está impressa, mas somente ela não é suficiente para a leitura.
Smith (1999, p.20), em seu livro Leitura significativa, nos apresenta outras informações que são necessárias à leitura:
? Compreensão da linguagem relevante;
? Conhecimento do assunto;
? Habilidade em relação à leitura.
Para ser compreendida, a leitura não necessita somente dos olhos, mas de outros mecanismos que viabilizem esse processo. Uma compreensão da linguagem e conhecimento sobre o que se lê, ou seja, a linguagem não-visual já armazenada em nossa mente.
Possuímos de forma clara e distinta dois hemisférios ? o esquerdo e o direito. O primeiro, responsável pelo controle motor e sensorial do lado direito do corpo, o segundo, pelo controle do lado esquerdo. Nossa aprendizagem está quase que apoiada em estímulos para o hemisfério cerebral esquerdo.
O cérebro sempre foi o órgão essencial da aprendizagem, razão por que resolvemos explanar, através desta pesquisa, todo seu trabalho no processo de leitura e escrita, pois a necessidade de desenvolver a capacidade de compreender textos orais e escritos, de assumir a palavra e produzir textos é incessante no mundo contemporâneo. Se o aluno não compreende o que lê, dificilmente conseguirá interpretar algumas situações no seu dia-a-dia. Daí a necessidade de um estudo mais melindroso que possibilite uma melhor compreensão de todo esse processo.
O cérebro precisa ser estimulado, animado, exercitado. Segundo Smith (1989, p.107), cerca de 10% da população apresenta o hemisfério direito envolvido primariamente na linguagem. Segundo ele, esse hemisfério parece controlar os aspectos emotivos, enquanto que o lado esquerdo ocupa-se com outras atividades como quando escrevemos uma carta, quando ouvimos uma música. Ele ainda nos afirma que "nosso cérebro, portanto, é duplo, tendo cada metade sua maneira de assimilar e processar informações, necessitando, portanto receber, sempre que possível, em sala de aula, estímulos específicos".
Esses dois hemisférios devem ser considerados de forma conjunta. Ninguém vive apenas com metade do cérebro. Para compreendermos a linguagem necessitamos de utilizar ambos os lados. É o cérebro quem comanda todas as ações do nosso corpo, seu lado direito deve ser explorado em sala de aula com atividades estimuladoras, estratégias metodológicas que respondam aos objetivos formulados. Atividades que constituam desafios e sejam ao mesmo tempo significativas e capazes de incentivar a descoberta, criatividade e criticidade.
É importante lembrar que os conteúdos armazenados pelo cérebro não duram muito tempo. O que faz diferença na leitura é como o cérebro utiliza o que sabe mantendo as informações por um curto espaço de tempo. Os conteúdos da memória a curto prazo, como as últimas palavras ouvidas ou lidas, têm importância no ato de leitura, pois nela se guarda parte do que se acabou de ler. Também está relacionado à memorização, parece ser eficiente, pois pode conter demasiada informação de uma só vez. Se as palavras que o leitor lê já foram aprendidas, ou seja, já se compreende o seu sentido, a leitura se torna acessível.
Em todo o processo de leitura, a mente é estimulada e o cérebro permanece ativo, afinal de contas, ele pode ser um órgão extremamente complexo, mas nem por isso totalmente insensível e prepotente diante dos estímulos. Assim, partes do cérebro humano se tornam mais ágeis e produtivas se exercitadas com sistemática e coerência.
ENCONTRANDO SENTIDO NA LEITURA
É preciso reencontrar novos caminhos para a prática pedagógica escolar. A educação lúdica pode ser uma boa alternativa e contribui bastante para o desenvolvimento escolar da criança. Sabemos que, há muitos séculos, as crianças vêm aprendendo sem o auxílio da tecnologia. Algumas têm dificuldades, mas essa prática vem ocorrendo naturalmente. Partindo desse pressuposto, supomos que o que precisamos fazer é ver onde erramos no passado para podermos melhorar a prática presente.
Aprender a ler, para uma criança, não é tão difícil quanto pensamos, nós adultos é que muitas vezes dificultamos esse processo. É certo que algumas crianças, mesmo compreendendo a fala, podem apresentar deficiências na leitura, no dizer de Smith (1999, p.14), "distúrbio específico de aprendizagem", "dislexia, disfunção cerebral mínima".
O educador de hoje deve ter uma visão de conjunto, desenvolver uma proposta interdisciplinar de ensino, de caráter inovador, que facilite os processos de leitura e escrita, pois são essenciais para desenvolver as reflexões e contribuem para a construção do conhecimento de seus alunos.
A elaboração de uma didática interdisciplinar pressupõe uma mudança de prática de ensino, o que resulta numa prática transformadora para a ampliação da leitura e da escrita. Assim como as atividades de linguagem integram todos os componentes curriculares, o desenvolvimento do pensamento e a curiosidade são ações mentais que devem integrar todas as áreas.
Um texto só pode ser interpretado se houver leitura. Adentrar no "universo da leitura" é necessário e indispensável, pois é parte primordial do trabalho educacional, da perseverança na leitura, da habilidade em aprender. O empenho do mestre nesse processo é preponderante. Ele precisa compreender os alunos com seus antecedentes sociais e culturais e, acima de tudo, mostrar interesse pela leitura de cada um, animando-os a continuar com seus próprios esforços.
A leitura é um ato solitário, depende da vontade de um eu e de sua capacidade de posicionar-se diante do discurso do outro. Mas, se ela ocorre na escola, o professor pode atuar como um mediador, comentando aspectos da organização do discurso e transmitindo informações que possam auxiliar o aluno e enveredar por esse intrincado mundo de letras. (MICHELETTI, 2001, p.17)
É a partir daí que se inicia a construção do real, pois à medida que o leitor lê a palavra escrita, ele conduz-se à interpretação do mundo. E essa interpretação é muito importante para ele como sujeito do processo ensino-aprendizagem. Partindo desse discurso, entendemos que a leitura é um ato interativo e de compreensão de mundo.
POR QUE MEU ALUNO NÃO GOSTA DE LER?
Em geral as pessoas não têm o hábito de ler, isso implica na dificuldade de compreensão de textos, atenção e interesse pela leitura. Muitos estudantes, apesar dos esforços da escola, continuam a não gostar de ler, é que muitas vezes a leitura nas escolas tem muito enfadonha e nada atrativa.
Com a leitura, o homem amplia seu universo de discurso, bem como a possibilidade de multiplicar suas visões e aspirações sobre o mundo. Toda essa prática poderá também conduzir o interlocutor a uma disciplina pessoal, levando-o a conhecer e a transformar esse mundo. Ao ler, o leitor escreve um novo texto, ou seja, não existirá mais um autor apenas. Através da leitura quem lê se torna um novo autor, isso pressupõe que a leitura torna o leitor sujeito efetivo das transformações do mundo, cônscio de suas possibilidades e limitações.
Todo interlocutor torna-se leitor quando é engajado em situações nas quais a linguagem escrita é usada de forma significativa. A aprendizagem da leitura é apenas a tentativa de dar sentido ao que se lê, e o esforço para ensinar a ler é apenas o de tornar aquela tarefa interessante e compreensível.
A habilidade de interpretação é mostrada quando o leitor consegue processar os conhecimentos através do entendimento do texto e também quando ele consegue reconstruí-lo baseado no conhecimento e na interpretação de mundo que o acompanha em toda a sua trajetória de vida. São muitas as informações contidas em um texto, portanto, cabe ao interlocutor inter-relacionar essas informações e produzir coerência. Tanto as práticas sociais de linguagem como a intuição lingüística facilitam esse processo.
O problema que os educadores enfrentam é a aparente incapacidade do aluno de construir relações significativas e construir sentido entre o escrito e outras áreas do conhecimento. É evidente que o ser humano aprende melhor explorando, experimentando, indagando, questionando e relacionando-se com o ambiente, aprendendo com todos que estão ao seu redor, que fazem parte do seu convívio, aprendendo deles e com eles.
Aproximamos-nos da cultura letrada quando lemos também nos tornamos mais informados de tudo o que acontece ao nosso redor e no mundo, quando exercitamos essa atividade. É assim que nos aproximamos das tecnologias, numa esfera de comunicação e informação.
Na verdade, LER é a palavra chave desta profissão. É lendo que o professor fará de seus alunos bons leitores, que opinem e reproduzam com suas próprias palavras o que leram, mas que também reflitam sobre o texto e questionem as idéias do autor. Que sejam leitores críticos-reflexivos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa PCNs (1997, p.58) enfatizam esse aspecto:
Para tornar os alunos bons leitores ? para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura, a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará autonomia e independência. [...] uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente.
Ao finalizar este trabalho, faz-se necessário enfatizar a premência de se construir uma ponte entre a escola e a realidade externa. Diante das profundas exigências do mundo contemporâneo, a demanda pela leitura e pelo domínio da língua escrita torna-se cada vez maior, o que exige uma reflexão acerca do papel da escola e dos professores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ensinar a leitura é colocar em funcionamento um comportamento atuante, diligente e vigilante, de construção inteligente de significado. Embora as estratégias cognitivas da leitura não possam ser modeladas, podemos, mediante o ensino, promover situações de leitura que propiciem ao leitor desenvolver as suas potencialidades. A leitura exige habilidade com linguagem, habilidade em aprender, se a criança entende o seu próprio mundo fora da escola ela adquiriu essa habilidade.
No traçar das entrelinhas, foi possível construir uma ponte entre a leitura e a escrita. Apesar de todas as dificuldades de leitura aqui levantadas, enfatizou-se que olhar a produção da escrita é algo gratificante ao educador que deve acreditar em seu trabalho e ter consciência de que, mesmo embasado em algumas teorias, ele encontrará crianças que enfrentarão grandes dificuldades.
Nessa perspectiva, é importante que o docente estabeleça situações de leitura, que visem a funcionar, de fato, como uma espécie de treinamento para a abertura do espírito crítico e, acima de tudo, do espírito investigativo.
As exigências cada vez maiores do mercado de trabalho, as inovações tecnológicas e as crescentes influências da televisão, da imprensa escrita, da informatização, levaram as formas de aprender e sentir a se modificarem, sinalizando uma revolução profunda nas concepções sobre as práticas pedagógicas. Cada vez mais a escola deve voltar-se para a sociedade, ser uma estimuladora da produção de conhecimento, promovendo a formação de leitores e produtores de textos competentes. Capazes de selecionar as informações e analisá-las na construção de uma sociedade mais justa.
Conclui-se, portanto, que o processo de leitura e escrita, desenvolvido de forma dinâmica, interativa e reflexiva, leva o aluno ao prazer da descoberta, à busca do conhecimento, incentiva a organização de idéias, favorece a criatividade, enfim, leva-o a interpretar textos escritos, a decifrar e compreender situações tanto na escola, como fora dela.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso: problemática e definição. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil (sua história). São Paulo: T. Queiroz/Edusp, 1985.
MICHELETTI, Guaraciaba. Leitura e construção do real: o lugar da poesia e da ficção/ MICHELETTI, G., PERES, L. P. F., Gebara, A. E. L. ? 2. ed. São Paulo: Cortez. 2001. (Coleção aprender e ensinar com textos).
OLSON, David R. O mundo no papel: as implicações conceituais e cognitivas da leitura e da escrita. São Paulo: Ática, 1997. (Coleção Múltiplas Escritas).
PCN?S - BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.
SMITH, Frank. Compreendendo a leitura: uma análise psicolingüística da leitura e do aprender a ler. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
______ Leitura significativa. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
Autor: Anaclécia Maria Santos
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