A Geração da Violência
*WALDIR ROSENDO
Infelizmente a violência, no Brasil, está banalizada. A cada dia surge uma novidade em termos de violência, como se isso fosse moda. E o pior, disso tudo, é que esta famigerada violência está vindo de dentro das escolas. Parece que está havendo educação para o crime. Não que isso seja, agora, função da escola. É que os adolescentes estão usando a escola para fomentar o império da violência.
Ultimamente, no interior das escolas, estão surgindo gangs de adolescentes que praticam todo tipo de crime. O problema está ficando insolucionável. A fragilidade e a inocência das nossas crianças, dentro da escola, atraíram o interesse dos bandidos. Estão recrutando o seu filho, o meu filho, para formarem gangs a praticarem as mais terríveis atrocidades. A direção das escolas está a mercê de um sério problema social.
Parece contra-senso, mas onde se deveriam abrir horizontes para a busca efetiva do conhecimento, estão criando aprendizes de marginal. A culpa, felizmente, não é da escola, porém é preciso fazer uma força tarefa no sentido de coibir esse tipo de violência. Essa força tarefa deve partir de dentro das famílias que unidas ao corpo docente e administrativo da escola realizem atividades que promovam a educação, a segurança e o bem-estar de menores e adolescentes.
Quando falamos em força tarefa incluímos, também, o Estado e toda a população, pois assim podemos vencer diversos paradigmas existentes na vida social. E se o problema é social, sem dúvida, é um problema nosso, tanto meu quanto seu. Seria tremenda irresponsabilidade entregar esse problema para a escola resolver sozinha. Devemos entrar para a escola e juntos destruirmos as raízes da violência, com atitudes que promovam o exercício da cidadania, a fim de preparar nossas crianças para a vida com respeito e dignidade.
Precisamos criar nossos filhos com mais segurança e, para isso, precisamos unir forças no sentido de atrair a sociedade para conscientizá-la de que a violência pode destruir famílias e provocar um grande mal para toda a população. Mas, é preciso definir o que é violência e como ela se manifesta no seio social. É de se saber que a violência tem aspectos diferentes e em circunstâncias diversas. A falta de diálogos entre pais e filhos, dentro de casa, por exemplo, pode provocar violências que vão sair pra fora e atingir diretamente aqueles que estão mais próximos; amigos e parentes.
Na escola a violência é transfigurada pode estar ocultada em cada face, em cada gesto, desde o mais inocente ao mais preparado. Alguns vão dizer que a escola tem compromisso com tudo isso. É claro que a escola deve preservar pela integridade física e moral dos alunos do lado de dentro, mas ela não tem responsabilidade com a índole de cada um. A escola é um ambiente de sociabilidade onde todos têm direitos e deveres mútuos, monitorados pedagogicamente, a fim de promover a educação como forma de buscar o conhecimento.
É preciso valorizar a vida a partir da família para que as crianças e os adolescentes sejam preparados para a promoção da paz, a fim de trazer conforto e segurança para a vida em comum. Precisamos, também, proteger a escola antes que ela se transforme realmente num império da violência.
Autor: Waldir Rosendo
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