Perigo Eminente Dos Poluentes Jogado No Rio Tocantins No Município De Imperatriz - Ma



ZilmarTimóteo Soares ; Everton Sousa Ferreira,

Universidade Estadual do Maranhão

 

Não falar de conservar os recursos hídricos de uma região significa apontar para alguns benefícios e malefícios que a abundancia e a escassez destes pode ocasionar. No ponto de vista social, espera-se que as gerações futuras não sejam vitimas de nossa omissão e desperdício, o que provavelmente causaria uma carência na distribuição uniforme da água. Os fatores ecológicos, não menos importantes que os demais, também estão em foco aqui. Uma vez que os sistemas ecológicos envolvidos na questão, tanto aquáticos como terrestres, dependem deste recurso precioso, as cabíveis medidas conservacionistas por parte dos biólogos e com a ajuda da sociedade, devem tratar precocemente este real risco futuro. As conseqüências econômicas são consideráveis aqui também. Na região onde a economia baseia-se na pesca a extinçãode algumas espécies de peixes geraria uma carência no mercado local, fazendo-se necessário a importação do produto de outros municípios, o que aumentaria o preço do mesmo, e provavelmente a demanda seria menor.

O centro desta discussão não é o consumo, mas o desperdício e poluição, conseqüentes da falta de orientação conscientizada voltada para as populações residentes próximos dos recursos hídricos.

Na maioria dos países industrializados, são da ordem de 150 litros por dia e por habitante (na França 20% da água é para os vasos sanitários, 40% para os banheiros/chuveiros, 22% para lavagem de roupa ou de louça, 19% para outros fins: rega, comida, bebida etc.). Se acrescentarmos as necessidades comunitárias ( escolas, hospitais, lavagem das ruas, espaços verdes), chega-se a 200 litros por dia por habitante.( Ref.:)

Este recurso-chave tão importante pode ser gravemente afetado pela poluição, e dentre outras, destaco aqui a poluição orgânica, onde o despejo de dejetos potencializa a ação de bactérias sobre os mesmos.

Esses microorganismos exercem um papel benéfico que pode ser agravado uma vez que, o aumento da poluição orgânica afeta o índice de decomposição pela ação de bactérias e com o isso o consumo de oxigênio aumenta, significa dizer que espécies de peixes habitantes desta localidade, por exemplo, estão vulneráveis, uma vez que o ao ocorrer essa autodepuração da água, há uma redução significativa de oxigênio dissolvido. Sem oxigênio, os peixes morrem asfixiados. Isso resultará em uma pobre diversidade local resultante da morte e extinção ecológica de peixes e outros organismos que dependem desse ecossistema.

Nesse sentido a preservação e conservação do Rio Tocantins é de suma importância. Essa vegetação exerce função de proteção, filtragem e amortecimento dos impactos provenientes dos ambientes que circundam o ecossistema aquático (Jorgensen & Loffler, 1995) sendo, por esse motivo, chamada de zona tampão. Essas funções estão relacionadas com a capacidade que a vegetação tem de conter processos erosivos, reter sedimentos e influenciar a qualidade da água (Malanson, 1993).

A diminuição do nível do rio Tocantins tem sido decorrente, principalmente dos processos erosivos, há trechos, como na entrada do município do estreito, onde o nível do rio é muito baixo, cerca de 1m. A areia que circunda o rio desliza o que resulta na formação de bancos de areia, outro exemplo é a famosa "praia do meio" em Imperatriz.

A poluição por lixo domiciliar e resíduos tóxicos são outro problema. Riachos como Bacuri e Cacau, que deságuam no rio Tocantins, estão poluídos e despejam toda essa poluição no rio. Portanto, não basta conservarmos e preservarmos somente o rio em si, mas seus afluentes são se suma importância para manutenção e sobrevivência do rio e da vida que nele se encontra. Para isso, é necessário um trabalho de educação ambiental com a comunidade ribeirinha com o objetivo de conscientizar os mesmos para o perigo que existe com o progresso da poluição do rio e de seus afluentes.

O despejo de lixo domiciliar, juntamente com outros tipos de lixo como vidro, que demora cerca de 4.000 anos para se decompor, são problemas que tem trazido graves conseqüências nos períodos chuvosos que, neste ano intensificou-se em março.Fazendo com que haja um transbordamento de água poluída. E o que seria bom na sua totalidade (o suprimento periódico de uma fonte natural e conservada com a água dos rios), passa a ser um transtorno.

O período chuvoso proporciona abrigo para surtos de epidemias como é o caso da dengue, que tem atingido não só o município de Imperatriz, mas também outras localidades como o Rio de Janeiro, onde há registros assombrosos de casos de dengue e de mortes decorrentes da mesma.

Motivos como esses apresentados neste artigo, são mais do que suficientes para tentarmos reverter esse quadro e literalmente "correr atrás do prejuízo", pois a diversidade e os recursos não renováveis que estão humilhantemente sendo dizimados esperam por nossa mudança de atitude nos responsabilizando em mudar esse quadro degradante que encontra diante de nós.




Autor: Zilmar Timoteo Soares


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