SAÚDE PÚBLICA



QUAIS SÃO AS REAIS CONDIÇÕES DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL?

A longa espera
IVANETE TONATO[1]
 
Principal primazia dos brasileiros, a saúde pública, no aspecto geral, encontra-se numa situação um tanto crítica. Os grandes centros urbanos estão superlotados e a demanda não consegue ser suprida. Muitas pessoas morrem em filas de espera e outras são atendidas de forma inadequada. Mesmo tendo implantado o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Estratégia de Saúde da Família (ESF), ainda restam muitas pautas a serem melhoradas, como um plano de carreiras com estabilidade de emprego aos profissionais envolvidos com o Sistema Único de Saúde; gerenciamento adequado nas esferas Federal, Estadual e Municipal das verbas existentes para  saúde; comunicação entre as atenções primária, secundária e terciária; solução para a sobrecarga atual dos emergenciais, fortalecendo a atenção primária e prevenindo o aparecimento de doenças crônicas como Diabetes e Hipertensão Arterial Sistêmica, além de prontoatendimentos 24 horas de apoio, intermediários entre os Postos de Saúde e os Hospitais.
Há, como percebemos, evidentes fatores causais, os quais explicam, mas não justificam um desempenho tão negativo no setor da saúde pública em nosso País. Um desses fatores, é claro, está na demora em conseguir uma vaga para procedimentos cirúrgicos. As filas de espera estão cada vez maior. De acordo com levantamento realizado junto a secretarias de saúde de sete capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Curitiba), ao menos 171.600 pessoas estão na fila para fazer uma cirurgia eletiva, ou seja, estão aguardando para fazer um procedimento agendado, que não possui característica de urgência, e, o pior, a demora para a realização de um procedimento desse tipo pode levar até cinco anos.
Outro fator importantíssimo: a qualidade do serviço também é influenciada pela insatisfação dos médicos que trabalham para o SUS. De acordo com o Instituto Brasileiro para Estudo e Desenvolvimento do Setor de Saúde, em média, o salário dos profissionais da área pública é metade da paga pela privada. Em alguns casos, a diferença é exorbitante. Diante disso, criar um plano de carreiras com estabilidade de emprego aos profissionais seria um grande avanço para melhorar o atendimento nessa esfera. 
As ações de promoção e prevenção e as ações de atenção à saúde é um outro desses fatores que devem ser reavaliados no sentido de buscarem uma maior qualidade e efetividade, sendo que cresceu nos últimos tempos as doenças crônico-degenerativas, tais como hipertensão e diabetes, que requerem uma resposta setorial mais adequada
Imagine que você não consegue respirar por causa de sua adenoide que cresceu abusivamente nos últimos meses. Para aliviar a situação temporariamente até que seja realizada uma cirurgia, os profissionais da saúde pública recomendam como alternativa, usar uma sonda de borracha, que deve ser trocada a cada 15 dias. Porém, o procedimento cirúrgico tem fila na rede pública, e você tem que esperar de 3 a 5 anos para se livrar do problema. Diante da longa demora, uma série de complicações acabam acontecendo no seu sistema respiratório: você acaba desenvolvendo insuficiência respiratória, dores de cabeça e uma série de outras complicações. Essa é a realidade de quem depende do Sistema de Saúde Pública do nosso País para um procedimento cirúrgico.
Apesar de ter havido uma ampliação nas mudanças das práticas de atenção em várias áreas e da expansão de estratégias de saúde em todo país, ainda persistem as desigualdades no acesso ao socorro médico e hospitalar. Por isso, é imprescindível dar mais atenção à melhoria na qualidade da atenção, satisfação dos cidadãos e efetividade das ações, suprindo as necessidades e contribuindo para uma maior qualidade na saúde da população brasileira. Quantos deixam de viver, esperando nas infinitas filas de espera?
Os passos da saúde rumando à mudança necessitam, além de uma reforma, que sejam (re)pensados os valores e os conceitos, principalmente porque permanece desigual o acesso aos serviços da saúde pública. O tema merece ser debatido. Nós, brasileiros, precisamos de uma política claramente definida nessa área, que coloque em prática a ênfase na promoção e prevenção à saúde pública.
Portanto, o setor da saúde tem sido um dos maiores desafios no processo de implantação desses sistemas. Agora, é necessário trabalhar com a intenção de corrigir as falhas e superar as dificuldades para se consolidar um sistema de saúde nacional integrado, no qual todos os cidadãos tenham acesso ao atendimento integral no seu município ou região. Se acreditamos e pregamos tanto em prol da vida, vale pensar como anda a saúde do povo brasileiro. Ainda falta a união de forças, o pensar coletivo, para que exista um sistema de saúde diferenciado neste país que conclama a saúde, mas pouco investe, que discursa, afirma e reafirma e arquiva propostas em gavetas, enquanto pessoas morrem nas filas de espera, esperando desesperadamente por um procedimento simples, mas necessário, e que, muitas vezes, as ações não se realizam devido a má vontade de uma minoria, que não pensa, se quer, no bem estar do próximo. Portanto, a situação em termos de saúde pública no Brasil pode ser classificada, atualmente, como bastante grave, pois diante do caótico quadro desse sistema, os brasileiros se esforçam para sobreviver.
Fonte obtida em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Sa%C3%BAde_da_Fam%C3%ADlia".


[1]              Artigo de opinião, produzido na disciplina de Oficina de Leitura e Produção Textual, orientada pela professora Vanilda Salton Köche. Pós-Graduação ? Especialização  em Leitura e Produção Textual -Universidade de Caxias do Sul. Pós-Graduanda, Ivanete Tonato.

Autor: Iva Tonato


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