Solidão



Aqui estou...outubro, primavera, semana da Padroeira, semana das crianças; num estado de "olhando pela janela do meu quarto". Então observo o vento, sinto o sol me olhando mas não posso encará-lo; ouço o silêncio, meus batimentos cardíacos, minha respiração. Como é bom sentir algo!!! Ás vezes penso que gostaria de existir só prá mim, colocar-me nua frente ao espelho e repetir constantemente, "esta sou eu". Talvez seja uma maneira de me declarar à solidão, que momentaneamente não me assusta.
O tempo retardativo, na minha face uma placa escrito : "fechado prá balanço".
Então penso em consumir-me por inteira. Acendo um cigarro e questiono, porque uma coisinha tão feia, nociva , enrolada num papel pode ser tão desejada? Desprezível e contraditório. É como se compararmos amor e ódio, vida e morte. Se me amo porque acender um cigarro? Vício de camuflar o ódio que sinto por mim ou a sensação do prazer que me satisfaz? Apago a porta e fecho a luz. Penso na morte, mas no sentido mais voraz, esquecimento. Morte das pessoas, dos amigos, dos sorrisos, tão somente a morte. A morte do entanto, do talvez, a morte do ninguém. Que força tem, basta um abraço e um abrigo, a morte que provêm. Rude , impiedosa sempre junto com a vida, oculta e maravilhosa, não importa com quem , não restringe-se às classes sociais, Ame ou odeie estarás sempre contida e presente na face de qualquer mortal. Renascer... quantas vezes for preciso, até mesmo na metade de onde tudo começou. Olho pela sombra de um guarda-sol e vejo quão sublime é a sutileza da dor.
Autor: Analia Madeira


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