Exclusão Social e o Aumento da Violência



A opressão e a exclusão do Convívio social geram mais violência.

Edivaldo de Menezes Firmino1

Desde tempos remotos a humanidade constrói uma sociedade de opressão e exclusão. Em que muitas pessoas são separadas e proibidas de freqüentarem determinados lugares, de se relacionarem com outras pessoas, de possuir ou ter acesso aos recursos e benefícios gerados pelo desenvolvimento técnico- científico entre tantas outras coisas.
Neste ensaio pretendo demonstrar se a exclusão de pessoas do convívio social pode gerar mais violência. Existem inúmeras formas de exclusão entre elas estão exclusões físicas como as prisões, asilos etc. Há também as exclusões sociais como a falta de trabalho, saúde, educação, não poder freqüentar determinados lugares entre outras coisas.
Milhares de pessoas vivem em situações desse tipo, alguns estão em asilos, hospícios, prisões já outros estão vivendo em condições subumanas sem ter o que comer, o que vestir, sem acesso à educação, à saúde, à moradia e a um trabalho além da humilhação e exploração de que são vitimas frequentemente. Tudo isso pode gerar revolta a qualquer momento e com isso surgirão protestos, rebeliões, guerras que sempre vem acompanhada de muita violência.
Acontecimentos desse tipo são reflexos das desigualdades sociais e econômicas vividas por muitos que são excluídos, explorados, marginalizados pessoas sem nenhuma perspectiva de melhoria de vida acabam enxergando na violência o único meio de mostrar sua revolta e acreditando que com isso poderão mudar a realidade de opressão, exclusão e sofrimento vivida por eles. Em muitas prisões presos estão vivendo em condições subumanas, amontoados, presidiários muito doentes no meio dos outros. Existem também jovens assassinando colegas de classe, professores, familiares ou ate mesmo pessoas desconhecidas. Muitos desses jovens acabam fazendo isso por apenas uma falta de dialogo, por causa de situações constrangedoras e de exclusão vividas por eles impostas por colegas e por uma sociedade que mantém e exige que uns dominem outros.
Fonseca (2009) traz alguns exemplos desse tipo em seu livro o cobrador e no primeiro conto desse livro também intitulado "O Cobrador" temos o caso de um homem que sai pelas ruas cobrando o que lhe devem e ele cobra isso de toda a sociedade consequentemente ele usa de muita violência e radicalismo sai matando, esquartejando um grande número de pessoas que em alguns casos nunca tinham visto esse homem na vida, mas mesmo assim acabam sendo assassinados por ele. Ele cobra o que tiraram dele ou o que ele nunca pode conseguir devido às desigualdades e a exclusão que muitas pessoas são obrigadas a viver.
Fonseca (2009) nos trás vários contos que realçam mais ainda a realidade da violência que vem crescendo cada vez mais. Em seus contos podemos ver facilmente os fatores exclusão social e desigualdades que revelam mais ainda o quanto esses fatores influenciam no aumento da violência. Um desses contos é o cobrador como já foi citado e como exemplo de outro temos o conto "Onze de maio" que passa-se numa espécie de casa de repouso para velhos onde todos vivem em cubículos onde esses idosos são vitimas da exclusão social, sofrimentos e humilhações.
Entretanto, chega um ponto onde esses idosos não admitem tamanha opressão e acabam se rebelando invadem a casa do diretor do asilo e tomam o poder pela força: "A idéia me agrada. A historia ensina que todos os direitos foram conquistados pela força. A fraqueza gera opressão" (FONSECA, 2009, p.135); essas são palavras de José, o protagonista do conto, podemos perceber que ele afirma que os oprimidos deveriam fortalecer-se e usar a força (violência) contra os opressores. O narrador justifica sua violência, pela sofrida diante da sociedade que o excluiu e pelo tratamento recebido pelo diretor do asilo.
Nesse conto Fonseca (2009) afirma que a exclusão e a opressão podem resultar no aumento da violência. No entanto vários outros autores entre eles Hunter (2004) nos falam e trazem informações de que a sociedade e as pessoas estarão em paz e felizes quando passarem a praticar o amor e a compaixão um com os outros. Ele afirma que a sociedade necessita ser mais justa e igualitária e com isso a pessoas terão condições de vida mais humanas e dignas.
Assim, há sem duvidas uma forte influência do aumento da violência com a exclusão e a exploração dos mais pobres e necessitados. A exclusão do convívio social e das riquezas e benefícios gerados pelo desenvolvimento tecnológico cientifico que usam fortemente uma maioria para se alcançar tal desenvolvimento gera nessa maioria uma revolta enorme que a qualquer momento pode ser transformada em violência, lutas contra os opressores que detém todo o poder e riquezas conquistados graças a opressão e exploração de muitos seres humanos que acabam ficando de fora das riquezas e benefícios gerados pelo desenvolvimento social atual.
Referências: FONSECA, Rubem. O Cobrador - São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
HUNTER, James C. O monge e o executivo uma história sobre a essência da liderança:
Tradução de Maria da Conceição Fornos da Magalhães - Rio de Janeiro: Sextante, 2004

1 Estudante do 2° período do curso de Administração da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, AGES.
Autor: Edivaldo Menezes Firmino


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