Eu que não serei eu



EU

Descartar - me-ei de mim mesmo como uma cobra de sua pele,
Minhas brancas manchas do acerto, minhas negras manchas do erro.
Abondonarei meu sexo, o meu cérebro,
Meu plano para o prazer, escapando ao que eu fere.
Cavarei raízes bem fundas e serei
Um joio ou junco, uma flor, uma árvore,
Perderei corpo e pés lodosos,
Flutuarei com as nuvens e oscilarei com o trigo.
Eu sou um tolo e mais tolo que
Tudo mais que não for um homem.
De todas as coisas que vejo ou que sinto,
O eu-que-sou-eu é de longe o real mais ínfimo.
E sómente quando finalmente aprender
Que um leito de arroio é muito mais vasto
Na escala da mente e de seus secretos planos
Que toda minha paixão e tolices e sonhos;
Será então sómente que eu que não serei eu
Desmpenharei o papel certo sob o sol e o céu,
E colocado logo
Abaixo do pardal, logo acima da turfa.
Tomarei meu lugar na interioridade de D´us.


Autor: Moussa Simhon


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