Pecado Original - Queda - Lúcifer



Deus exerce o seu poder de criar. Não sabemos como o faz, tampouco quais são os seus exatos objetivos em manter o Universo como ele é, com todos os seus ciclos, ritmos e o infinito de aspectos que nossa percepção e capacidade de compreensão não abarcam.

Mas, enfim, Deus cria. É o Criador. Somos, como tudo o mais, suas criações.

Pois bem.

Consoante a tradição esotérica dos povos, tanto do Oriente como do Ocidente, o Criador emana de si centelhas de Vida que esparge pelo Universo. Tais centelhas, que muitos chamam "mônadas", inserem-se no contexto dos fenômenos que se desdobram desde a atração e repulsão nos minerais até o mais brilhante Arcanjo que possamos conceber.

Em meio a tais parâmetros estamos nós, individualidades conscientes que, dentre outras coisas, cogitam de si mesmos e do próprio Criador.

Da tradição esotérica tiramos que há pelo menos três grandes vertentes de Vida.

ELOHIM - Os seres que realizam a Vontade do Verbo Criador estruturando os mundos e tudo o que existe compõem a vertente do Poder de Deus, a chama Azul, os Elohim e as várias designações que recebem conforme a corrente esotérica que os mencione.

ANJOS - Os seres que realizam a Vontade do Verbo Criador veiculando o Seu Amor, a Divina Providência, a Chama Rosa do Amor de Deus, são os Anjos, da mesma forma, com todas as variantes de designação conforme a origem da tradição dos povos.

SERES CÓSMICOS - Os seres que realizam a Vontade do Verbo Criador em comunhão na própria Criação, na Chama Amarela da Sabedoria, são os Seres Cósmicos, novamente sob variadas designações.

Os Elohim são, em conjunto, muitas vezes chamados simplesmente de "Deus". Deus fez o sol. Sim, através dos Elohim. O "Deus" referido na Gênese, consoante as traduções primitivas, era designado como "Deuses".

Os Anjos são os mensageiros do Amor de Deus. Compõem a Providência Divina no que se refere ao socorro e ao apoio, ao acompanhamento, monitoramente, seja como for.

Os Seres Cósmicos são os que executam, através de seus próprios recursos, o Verbo, numa comunhão cósmica de elevada responsabilidade quanto à sua esfera de ação.

É comum vermos Jesus apontado como o Governador deste planeta, o Ser Cósmico responsável por toda a humanidade terrestre. Na verdade, a referência é ao Cristo Planetário, o Ser Cósmico que o próprio Jesus chamava de "Pai", com o qual era uno no sentido de ter com Ele a comunhão de suas realizações, vertendo para o plano físico o ideário cujo ensinamento era a própria missão desempenhada.

Vê-se que a designação de "Deus" é aplicada a Entes distintos, conforme o momento e as circunstâncias.


O Cristo Planetário não se confunde com o homem de extrema sofisticação espiritual que lhe serviu de base física para manifestação. Jesus foi o médium do Cristo.

Assim meditado, temos que em cada Criação as centelhas são lançadas e vicejam. É necessário repetir: não sabemos nem podemos especular sobre os porquês exatos da Vontade Divina. Todavia, essas centelhas não são idênticas --- parte delas forma a corrente de Vida dos Elohim, parte forma a corrente de Vida dos Anjos e parte forma a corrente de Vida dos Seres Cósmicos.

Nós, seres humanos, não somos Elohim, tampouco Anjos certamente. Somos, pois, Seres Cósmicos. Não estamos na corrente de Vida do Poder de Deus, nem do Amor de Deus, mas sim da Sabedoria de Deus. Somos seres da Chama Amarela. Somos seres que se destinam a CONHECER.

Você já notou que somente com relação aos homens consta das tradições terem sido criados "à imagem e semelhança de Deus"? Já percebeu que sempre e sempre há referências a um sentimento de "ciúme" dos Anjos em relação aos homens? Já se deu conta de que a parábola do filho pródigo bem demonstra como o pai tem acréscimo de misericórdia e carinho para com o filho rebelde, que desde cedo manifesta uma indômita força de fazer valer o seu próprio desejo?

Imagine três crianças ainda pequenas.

Uma é plenamente obediente e faz tudo o que o pai manda.

Outra, é plenamente obediente e cuida das coisas com desvelado carinho e amor, devotada a doar-se desde logo para que o pai fique orgulhoso e feliz.

A terceira criança demonstra desde cedo uma imensa e atávica curiosidade acerca de tudo, vasculhando, tocando, experimentando, sem nenhuma preocupação com o que o pai está a lhe dizer.

Fácil entender que as centelhas divinas que compõem a humanidade são como a criança curiosa, que mal cabe em si pelo ímpeto de ser, de saber, de fazer, de ver, de sentir, enfim, de conhecer.

Qual das crianças exige mais atenção do pai? Qual delas necessita mais da presença e corrigendas a fim de manter-se em crescimento seguro? Qual delas é, ao mesmo tempo, mais rebelde e mais vulnerável, frágil, insegura?

Isso mesmo...

Os seres humanos são centelhas infantis e rebeldes que buscam desesperadamente a sua própria identidade, individualidade, consciência, vontade e realização. São centelhas divinas que jamais estão satisfeitas e que, enquanto infantis, cometem toda sorte de crueldades, fincadas no veio egoísta que denota o ser cujo destino cósmico é crescer no conhecimento de tudo.

Agora, uma mudança de foco.

Sabe a figura de Lúcifer? É tido como o mais brilhante dos anjos, que, desejando ser Deus, precipitou-se nas Trevas. Rebelou-se contra o Pai e arrastou consigo um terço das estrejas do céu. Curiosamente, uma lenda chinesa diz exatamente o mesmo. O Dragão rebelou-se e caiu na Terra, trazendo consigo um terço das estrelas.

Não é algo já familiar nessas nossas cogitações?

Uma centelha divina que se destina a conhecer. Uma centelha divina que, para conhecer, necessita de um impulso inato de egoística busca de si mesmo, individualização e crescimento enquanto ser, na ambição de fazer por si o que a sua própria vontade determinar. Um centelha divina que, portanto, necessita de um briho a mais, capaz de distingui-la da pura e simples obediência e difusão sem quaisquer eivos de egoísmo.

A rebelião de Lúcifer é um mero mito, um símbolo, uma parábola.

Mas é um mito que nos esfrega ao rosto a nossa origem.

A humanidade é o próprio Lúcifer. O Portador de Luz. O Filho Mais Brilhante. O Filho Rebelde. O Filho que não ouviu o Pai. O Filho que deseja existir consoante sua própria vontade. O Filho que deseja ser Deus.

Não somos uma escória. Não somos vilões de um pecado original que ninguém sabe explicar. Não somos seres inferiores, herdeiros de um crime, tampouco descendentes de fraticidas.

Somos Espíritos ainda infantis, com todas as crueldades dessa condição, recebendo instrução, corrigendas e aprendizado. Esse é o nosso destino. Estamos numa jornada cósmica de ascensão em busca da Luz da Sabedoria.

Por isso somos tão bajulados com toneladas de misericórdia e carinho por parte de nossos Mestres, Seres que nos precederam nessa viagem.


Não se permita jamais identificar-se com a mesquinharia de um conceito como o "pecado original". Somos pecadores no sentido de imperfeitos ainda. Como toda criança espiritual, estamos progredindo no curso de nossa evolução.

"Sois deuses"!!!
Autor: Marco Aurélio Leite Da Silva


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