De malas prontas
Lentamente a vida vai se ajustando, o quadro velho, vai para uma parede nem tão nova assim, a velha poeira precisa sair porta a fora, nada resta para mim do lugar de onde vim.
Noite passada foi noite de retorno e enquanto falavam de mim, eu estava lá fora, tentando sobreviver, tal como hoje.
Você passa a acreditar que não veio ao mundo para ser feliz, mesmo que esse seja um sonho universal, só que nem sempre o sonho que você escolhe, escolhe você...então precisamos aceitar, por mais que doa, por mais que machuque, a estrada deve ser seguida, a jornada continua.
Somos todos pessoas comuns, temos fé em algo que não vemos, possuímos uma camisa rasgada a qual adoramos, temos pesadelos as vezes, uma foto que não queremos que ninguém veja e muitas dores de cotovelo.
Não há festas no adeus. De malas prontas e bilhete na mão, o tesouro escondido reluz na sacola, as duas moedas, o barqueiro terá que esperar.
Autor: Ana Monteiro
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